Livros lidos em outro idioma em 2022

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022


Oi gente que ama livros, hoje venho compartilhar com vocês os livros em outro idioma que eu li em 2022.

Vamos conferir?

Más allá del invierno (Isabel Allende):
 Eu ganhei este livro em 2017 quando uma amiga estava se desfazendo de alguns livros em função de sua mudança para outro país e só em 2022 tomei coragem para encará-lo em espanhol. Ao escolher o livro, me senti intimidada em função da autora ser uma referência forte na literatura latino-americana, porém adianto que foi uma leitura fácil, fluida e que me agradou muitíssimo. O livro traz três personagens: Richard, acadêmico muito sistemático e peculiar que vive sozinho com seus gatos em Nova York, local em que ele evita contato humano, apesar de ser professor universitário. Temos a Lucía, chilena que mora em Nova York e trabalha com Richard na universidade e por fim, Evelyn, guatemalteca, imigrante ilegal nos Estados Unidos. Estes três personagens têm suas vidas entrelaçadas após uma nevasca em que Richard é obrigado a sair em busca de um veterinário para um dos gatos que ingeriu uma solução venenosa e Evelyn também precisa enfrentar a neve para comprar fraldas para o menino de quem é babá. Eles se envolvem em um acidente de carro que a princípio pode ser resolvido com a seguradora de Richard se não fosse por uma carga bizarra encontrada no porta-malas do carro que Evelyn estava dirigindo, desconhecida por ela. Aflito, Richard procura Lucía para que ela possa ajudar os dois e assim temos uma história interessante e com desdobramentos muito inteligentes.

No Dress Rehearsal (Marian Keyes):
Na jornada de ler todos os livros da autora, comprei esse conto, escrito por ela para compor uma coleção de histórias curtas publicada pela Penguin Irlandesa.  O livro nos traz a Lizzie e no primeiro parágrafo já sabemos que ela está morta, mas ainda não se deu conta disso e tenta interagir com as pessoas ao seu redor. Como ninguém a responde, num primeiro momento, ela se sente ignorada. Por que eles fariam isso? Ela não era um uma pessoa impopular, ao contrário disso, Lizzie acreditava ser muito querida pelas pessoas ao seu redor e por isso estranha o fato de falar com seu namorado e ele não a ouvir e até mesmo sua melhor amiga ignora suas ligações. Lizzie tinha um ótimo namorado, mesmo que eles estivessem passando por algumas dificuldades nas últimas semanas e tinha muitos amigos. Talvez a única coisa chata da vida de Lizzie era que ela detestava seu trabalho, mas constantemente se perguntava se alguém realmente gostava de trabalhar, já que desde que pagasse as contas, não precisava amar o que fazia. O que mais incomodou Lizzie quando se deu conta do seu real estado é que ela planejava fazer tanta coisa e esse era o melhor motivo para não estar morta. Se ela soubesse que morreria, teria feito as coisas de forma diferente. Este é um conto sobre o conceito de uma vida finita, com começo, meio e fim e que o dono dela, não tem o poder de saber quando será este final. De forma discreta e rápida, Lizzie ainda pode passar algum tempo com as pessoas que ama e isso a inspira a deixar alguma mensagem positiva sobre sua partida do mundo para essas pessoas.

Under the Duvet (Marian Keyes):
Como este livro não foi publicado no Brasil, tratei de comprar o e-book em inglês. Eu amo Marian Keyes e isso é um ponto indiscutível na minha vida de leitora. Comecei a ler seus livros em função do bom humor e do olhar divertido dela para com o universo feminino contemporâneo, mas em troca tive mais que isso, pois em todos os seus livros são inseridos temas sérios, duros e que de um jeito ou de outro, podem acontecer na nossa vida ou na vida de alguém muito próximo a nós. Seus livros transformam nossas expectativas por romances clichês em reflexões que fazemos no meio de uma piada ou situação engraçada que suas protagonistas atravessam. Marian escreve sobre alcoolismo, solidão, relacionamentos tóxicos e o faz com verdade e profundidade. Quando comecei a ler este livro, fui surpreendida por não ser mais uma ficção romântica e sim um livro de crônicas em que ela compartilha as aventuras de ser escritora com seus leitores. O livro é, sem dúvida, muito divertido porque ela ri de si mesma em situações que algumas pessoas chorariam intensamente. É fácil perceber de onde ela tirou a inspiração para construir suas próprias heroínas e isso me aproximou mais ainda de seu trabalho porque Marian Keyes é o que escreve. Algumas das crônicas – como quando ela perdeu seu passaporte dois dias antes de uma viagem para ver seu irmão se casar e teve que defender seu caso para os burocratas da embaixada irlandesa – são comédia pura, com o toque cruel de ter sido realidade. Outras, como quando ela relata a recuperação do vício, nos comove e nos relembra que existe um ser humano atrás do notebook em que escreve seus enredos. 

Again Rachel (Marian Keyes):
Quando soube deste lançamento, fiquei eufórica e só tive paz depois que comprei o livro que ainda não foi lançado no Brasil e é a sequência de Férias, segundo volume da série das Irmãs Walsh. O livro nos traz a Rachel, vinte anos depois do término do livro Férias. Rachel agora é psicóloga dentro do Claustro, a mesma clínica de desintoxicação em que precisou ser internada para se livrar do seu vício em drogas e álcool nos anos 90. Madura, ela atualmente mora em Dublin e está em um novo relacionamento. Porém, seu ex-marido Luke perdeu alguém importante da família e ela se sente obrigada a dar as condolências, ainda que ela e Luke não tenham contato por mais de seis anos. Quem leu Férias sabe que Rachel e Luke eram um casal peculiar. Extremamente apaixonados, ele foi muito responsável para que Rachel conseguisse se recuperar das drogas e ao longo dos outros livros da série das irmãs Walsh, vemos que o casal se mantinha unido e cúmplice. Foi um choque começar esta leitura sabendo que eles não estavam mais juntos e desde o início, entendemos que algo seríssimo foi capaz de separá-los e o desenvolvimento da narrativa será em descobrir o que aconteceu e o mais importante para mim, saber se eles conseguirão reatar aquele amor. Paralelo a esse drama, temos o bom humor da autora com situações maravilhosas em sua família, pois Mamãe Walsh está prestes a comemorar seus 80 anos e organizando o que deveria ser uma surpresa para ela. As cenas de planejamento deste evento são hilárias. 

Alejandro Sanz #Vive (Óscar García Blesa):
Como fanática por música em espanhol, ouvir as canções de Alejandro Sanz é algo totalmente normal na minha vida. No lançamento de sua biografia em 2017, eu quis muito ler, porém não foi lançada no Brasil. Ganhei a edição espanhola, porém não me sentia segura o suficiente para fazer a leitura até que este ano eu me arrisquei e adianto que foi uma leitura maravilhosa do começo ao fim. Como toda e qualquer biografia, Oscar Garcia Blesa nos conta a história de vida do superastro da música espanhola Alejandro Sanz, porém neste livro, a organização e cronologia de sua história é diferenciada, pois o biógrafo a organizou em depoimentos de família, amigos, companheiros de trabalho e grandes astros da música latina. Embora saibamos alguns fatos sobre sua vida na infância e adolescência, o livro se concentra na trajetória musical do cantor, mas não nos poupa de contar que ele nunca foi um bom aluno na escola, detalhes que o humanizam e o aproximam de nós, meros mortais. A leitura foi deliciosa e em muitas partes emocionante. Admiro o Alejandro Sanz como cantor, adoro sua voz e suas composições. Mais do que isso, adoro ele ter feito inúmeras parcerias com outros artistas que amo e tudo isso consta no livro, com detalhes que eu desconhecia. Existem capítulos muito comoventes e românticos, como o que sua esposa comenta sobre a música Mi Marciana, composição de Alejandro para ela, que a compara a alguém tão especial que não poderia ser deste planeta e ela o responde dizendo que era ele quem não poderia pertencer a esta humanidade. Alguns fatos históricos também são mencionados, como o 11 de setembro, em que o Grammy daquele ano foi cancelado, o governo americano fechou o céu dos Estados Unidos e eles tiveram que ir por terra até o México para conseguirem retornar para a Espanha.

Crippen (John Boyne):
Selecionando os livros para a TBR de outubro, que fiz apenas com livros de terror e horror, me deparei com este livro na estante que ganhei há muitos anos e deixei de lado na esperança dele ser publicado em português, mas nunca foi publicado no Brasil. Como a sinopse se encaixava com a temática do mês, tratei de incluí-lo. O livro nos traz Hawley Crippen, um homem que com um jovem pupilo, embarca no S. S. Montrose, um navio grandioso que viajará da Antuérpia na Bélgica para a América do Norte. A questão é que um investigador na Inglaterra encontrou o corpo da esposa dele, Cora Crippen no porão de Crippen. Como esta viagem está muito suspeita, tudo indica que Hawley tenha matado a mulher e fugido. Assim, uma busca por Crippen se inicia. O livro então faz uma série de flashbacks para entendermos a história de vida de Hawley e nada foi muito tranquilo na vida dele. Hawley nasceu nos Estados Unidos e sempre sonhou em ser médico, porém sem o dinheiro necessário para aos estudos, se tornou um aspirante das ciências fazendo cursos de anatomia. Sua família que nunca o apoiou é a responsável por jogar Hawley numa vida de frustração profissional. Além do protagonista, temos uma série de personagens o acompanhando nesta viagem de navio. Todos são muito peculiares, a começar do jovem que acompanha Hawley e que pode despertar na leitura a primeira reviravolta interessante do enredo.

Estes foram os livros de outro idioma que li em 2022 e para 2023 já estabeleci uma meta de dobrar o número de livros e assim desenvolver melhor meu inglês e espanhol.

E vocês, leram algo em outro idioma em 2022? Deixe nos comentários quais foram estes livros porque vou adorar conferir.

Beijos

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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