Séries do Meu Coração #42 Little Fires Everywhere

quinta-feira, 22 de outubro de 2020


Oi gente que ama livros, hoje venho com mais um post da coluna Séries do Meu Coração e compartilharei com vocês meu amor por mais uma série apaixonante.

A série do mês é Little Fires Everywhere.

Em 2018 eu li um livro impactante que me deixou emocionada pela história, este livro foi Pequenos Incêndios por Toda Parte da autora Celeste Ng. Imaginem minha felicidade quando descobri que o livro seria adaptado para uma minissérie produzida pela talentosa Reese Witherspoon. A ansiedade foi imensa e já adianto que a minha expectativa foi lindamente confirmada com uma produção perfeita.

A minissérie é um conjunto de enredo instigante, protagonistas apaixonantes, mistério, temáticas relevantes e atuais e uma execução que não conseguimos determinar quem é o vilão e quem é o mocinho, ainda que nosso coração simpatize com uns e tenha completa aversão por outros. A minissérie Little Fires Everywhere tem tudo o que uma produção precisa para envolver o espectador e só libertá-lo ao final do último episódio.

Em oito episódios, a narrativa acompanha a história de duas mulheres completamente diferentes, com trajetórias entrelaçadas: Elena Richardson é uma mulher que tenta conciliar a profissão de jornalista com a função de esposa e mãe de quatro filhos adolescentes. A vida dela é facilitada pela bolha de privilégios que sempre usufruiu e como quase todas as pessoas que vivem assim, ela acredita que basta esforço para se alcançar objetivos. Ela é sistemática e exigente, mas muito humana quando suas dores e traumas a lembram que ela é apenas uma mulher. Totalmente diferente dela, temos Mia Warren, uma mulher negra, artista anárquica, misteriosa, no limite da miséria, mãe de uma filha na mesma faixa etária dos filhos de Elena. Com a filha, vive uma vida sem regras ou estabilidade.


Esses dois mundos se colidem quando Mia resolve morar em Shaker Heights, no estado de Ohio, Estados Unidos, local em que Elena integra a classe média alta. Mia aluga a casa de Elena, os adolescentes se conhecem e se tornam próximos. A ideia é ficar apenas uma temporada por lá como sempre faz, mas Pearl, filha de Mia começa a se apegar ao lugar e Mia se torna funcionária de Elena, o que torna o convívio entre as duas famílias muito intenso.

Estar dentro da casa dos Richardson coloca as diferenças das duas mulheres à prova, assim como os valores distintos. Um acontecimento envolvendo a comunidade de Shaker Heights dá início a guerra entre Mia e Elena, do terceiro ao oitavo episódio. Cada uma delas quer se provar melhor e mais certa do que a outra, mas ambas têm deslizes e um passado que justifica muito do que fazem e vivenciam.


A relação das duas traz o debate sobre racismo, privilégio e maternidade para a minissérie. Como a narrativa se passa nos anos 90, a questão racial é ainda mais latente do que hoje. É muito claro que a família Richardson e a comunidade de Shaker Heights em geral têm enraizado o racismo estrutural comum de um subúrbio de luxo dos EUA. Em diversos momentos, Little Fires Everywhere expõe isso de forma tão didática que chega a ser vergonhoso negar o quanto isso é negativo para toda e qualquer sociedade.

Apesar da série ter Elena e Mia como protagonistas, a narrativa se aprofunda em vários personagens. Os dois filhos mais velhos de Elena são o retrato da juventude perfeita americana: são os mais populares da escola e, consequentemente, os mais mimados. Lexie é a garota mais bonita do colégio e tem todos os planos para o futuro encaminhados, incluindo Yale, enquanto Trip é o mais cobiçado pelas jovens. Já os outros dois seriam as “ovelhas negras”: Moody é o mais sensível e logo se apaixona por Pearl, e Izzy é desprezada pela mãe e está em processo de descoberta da homossexualidade. Além do quarteto, há o marido de Elena, Bill, com quem ela tem uma relação de respeito, com pouquíssima paixão.


Já Pearl vive como Mia. É inteligente e dedicada aos estudos, mas não sabe muito o que o futuro lhe reserva. Quando se vê apaixonada por Trip, tudo o que quer é ficar na cidade e tentar ter uma vida normal, além de descobrir quem é o seu pai e o motivo pelo qual a mãe nunca permanece em nenhuma cidade.

A produção acerta em conseguir sair da obviedade. Alguns conflitos podem até ser previsíveis, mas os mais importantes não são e servem para que fique claro que não há inocentes nem culpados por completo. Inclusive, é difícil ter uma opinião certa sobre os personagens e suas atitudes, mesmo quando estão errados. A minissérie faz o espectador se questionar e se colocar no lugar dos personagens.


Já não bastasse um bom roteiro, a minissérie tem excelentes atuações. Kerry Washington e Reese Witherspoon interpretam protagonistas fortes e o fazem com maestria. 

O livro e a minissérie possuem diferenças bem pontuadas, mas o objetivo do enredo é o mesmo em ambas as plataformas: gerar debate e expor as diferenças das histórias que as pessoas são capazes de construir ao longo de oportunidades diferenciadas.

Eu adorei!!!

Confiram o trailer:

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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