Pachinko (Min Jin Lee)

segunda-feira, 14 de junho de 2021

FICHA TÉCNICA

Nome original: Pachinko
Autora: Min Jin Lee
Tradução: Marina Vargas
País de origem: Coréia do Sul
Número de páginas: 528
Ano de Lançamento: 2020
ISBN-13: 9788551006344
Editora: Intrínseca
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 40º livro lido em 2021 e foi Pachinko (Min Jin Lee). Meu interesse pelo livro surgiu pela beleza da capa e por remeter automaticamente a cultura asiática que conheço tão pouco. Procurei a sinopse, algumas opiniões e soube que precisava ler o livro.

O livro tem início em 1900 e nos traz Sunja, uma adolescente coerana adorada por seus pais que se apaixona perdidamente por um rico e misterioso forasteiro. Ao se encantar com as promessas do mundo dele, Sunja se entrega ao amor e engravida, porém, seu amado é casado e não tem a menor intenção em cumprir com as promessas feitas. Ressentida pela traição, Sunja se recusa a ser mantida por ele como amante e para salvar a reputação a família, aceita se casar com um gentil pastor, Isak. Contudo, Isak está apenas de passagem pelo seu vilarejo, rumo ao Japão e promete dar o melhor para sua jovem esposa e o filho que adotou como seu. Decidida a abandonar o lar e rejeitar o verdadeiro pai da criança, a saga de reconhecimento em outro país se inicia, em um roteiro dramático que se desdobrará em gerações por quase cem anos.

O livro se desenvolverá sobre a nova vida de Sunja no Japão, em meio a guerras, fome, desigualdades e intensa xenofobia por parte dos japoneses com os coreanos, nos trazendo uma fatia da história mundial da qual temos pouquíssimo acesso, vergonhosa para o Japão.

Pachinko é o nome de um tipo de caça-níquel que fazia muito sucesso em todo o Japão e se tornou um ponto de convergência para a história dessa família, onde questões de identidade, pátria e pertencimento são fichas de aposta no jogo de azar que é a vida. Com a frase marcante: “A História falhou conosco, mas isso não importa.”, Pachinko abre as portas para a dura realidade dos coreanos em meio à discriminação e exclusão da própria humanidade. Essa é uma leitura envolvente, com personagens carismáticos e ao mesmo tempo odiosos, com seus defeitos e virtudes sobressaindo conforme as decisões tomadas com foco no futuro. 

O enredo traz a intolerância como a linha condutora de toda a narrativa, independente do núcleo de personagens ou da fase histórica vivida pela família de Sunja. Ainda assim, a escrita da autora não me envolveu completamente. De forma crua e quase fria, ela descreve cenas fortes, intensamente tristes sem usar artifícios para entristecer ou emocionar o leitor, o que me afastou um pouco da leitura. Violência, abusos e injustiças são descritos no mesmo tom das conquistas dos personagens e senti falta de uma escrita mais poética ou comovente.

De qualquer forma, é uma história intensa, forte e que nos leva a ter curiosidade sobre como algumas potências mundiais chegaram onde estão e o quanto isso custou aos inocentes que não compactuam com as guerras travadas por seus governantes. A cultura coreana é trazida para o texto com música, comportamento, comidas e situações que nos levam a conhecer algo que para mim estava distante não apenas geograficamente.

Temos uma história forte, violenta e melancólica que nos faz desejar reescrever a história real e dar uma segunda chance a quem não teve essa opção.


Um pouco sobre a autora:
Min Jin Lee é autora best-seller de Free Food for Millionaires e recebeu a bolsa de ficção da New York Foundation for the Arts, o Prêmio Peden de melhor conto e o Narrative Prize for New and Emerging Writer. Escreveu para as publicações The New York Times, Condé Nast Traveler, London Times, Vogue, Wall Street Journal e Food & Wine, entre outros. Pachinko teve os direitos de adaptação para série de TV comprados pela Apple TV e foi eleito um dos 10 Livros do Ano de 2017 pela Time, pelo The New York Times e finalista do National Book Award. Para outras informações, acesse MinJinLee.com. Pachinko é o único livro da autora publicado no Brasil.


Comentários
2 Comentários

2 comentários :

  1. Olá Ivi, tudo bom?
    Quero muito ler esse livro e é justamente por esse pano de fundo histórico do qual sabemos tão pouco. Uma pena que tenha faltado um pouco de desenvolvimento na escrita, sendo esta muito direta. Bom saber para já diminuir um pouco as expectativas.
    Beijos!

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  2. Confesso aue não conhecia esse livro, vi que pelo pano de fundo é um livro que merece ser lido, pena aue pelo visto a autora não soube transmitir em sua obra toda a emoção que essa merecia!

    ResponderExcluir

Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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