O MENINO DO PIJAMA LISTRADO (John Boyne)

sexta-feira, 11 de julho de 2014


Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 28º livro lido em 2014 e foi O MENINO DO PIJAMA LISTRADO (John Boyne). Eu li este livro em 2009 e ele foi o primeiro passo rumo à minha paixão pelo John Boyne. Não lembro exatamente o que me levou a desejar ler este livro, mas depois que concluí a leitura, eu sabia que acompanharia o trabalho do autor, mesmo que ele escrevesse o roteiro do Zorra Total. Como o meu critério para a MARATONA LITERÁRIA era reler livros que não possui resenha no blog e/ou eu queria muito reler, este livro foi a minha primeira escolha.

O livro nos conta a história de Bruno e sua família no ano de 1943, no momento em que estão se mudando de Berlim para um lugar desconhecido para Bruno. Esta mudança se dá porque o pai de Bruno possui um cargo de confiança dentro do exército alemão e é designado para executar uma tarefa de extrema responsabilidade neste lugar. Bruno a princípio odeia  a ideia da mudança porque ele vai ficar longe dos amigos e dos avós que ele ama tanto e ao chegar no novo lugar e descobrir que a casa não é tão legal quanto a casa em Berlim e saber que não tem  outras crianças por perto, a sua antipatia por aquela mudança aumenta. E em um de seus momentos de tédio na nova moradia, ele sai para explorar o lugar porque da janela do seu quarto ele vê um campo distante, cercado por arame farpado, onde muitos homens de várias idades e meninos de diferentes tamanhos, passam o dia vestidos de pijamas listrados e ele não faz a menor ideia do que aquilo pode ser e ele quer descobrir e então ele conhece Shmuel, um menino da sua idade que está do outro lado da cerca e assim, uma amizade é iniciada.

Bruno começa a ir todas as tardes para aquele mesmo lugar onde encontrou Shmuel pela primeira vez e juntos eles conversam sobre suas vidas e descobrem vários aspectos em comum, embora a vida dos dois seja extremamente diferente.

O livro nos mostra o cenário da segunda guerra mundial sob a perspectiva de uma criança que não entende o que está acontecendo ao seu redor, que faz parte de um lado da história que ele não escolheu participar e que apenas quer ser criança.

O autor embora tenha escrito o livro em terceira pessoa, nos faz ver toda a situação sob o ponto de vista de Bruno, um garoto que implica com a irmã mais velha, que tem adoração pelo pai, ainda que o mesmo lhe cause medo também e que se sente feliz em saber que tem um amigo esperando por ele para simplesmente conversar.

Você não tem noção do que o autor pretende com a história, não que ele enrole o leitor, pelo contrário, sua narrativa é enxuta e rápida, mas a história flui de uma maneira que você não imagina no que aquela rotina de Bruno e Shmuel pode nos acrescentar até que nas páginas finais você luta contra os parágrafos para que ele não conte o que realmente ele está contando: Que em uma guerra, não importa a sua idade ou em que lado você está, você sempre será uma vítima em potencial.

O fim do livro é assustador, revoltante, triste, porém muito reflexivo. Faz pensar, questionar e sem sombra de dúvida, se apaixonar pelo autor. John Boyne desenvolveu uma história curta, mas forte, bonita e com um final trágico e com isso, me conquistou para todo o sempre, amém.

Uma adaptação do livro foi feita para o cinema e como fã do livro digo com propriedade que foi uma das melhores adaptações cinematográficas de uma obra literária. Embora alguns detalhes do livro não estejam no filme, a história foi contada de forma fiel. Eu particularmente adoro o filme e o recomendo sempre que tenho a oportunidade, mas é claro, o livro é mais intenso, possui nas entrelinhas a ingenuidade de uma criança em meio à realidade horrível que ele ignora.

Posso ficar aqui tecendo um milhão de comentários sobre o livro, mas só você lendo para saber se tenho razão ou não. Recomendo a leitura para todo tipo de leitor. 

Algumas pessoas que já assistiram o filme me dizem que não irão ler o livro porque o filme já foi triste demais, mas eu acredito que vale a pena ainda que você já conheça o final, ainda que seja apenas para "ouvir" John Boyne lhe contar a história, que apesar de triste, é original e muito bem desenvolvida.

SPOILER:
  1. No livro, Bruno não consegue pronunciar determinadas palavras, então o autor nos reproduz conforme Bruno as entende. Por exemplo: ele chama o lugar para onde a família se mudou de Haja-Vista, quando na verdade é Auschwitz e ele acha que o patrão do pai dele se chama Fúria, e na realidade estamos falando de um tal de Führer. Eu tinha esquecido deste detalhe, mas ao reler o livro, me lembrei da reação que eu tive quando li o livro pela primeira vez. A sutileza que o autor teve ao nos passar onde exatamente Bruno e sua família estavam.
  2. Existe um detalhe que tem no livro e não tem no filme que eu acredito que faz diferença: No livro Bruno acaba pegando piolho e em função disso é obrigado a raspar o cabelo e então fica parecido com Shmuel e assim, parecido com os demais meninos que estavam no campo com Shmuel. Isso é fundamental para que ninguém desconfie dele quando ele entra no campo para ajudar a encontrar o pai de Shmuel.

Era como se fosse completamente outra cidade, todas aquelas pessoas morando e trabalhando bem ao lado da casa em que ele vivia. E será que eram mesmo tão diferentes? Todos no campo usavam as mesmas roupas, aqueles pijamas com os bonés de pano também listrados; e todos que passavam pela sua casa (exceção feita à mãe, a irmã e a ele próprio), vestiam uniformes de variadas qualidades e graus de condecoração e quepes e capacetes com grandes braçadeiras vermelhas e negras e traziam armas e estavam sempre com o semblante terrivelmente severo, como se tudo aquilo fosse muito importante e ninguém pudesse pensar diferente. página 91
A música que eu escolho para esta leitura é Everybody Hurts (R.E.M.):





Um pouco sobre o autor: John Boyne nasceu na Irlanda em 30 de abril de 1971. Seus livros publicados no Brasil são:
Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Oi, Ivi!
    Já i o filme e tenho medo de ler o livro, pois ultimamente minha leituras andam sendo muito melancólicas. Minha mãe tinha vontade de ler este livro, então ela comprou em um shopping pra ela, quando ela terminar de ler talvez eu o leia também.

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  2. Olá Ivi! Faz um tempinho que estou querendo ler esse livro, mas ainda não consegui comprá-lo. A cada resenha dele que leio, minha curiosidade em relação ao autor só aumenta. A proposta do livro é muito boa e eu tenho muita vontade de lê-lo para entender, do ponto de vista de uma criança, o sofrimento de uma guerra. Já vi muita gente falando que o filme é muito triste e que é maravilhoso, mas vou esperar para assistir depois da leitura. Beijos!

    http://frases-perdidas.blogspot.com/

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  3. Oi, Ivi!

    O Menino do Pijama Listrado foi um dos primeiros livros que li sobre a Segunda Guerra, na época eu não tinha coragem de ler livros de assuntos desse tipo. Concordo com você em tudo. A escrita do John é maravilhosa, me derreti com outro livro dele ontem. Parabéns pela resenha, está linda! Também vi o filme, e foi ali que me apaixonei pelo Asa Butterfield e virei fã de carteirinha :D Beijos

    Letícia Valle
    http://litteraturamundi.blogspot.com

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  4. Já li esse livro e achei muito bom!
    Primeiro eu assisti ao filme e gostei bastante, depois fui procurar conhecer mais e acabei descobrindo que ele havia sido baseado no livro!
    Li esse ano e logo pretendo lê-lo novamente, assim como A menina que roubava livros!
    Amo filmes/livros que falem sobre essa época histórica tão triste.

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  5. Pense em alguem que leu, chorou, tomou uma xicara de chá para se acalmar e retornou a leitura com lágrimas prontas para cair, emocionante,verdadeiro,a visão desse horror pelos olhos de uma criança é de um sentimentalismo, comovente, leiam e saiam para beijar seus filhos depois...

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  6. Eu tenho o livro, mas até hoje não consegui lê-lo... Acho que o livro foi muito lento pra mim assim como a menina que roubava livros, gostei bastante da resenha, mas mesmo assim ainda não me empolguei o suficiente pra lê-lo... Mais como você disse que o filme é bem semelhante ao livro acho que irei assisti-lo e se gostar já leio o livro rsrsrs

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  7. Oiiiiiiiiiii ivi,
    Tenho esse livro mas ainda nao consegui ler...
    Sei que é o livro que me fará chorar e refletir, bem denso, quero ler, mas não neste momento.

    Beijinhos
    Sou eu... Pri!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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