FILME DA VEZ #140 Evidências do Amor

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Ficha Técnica:

Título Original: Evidências do Amor
Ano de Produção: 2024
Lançamento no Brasil: 11/04/2024
Duração: 166 minutos
Gênero: Comédia Romântica
País de Origem: Brasil
Classificação Etária: 12 anos
Direção: Pedro Antônio Paes
Elenco: Fábio Porchat, Marco Antônio, Sandy, Arthur Kohl, Chitãozinho, Dudu Oliveira, Evelyn Castro, Fernanda Paes Leme, José Augusto, Larissa Luz, Samya Pascotto, Xororó.
Sinopse: Evidências do Amor narra a história de um casal, Marco Antônio e Laura, que se apaixonam após cantarem juntos a música Evidências em um karaokê. Porém, a dupla passa por uma reviravolta, o relacionamento chega ao fim e tudo piora quando, um ano após o término, Marco Antônio percebe que sempre volta às duras discussões do passado toda vez que ouve a famigerada música que os uniu. Desesperado, ele parte em uma grande aventura para se livrar dessa maldição que a canção traz para sua vida.
Oi gente que ama livros, hoje trago para vocês os meus comentários sobre Evidências do Amor.

Evidências do Amor ocupa um lugar curioso no panteão dos filmes inspirados em canções. Embora o subgênero tenha se mostrado surpreendentemente popular no cinema brasileiro recente, tendo em vista Faroeste Caboclo e Eduardo e Mônica, a comédia romântica baseada na canção eternizada pela dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó tinha o desafio de extrapolar versos que, apesar de icônicos, não ofereciam muito em sentido narrativo. A saída encontrada pelo diretor e corroteirista Pedro Antonio, então, de certa forma audaciosa, é ignorar o conteúdo da letra e tratá-la antes de mais nada como um fenômeno que de certa forma prescinde da própria canção.


E não é que ele conseguiu? Em Evidências do Amor, Laura termina um namoro de anos com Marco Antônio, deixando o desenvolvedor de aplicativos arrasado e sem saber o motivo da ruptura. Um tempo depois, no entanto, ele começa a viver um fenômeno curioso: toda vez que ouve a canção “Evidências”, que teve papel importante na noite em que o casal se conheceu num karaokê, sua consciência é transportada para o passado e ele revive uma memória ruim do namoro, obrigando-o a reconsiderar se a relação era mesmo tão utópica quanto ele imaginava, e se ele deveria mesmo ter ficado tão surpreso com o término.

A premissa abre espaço para o roteiro brincar com a ubiquidade de “Evidências” na rotina brasileira, com o exagero permissivo das comédias escrachadas, mas também permite ao roteirista tratar a canção exclusivamente assim, como fenômeno cultural. A tomada de consciência de Marco sobre as rachaduras que sempre estiveram ali, mal disfarçadas pelo apego óbvio que o casal tinha um pelo outro, não tem nada a ver com a história cantada por Chitãozinho & Xororó – mas composta por José Augusto e Paulo Sérgio Valle, como o filme nos lembra algumas vezes.


Como fica ainda mais claro com uma reviravolta lá no terceiro ato, a intenção narrativa de Evidências do Amor é muito mais montar uma história clássica de crescimento mútuo através do afeto do que dramatizar as palavras não ditas e contradições escondidas de “Evidências”. E pode ser que a trama em si não se conecte muito bem com o tributo à canção, pela qual o filme aposta que o espectador nutre grande carinho – assim como talvez o tecido conectivo dos momentos cômicos mais rasgados com os toques de sinceridade entre o casal e suas famílias não esteja ali. Mas, no fim das coisas, a junção de todas essas coisas feitas de forma eminentemente competente não é desagradável.

De suas partes, Porchat e Sandy fazem o melhor que podem para vender seus personagens como figuras pelas quais vale a pena torcer. O ator, sempre adepto a modular as neuroses do seu ato cômico para se posicionar como o “sujeito comum”, com uma pitada de humor físico e um pouco mais do que uma pitada de transparência emocional, serve também como baliza para a aura de superestrela de Sandy. De certa forma, ela tem mais a provar do que ele – a sua escalação aqui é muito mais um truque de marketing, a partir do seu parentesco com o hit sertanejo, do que qualquer outra coisa. Se o desafio era entregar uma performance que servisse à história e fizesse esquecer o truque, no entanto, Sandy pode se considerar bem-sucedida.


E talvez essa seja mesmo a medida geral do sucesso de Evidências do Amor, como comédia romântica. Como os próprios protagonistas constatam durante a trama, “Evidências”, a canção, é uma sombra gigantesca, quase inescapável, no campo da cultura pop nacional. O filme e sua história de amor serem capazes de se justificarem para além dessa sombra já é uma vitória que parecia improvável.

Trailer oficial:

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Ivi Campos

48 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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