Battle Royale (Koushun Takami)

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Ficha Técnica:

Nome Original:  バトル・ロワイアル
Autor: Koushun Takami
País de Origem: Japão
Tradução: Jefferson José Teixeira
Número de Páginas: 664
Ano de Lançamento: 1999
ISBN-13: 9788525056122
Editora: Globo Alt
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 52º livro lido em 2023 e foi Battle Royale (Koushun Takami) que foi um fenômeno de vendas no Japão, com mais de um milhão de exemplares, além de mangá, filme e anime. Este livro estava no meu radar desde seu lançamento aqui no Brasil em 2014 e agora que ganhei o livro físico, não tinha mais motivos para não fazer a leitura.

Na República da Grande Ásia Oriental (大東亜共和国 Dai Tōa Kyōwakoku), uma versão distópica do Japão, 50 jovens são, aleatoriamente, escolhidos para participarem do Programa, onde devem matar uns aos outros. Criado supostamente como uma forma de alistamento e pesquisa militar, o programa serve para aterrorizar a população, mantê-la na linha e evitar levantes. Isso a mantém paranoica e dividida, incapaz de se unir contra o governo.



Equipados com uma coleira, que explodirá se tentarem tirá-la e uma mochila com itens aleatórios, eles são soltos em uma ilha, um a um, onde uma série de regras são impostas. Existem quadrantes proibidos, se não matarem ninguém em 24 horas as coleiras explodirão e por aí vai. Isso obriga os estudantes a se movimentarem pela ilha e de encararem os colegas.

Temos muita coisa sendo trabalhada aqui. Você teria coragem de matar seus amigos? Alguns ali não tiveram problema nenhum em fazer isso. Muitos ficaram acuados, com medo, querendo unir os colegas contra o sistema, mas existiam aqueles que realmente não se importavam com o outro e dada a oportunidade de cometerem atrocidades, eles cometeram. Faz pensar quantos psicopatas estudaram com a gente.



O autor fala da morte de cada um dos estudantes, cada um mesmo, o que pode deixar o texto cansativo. Ele acaba focando em alguns nomes ao longo da narrativa, como Shuya, Noriko e Shogo, sendo que este último tem um grande conhecimento do jogo, o que deixa os outros em dúvida se podem ou não confiar nele.

O autor traz estereótipos negativos que recaem em mulheres e gays. Não sei se o autor quis mostrar um pouco de como é a sociedade japonesa, ou se ele fez sem pensar a respeito, mas foi muito difícil passar por essas partes. Por exemplo, no caso das meninas, só existem dois grupos: as santas e castas ou as que fazem filmes pornôs. Não há meio termo ali. Enquanto os rapazes são inteligentes, sagazes, meio tapados, hackers, atletas, ligeiros e ágeis, ou seja, com múltiplas características, as meninas são santas ou não. E o único personagem gay da história é tão mal descrito, tão mal trabalhado, tão inútil para o enredo todo, que fica a forte impressão que foi de propósito.

Existem muitas cenas de mortes intensas e bem descritivas, mas senti que faltou uma certa preocupação em falar sobre o impacto na população de tudo aquilo. Será que a população vai aguentar ficar olhando seus jovens se matando por anos a fio? Nenhum sistema duraria tanto. O final tenta ser otimista, como algumas mensagens motivacionais de "seja quem você quiser ser", porém o autor largou na mão do leitor imaginar o que viria a seguir.

O destaque vai para a edição da Globo Livros, que está linda. Muito bem feita contendo os mapas da ilha onde o jogo acontece nas contra-capas e em alto relevo nas capas. Sempre que há um comunicado do governo, a fonte muda, além de poucos erros de digitação.

Um governo matando adolescentes e crianças, manda uma mensagem poderosa à população: cuidado. Se eles possuem o poder de massacrar esses jovens, o que dirá com relação aos adultos, idosos e doentes? Em Jogos Vorazes - e já adianto que as duas obras são completamente diferentes - o próprio presidente Snow comenta com Sêneca Crane por que eles tinham um vencedor, ao invés de matar todos os 24 jovens. A resposta: esperança. Se você tem esperança de que um ente querido voltará para casa, então não tem porque se rebelar contra o governo.


Matar a juventude de um país também é uma forma de minar seu futuro. O quanto a República da Grande Ásia Oriental perdia ao massacrar tantas pessoas? É um estado totalitário tão desesperado para manter seu poder que não vê problema no massacre, desde que isso garanta uma população dócil. Faz também pensar em quantos jovens, especialmente negros, estão morrendo nas periferias, também dobrados por um poder totalitário.

Foi uma leiutra visceral, alucinante, que me deixou reflexiva em algumas partes e cansada em outras, mas gostei da experiência.


Um pouco sobre o autor:
Koushun Takami nasceu em 10 de janeiro de 1969, na cidade de Amagasaki, perto de Osaka. Formado em literatura pela Universidade de Osaka, trabalhou como repórter de política e economia. Deixou o jornalismo para se dedicar à literatura, mas não lançou nenhuma obra além de Battle Royale, que foi desclassificada na fase final do prêmio Japan Grand Prix Horror Novel pelo seu conteúdo polêmico.”
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Ivi Campos

48 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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