TBR Especial de Novembro: Consciência Negra

terça-feira, 1 de novembro de 2022


Oi gente que ama livros, em novembro minha TBR será composta por livros escritos por autores negros e os de ficção serão com protagonistas negros. Eu precisava fazer isso em novembro? Não, não precisava, mas quis fazê-lo em função do Dia da Consciência Negra. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista. O Dia da Consciência Negra é considerado importante no reconhecimento dos descendentes africanos e da construção da sociedade brasileira. A data, dentre outras coisas, suscita questões sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e a cultura afro-brasileira, assim como a promoção de fóruns, debates e outras atividades que valorizam a cultura africana.

Sendo assim, vamos conferir o que pretendo ler em novembro?

Pele (Rafael Calça):
Numa reinterpretação ousada, porém necessária, como enaltece Mauricio de Sousa, em seu prefácio, o roteirista Rafael Calça e o desenhista Jefferson Costa dão vida a uma história forte, dura, emocionante, na qual Jeremias lidará pela primeira vez com o preconceito por causa da cor da sua pele. A história é recheada de dor, superação, aprendizado e preparação para a vida.












Alma (Rafael Calça):
Rafael Calça e Jefferson Costa, os vencedores do Prêmio Jabuti 2019, na categoria Histórias em Quadrinhos, retornam ao Jeremias numa trama emocionante sobre ancestralidade, racismo, merecimento e histórias. Sejam elas fictícias ou de vida. O clássico personagem de Mauricio de Sousa ganha mais um capítulo de sua bela e forte releitura. 













Quem tem medo do feminismo negro? (Djamila Ribeiro):
Um livro essencial e urgente, pois enquanto mulheres negras seguirem sendo alvo de constantes ataques, a humanidade toda corre perigo. Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista CartaCapital, entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de "silenciamento", processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante. Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.

Cidadã: Uma lírica americana (Claudia Rankine):
Em Cidadã, Claudia Rankine investiga as relações raciais nos Estados Unidos de agora. Sua lírica americana, publicada originalmente em 2014, reflete sobre a dificuldade de existir em constante contraste com o fundo demasiadamente branco da supremacia racial. Gradações variadas de violência contra pessoas negras são exploradas; não sem, entretanto, indagar sobre a própria imaginação branca que as produz. Poesia, ensaio e arte visual são habilmente costurados por Rankine em seu livro mais premiado. “Você lida com coisas que não quer o tempo todo. No instante em que você ouve ou vê algum momento corriqueiro, todos os alvos na mira, todos os significados por trás dos instantes batendo em retirada, a se perderem de vista, tudo entra em foco. Espera aí, você ouviu, você disse, você viu, você fez isso? Então as vozes na sua cabeça dizem silenciosamente para você parar de se torturar porque não deveria ser uma ambição apenas conviver.”



Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil (Sueli Carneiro):
Entre 2001 e 2010, a ativista e feminista negra Sueli Carneiro produziu inúmeros artigos publicados na imprensa brasileira. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil reúne, pela primeira vez, os melhores textos desse período. Neles, a autora nos convida a refletir criticamente a sociedade brasileira, explicitando de forma contundente como o racismo e o sexismo têm estruturado as relações sociais, políticas e de gênero. Num momento em que nosso país depara com temas polêmicos, como o Estatuto da Igualdade Racial e as cotas em universidades, a Coleção Consciência em Debate pretende discutir assuntos prementes que interessam não somente aos movimentos negros como a todos os brasileiros. Fundamental para educadores, pesquisadores, militantes e estudantes de todos os níveis de ensino. Coordenação de Vera Lúcia Benedito.




Ventos de Mudança (Beverly Jenkins):
O primeiro volume da série Mulheres pioneiras acompanha a trajetória de uma professora preta vivendo no Sul dos Estados Unidos durante o período caótico que se segue à Guerra Civil. A missão de Valinda Lacy na agitada e quente Nova Orleans é ajudar a comunidade de ex-escravizados a sobreviver e florescer através do estudo. Só que em pouco tempo ela descobre que, ali, a liberdade também pode ser sinônimo de perigo. Quando bandidos supremacistas destroem a escola que ela montou e tentam atacá-la, Valinda corre para salvar sua vida e vai parar nos braços do heroico capitão Drake LeVeq. Arquiteto nascido em uma família tradicional de Nova Orleans, Drake tem um profundo interesse pessoal na reconstrução da cidade. Criado por mulheres fortes, ele logo é conquistado pela determinação de Valinda, não consegue parar de admirá-la – nem de desejá-la. E quando o pai de Val exige que ela volte para casa, em outro estado, para se casar com um homem que ela não ama, seu espírito indomável atrairá Drake para uma disputa irresistível.


O olho mais azul (Toni Morrison):
Uma tentativa de dramatizar a opressão que o preconceito racial pode causar na mais vulnerável das criaturas: uma menina negra. Considerado um dos livros mais impactantes de Toni Morrison, o primeiro romance da autora conta a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que sonha com uma beleza diferente da sua. Negligenciada pelos adultos e maltratada por outras crianças por conta da pele muito escura e do cabelo muito crespo, ela deseja mais do que tudo ter olhos azuis como os das mulheres brancas — e a paz que isso lhe traria. Mas, quando a vida de Pecola começa a desmoronar, ela precisa aprender a encarar seu corpo de outra forma. Poderosa reflexão sobre raça, classe social e gênero, O olho mais azul é um livro atemporal e necessário.






Tempestade Selvagem (Beverly Jenkins):
O segundo romance da série Mulheres Pioneiras acompanha a vida de uma ousada fazendeira em Wyoming, no Oeste americano, após a Guerra Civil. Depois de ter conhecido o mundo como oficial da Marinha, o jornalista Garrett McCray agora viaja de Washington até a cidade de Paradise, no Velho Oeste, a fim de entrevistar um médico de destaque para seu jornal, dirigido a leitores pretos. Garrett achava que o Dr. Colton Lee seria um assunto interessante... até conhecer a irmã dele, Spring Lee. Ela mora sozinha, administra o próprio rancho, usa calças jeans em vez de vestidos e é a mulher mais fascinante que ele já conheceu. Só que Spring não está interessada no amor. Depois de superar um passado turbulento e escandaloso, ela se sente mais do que satisfeita com suas terras, seus cavalos e seus amigos. Até o enxerido jornalista McCray aparecer e bagunçar sua vida. À medida que a atração entre eles aumenta, suas diferenças podem ser um obstáculo – ou a combinação explosiva de que os dois tanto precisavam.


Tudo sobre o amor (bell hooks):
O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa. Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amor é mais do que um sentimento — é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo. Em uma sociedade que considera falar de amor algo naïf, a proposta apresentada por bell hooks ao escrever sobre o tema é corajosa e desafiadora. E o desafio é colocarmos o amor na centralidade da vida. Ao afirmar que começou a pensar e a escrever sobre o amor quando encontrou cinismo em lugar de esperança nas vozes de jovens e velhos, e que o cinismo é a maior barreira que pode existir diante do amor, porque ele intensifica nossas dúvidas e nos paralisa, bell hooks faz a defesa da prática transformadora do amor, que manda embora o medo e liberta nossa alma. Assim, ela nos convoca a regressar ao amor. Se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar de amor pode ser revolucionário.

The Underground Railroad: Os caminhos para a Liberdade (Colson Whitehead):
Do vencedor do Man Book Booker Prize e autor best-seller do The New York Times, chega às livrarias o aclamado livro. Cora é uma jovem escrava em uma plantação de algodão na Georgia. A vida é infernal para todos os escravos, mas especialmente terrível para Cora. Uma pária até entre outros africanos, ela está chegando à maturidade, que a tornará vítima de dores ainda maiores. Quando um recém-chegado da Virgínia, Caesar, revela uma rota de fuga chamada, a ferrovia subterrânea, ambos decidem escapar de seus algozes. Mas nada sai como planejado. Cora e Caesar sabem que estão sendo caçados: a qualquer momento podem ser levados de volta a uma existência terrível sem liberdade.






Pequenos Segredos Fatais (Wanda M. Morris):
Pequenos segredos fatais é explosivo desde a primeira frase e marca a chegada de uma autora de thrillers habilidosa. À primeira vista Ellice Littlejohn tem tudo: um diploma em uma das maiores faculdade do país, um emprego bem remunerado como advogada no centro de Atlanta, ótimos amigos e um relacionamento casual e divertido com um executivo rico e charmoso ― que, por acaso, também é seu chefe. No entanto, tudo muda em uma manhã fria de inverno, quando Ellice entra no escritório do chefe e o encontra com um tiro na cabeça, em um aparente caso de suicídio. Ela vai embora, então, como se não houvesse visto nada. Enquanto as pessoas comentam e a polícia começa a suspeitar de assassinato, Ellice, a única advogada negra da empresa, é promovida ao cargo que pertencia ao chefe. Embora sempre tenha sonhado com uma oportunidade como essa, ela não consegue deixar de sentir que há algo errado e que seu passado, bem enterrado, pode ser posto sob os holofotes, destruindo a imagem perfeita que moldou por anos. Presa em um impossível dilema ético e moral, sua vida antiga e sua vida atual subitamente colidem enquanto ela faz o que pode para se proteger e impedir uma conspiração ainda mais sinistra do que qualquer coisa que ela pudesse ter imaginado.

O Livro dos Negros (Lawrence Hill):
O Livro dos Negros conta a história de Aminata Diallo, uma das personagens femininas mais fortes e marcantes da ficção contemporânea. Aminata foi sequestrada, ainda criança, na África, e vendida como escrava na Carolina do Sul (EUA). Após a Revolução Americana, ela foge para o Canadá e escapa da vida de escrava para tentar uma nova história em liberdade. O livro traz uma história que nenhum ouvinte e nenhum leitor esquecerão. O nome O Livro dos Negros se deu devido ao documento histórico, mantido por oficiais navais britânicos, ao fim da Revolução Americana. O documento oficializou os negros que serviram ao rei na Guerra e fugiram para Manhattan, no Canadá, em 1783. Apenas os negros que estivessem no Livro dos Negros poderiam escapar e conseguir sua liberdade. Aminata Diallo percorre toda uma longa trajetória com a finalidade de conseguir entrar no livro dos negros e conquistar sua liberdade. A obra, marcante e inesquecível, tornou-se uma minissérie de sucesso nos EUA. Dirigida e escrita por Clemente Virgo (The Wire) e protagonizada pela atriz Aunjanne Ellis e Cuba Gooding Jr., vencedor do Oscar em 1996.

Um defeito de cor (Ana Maria Gonçalves):
Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens, Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página. Uma saga brasileira que poderia ser comparada ao clássico norte-americano sobre a escravidão, Raízes.







Estou bem ousada em colocar 12 livros para ler em um único mês? Claro!! Mas acredito que lerei todos porque parte destas escolhas, tem menos de 200 páginas. Enfim, essa é minha lista de livros para ler em novembro e eu estou muito animada!!!

Vai fazer uma TBR temática em novembro? Conta para mim nos comentários o que você pretende ler, vou adorar conferir.

Beijos 
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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