Ficha Técnica:
Nome Original: The Sands of Time
Autor: Sidney Sheldon
Tradução: A. B. Pinheiros de Lemos
País de Origem: Estados Unidos
Número de Páginas: 368
Ano de Lançamento: 1985
ISBN13: 9780006174431
Editora: Record
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Nome Original: The Sands of Time
Autor: Sidney Sheldon
Tradução: A. B. Pinheiros de Lemos
País de Origem: Estados Unidos
Número de Páginas: 368
Ano de Lançamento: 1985
ISBN13: 9780006174431
Editora: Record
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 47º livro lido em 2022 e foi As Areias do Tempo (Sidney Sheldon). Este livro foi a minha segunda escolha para a Maratona de Releituras que faço anualmente. Eu o li pela primeira vez em 1993 e na época eu era uma devoradora de livros do autor. Minha lembrança era que eu havia gostado da leitura, mas não lembrava de nada ao começar esta releitura.
O livro nos traz quatro mulheres que no início do livro estão em um convento isolado no interior da Espanha. Motivações muito distintas levaram estas mulheres até ali, mas um motivo em comum as tira de lá: o convento é invadido por um grupo conhecido no país por “Terroristas do ETA”. Elas são retiradas bruscamente, sem escolha e ingressam no mundo real, totalmente diferente da realidade no confinamento e se envolvem com o grupo no meio de uma guerra contra o Governo espanhol.
A rivalidade principal está entre o procurado líder guerrilheiro basco Jaime e o corrupto, violento e sádico coronel Acoca.
Conforme a narrativa avança com esse sequestro, conhecemos cada uma destas mulheres e suas motivações. Quem estava ali por acreditar que de fato tinha uma vocação religiosa e quem estava se escondendo da vida e até da polícia.
O livro é muito interessante para quem quer conhecer um pouco da história do País Basco, localizado em quatro províncias na Espanha e três na França e que até hoje desejam ter sua independência total. A história mostra algumas cidades espanholas, principalmente bascas.
O povo basco tem um idioma próprio e exclusivo, que não se liga nem se parece com nenhum outro conhecido, atual ou morto, o que intriga os estudiosos. Possui cultura própria, bandeira, feriados, festas, música, comida, dança, etc.
Durante o período em que o '‘generalíssimo’' Franco esteve no poder, vários grupos étnicos na Espanha foram caçados e os bascos foram os que mais sofreram com isso: retalhados, presos e torturados. Censurados e proibidos de ter sua bandeira, de falar ou escrever sua língua, de qualquer manifestação pública ou privada de sua cultura, tiveram bens, fossem propriedades, negócios e até contas bancárias confiscados. Lembrando que o País Basco nunca teve escolha em ter sido anexado a Espanha e a região é muito rica, o que seria algo negativo para a Espanha.
Foi por essa situação que grupos separatistas ou a favor da liberdade cultural surgiram e o grupo ETA é o principal.
O ETA é mostrado no livro como um grupo que quer a volta da liberdade cultural aos bascos e a autonomia total em relação a Espanha. O autor nos mostra personagens fortes e interessantes, vemos suas motivações em relação a Guerra e percebemos que embora o uso da violência seja injustificável, os guerrilheiros têm seus motivos vistos por eles como justos. Também mostra o lado corrupto, frio e violento do Governo espanhol, com muitos atos de violência e censura praticados duramente mesmo sem Franco.
O autor mostra que nada justifica a violência e como são os dois lados, deixando claro que todos os espanhóis, incluindo o povo basco é CONTRA a violência.
É interessante ressaltar que há livros mostrando o sofrimento dos judeus no Holocausto, mas existem muitos outros grupos que também sofreram e pouco se é divulgado. Os próprios russos também foram massacrados durante a Segunda Guerra.
Embora o livro não se aprofunde no tema político, traz o panorama para despertar nossa curiosidade para procurar outras informações históricas.
Apesar de ser um ponto positivo no livro, os personagens são pouco tridimensionais. Quem é mal, é monstruoso e quem é bom, parece um anjo. Além da prosa em si trazer machismo e misoginia, o que me afasta muito de um sentimento bom com o livro. Quando o li pela primeira vez, tinha dezessete anos e pouco refletia sobre esses temas, mas agora sei o quanto essas questões precisam estar presentes de maneira mais responsável nos livros.
Eu gostei de reler, mas com muitas ressalvas.
Um pouco sobre o autor: Sidney Sheldon foi um novelista e roteirista. Nascido Sidney Schechtel, de pai judeu alemão e mãe judia russa, iniciou sua carreira em Hollywood como revisor de roteiros em 1937 além de colaborar em inúmeros filmes de segunda linha. Preferiu trabalhar no cinema do que na literatura por não julgar-se capaz de escrever um livro. Sheldon também escreveu musicais para a Broadway além de roteiros para a MGM e Paramount Pictures. Foi o criador de séries televisivas de grande sucesso e como escritor, um dos mais lidos e vendidos.
Alguns de seus livros publicados no Brasil são:
- A Outra Face
- O Outro Lado da Meia Noite
- Um Estranho no Espelho
- A Herdeira
- A Ira dos Anjos
- O Reverso da Medalha
- Se Houver Amanhã
- Um Capricho dos Deuses
- As Areias do Tempo
- Lembranças da Meia-Noite
- O Juízo Final
- Escrito nas Estrelas
- Os Doze Mandamentos (infanto-juvenil)
- Nada Dura para Sempre
- Corrida Pela Herança (infanto-juvenil)
- O Estrangulado (infanto-juvenil)
- Manhã, Tarde e Noite
- O Plano Perfeito
- Conte-me Seus Sonhos
- O Céu Está Caindo
- Quem Tem Medo do Escuro?
- O Outro Lado de Mim: Memórias (auto-biografia)