Ficha Técnica:
Nome Original: Tudo é Rio
Autora: Carla Madeira
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 210
Ano de Lançamento: 2014
ISBN-13: 9786555871784
Editora: Record
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Nome Original: Tudo é Rio
Autora: Carla Madeira
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 210
Ano de Lançamento: 2014
ISBN-13: 9786555871784
Editora: Record
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 37º livro lido em 2022 e foi Tudo é Rio (Carla Madeira). Depois de ouvir muitas pessoas elogiando a obra, a curiosidade não me deixou em paz até ter o livro em mãos e começar esta leitura.
O livro nos traz a história de um triângulo amoroso marcado pela infelicidade. Lucy é a prostituta mais famosa da pequena cidade. Ela é a própria subversão, uma mulher bem resolvida com sua sexualidade e que adora fazer sexo. No entanto, falta algo nela e o confronto com esse vazio se inicia ao cruzar com Venâncio no bordel em que ela reina absoluta. Ele é um homem bruto, que ousa não desejá-la. A partir daí, Venâncio se torna a obsessão de Lucy, pois ele seria o único capaz de satisfazê-la e amá-la, justamente por ser o único que se recusa a fazer isso. O amor, um rio, e a paixão, espuma, tornam-se então também uma temática relevante no enredo.
Venâncio já conheceu o amor com Dalva, e um rio corria entre eles. Para quem via de fora, o casal vivia um amor tão perfeito que parecia predestinado a acabar. O que Lucy não sabia é que Venâncio, o objeto de seu desejo, carregava a própria tragédia. Ele experimentou o amor com Dalva e o perdeu, por conta de seu temperamento explosivo – dizer mais que isso seria colocar um spoiler. Venâncio passou a ser um homem quebrado. Como conviver com o que não se pode remediar?
O que fazer com o espaço que sobra do amor perdido? A autora propõe enfrentar estas questões cruciais em sua obra, com considerações em torno do que é imponderável.
“O amor tem nome, mas não é nada que a gente possa reconhecer só de olhar. A dor a gente sabe o que é, tem lugar e intensidade que cabem na ciência. A raiva, o medo, o ódio entortam a cara com um jeito provável de se manifestar. Mas e o amor? O que é senão um monte de gostar?”
Inventivo em sua forma, o romance organiza-se por capítulos que desobedecem a ordem cronológica e vão e voltam, tal como uma série televisiva em que a câmera muda a cada cena. O tema do amor e da tragédia não tem nada de original, mas o grande trunfo desta narrativa é a forma pela qual sua linguagem poética, suave, nos conta uma história crua e dolorida.
O livro traz uma metáfora e uma investigação sobre a água, ou seja, sobre tudo aquilo que é tão potente e incontrolável. O amor, o ódio e a raiva são sentimentos que, quando represados, tensionam aquele que sente e o torna cada vez mais próximo da morte. Temos uma obra que permanece ressonando no leitor, não em sua mente racional, mas nesse intangível lugar onde mora aquilo que não conseguimos traduzir em palavras.
Um livro poderoso, com um final questionável, que eu amei ler.
Um pouco sobre a autora: Carla Madeira nasceu em Belo Horizonte em 1964. Largou um curso de matemática e se formou em jornalismo e publicidade. Foi professora de redação publicitária na Universidade Federal de Minas Gerais e é sócia e diretora de criação da agência de comunicação Lápis Raro.
Seus livros publicados no Brasil são:
- Tudo é Rio
- Véspera
- A natureza da mordida