Nome Original: A Slow Fire Burning
Autora: Paula Hawkins
País de Origem: Inglaterra
Tradução: Flavia de Lavor
Número de Páginas: 320
Ano de Lançamento: 2021
ISBN-13: 9786555873320
Editora: Record
Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 3º livro lido em 2022 e foi Em Fogo Lento (Paula Hawkins). Como adorei os outros dois livros da autora, era imperativo que eu lesse esse lançamento da autora e parti ara essa leitura muito animada.
O livro nos traz o Daniel, um jovem artista assassinado a facadas em seu próprio barco e esse é o ponto de partida do enredo. A polícia logo encontra suspeitos do crime, mas, para além do “quem”, a pergunta que não quer calar é: por quê? Conforme a trama se desenrola, descobrimos que existem mais segredos nessa história e que só eles podem trazer a verdade à tona.
O livro nos mostra como tragédias que se transformam em traumas podem guiar a vida das pessoas que passam por elas. Mais uma vez, Paula Hawkins une o thriller a doses perfeitas de dramas familiares: com a história de Laura, testemunhamos as consequências da negligência parental; já com Carla, acompanhamos uma mulher corroída pelo luto e pela mágoa; e Miriam nos mostra como uma situação traumática pode se estender por anos e anos.
Um dos pontos que mais me chamou a atenção em A Garota no Trem – o livro mais popular da autora e adaptado com sucesso para o cinema – foi o fato de que a autora retrata diversos aspectos do que é ser mulher nos dias de hoje, principalmente em relação à maternidade. Em Fogo Lento, ela o faz novamente e o que une as histórias das personagens femininas é tudo aquilo que lhes foi tirado – um filho, uma história, uma família.
Com a carismática Irene, no auge de seus 80 anos, a narrativa evidencia a condescendência com que tratamos as pessoas idosas, frequentemente subestimando-as e encaixando-as em nossos preconceitos. Sem dúvidas, um tributo e uma releitura de Miss Marple, a célebre personagem de Agatha Christie. Com todos esses elementos, a trama não deixa a desejar nos quesitos reviravoltas e manipulação. No entanto, se seguir as pistas fornecidas pela autora, é possível chegar à resolução do grande mistério, coisa que eu particularmente não fiz, mas ao analisar a narrativa em retrospecto, percebi as pistas deixadas no caminho.
Explorando a linha tênue que existe entre responsabilidade e culpa, o novo livro de Paula Hawkins também nos faz questionar: até que ponto vale fazer justiça com as próprias mãos se a justiça em si é tão subjetiva e a verdade, tão escorregadia. Difícil dizer. Mas fato é que, mesmo no livro, as dores e mágoas inevitavelmente levantam fervura, podendo queimar tudo ao seu redor.
Eu gostei muito!
Um pouco sobre a autora: Paula Hawkins nasceu em 26 de agosto de 1972, no Zimbabwe. Aos 17 anos, se mudou com a família para Londres, onde foi estudar filosofia. Foi jornalista financeira durante 15 anos antes de se dedicar totalmente a escrita.
Seus livros publicados no Brasil são:
• A Garota no Trem
• Em Águas Sombrias
• Em Fogo Lento