Teoricamente Princesa (Alyssa Cole)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021


Ficha Técnica:
Nome Original: A Princess in Theory
Autora: Alyssa Cole
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Fernanda Cosenza 
Número de Páginas: 304
Ano de Lançamento: 2020
ISBN-13: 9786555351095
Editora: Essência
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 97° livro lido em 2021 e foi Teoricamente Princesa (Alyssa Cole). Desde que vi a capa do livro me interessei por este romance em função da representatividade e embora eu tenha me confundido em um primeiro momento com um possível reconto da Cinderela, sabia que a história tinha um grande potencial de me agradar porque as indicações eram muito positivas.

O livro nos traz Naledi Smith que trabalha duro para manter sua vida e seguir com sua carreira na área científica. Dividida entre a pós-graduação e o trabalho como garçonete, ela não tem muito tempo livre — ainda mais para dar atenção aos e-mails de spam que recebe informando que ela é uma princesa, noiva de um príncipe de um país na África. O príncipe Thabiso, por sua vez, precisa encontrar sua esposa o quanto antes, por pressão do povo de Thesolo. Quando ele resolve ir até Nova York em busca de Naledi, ela o confunde com um plebeu. Ele, tendo pela primeira vez a chance de ser conhecido como um homem sem o peso de seu título, resolve embarcar na mentira para tentar conquistá-la.

O enredo me fisgou desde as primeiras páginas por conta da escrita leve e divertida da autora. Em terceira pessoa, a narrativa se alterna entre as perspectivas de Naledi e Thabiso, permitindo que o leitor contraste os pensamentos e sentimentos deles. Foi ótimo ver como a voz de cada um está presente em suas narrativas: a de Naledi, recheada de referências científicas, ligadas ao seu dia a dia; a de Thabiso, com um claro tom de arrogância, típica de quem ocupa uma alta posição de poder, tendo sido servido por toda a vida. Além disso, as trocas de mensagens, repletas de emojis, além dos próprios e-mails dão um tom ainda mais gostoso para a narrativa. 

A construção dos personagens e da trama como um todo é um dos trunfos da narrativa. A autora insere detalhes ao longo do enredo com muita habilidade, deixando-o mais crível e concreto, sem perder o tom de leveza da história. Mesmo com seu tom arrogante, Thabiso é um bom homem, apesar da mentira contada para Naledi. A autora soube como mostrá-lo como alguém de fato preocupado com seu povo e que, ainda assim, cresce ao longo da história ao encarnar um papel de plebeu, vivendo uma vida que nunca foi sua. Por conta de toda sua infância, Naledi é uma mulher marcada pela insegurança e rejeição, reforçadas em sua rotina no laboratório, onde é sempre rebaixada por um colega homem, o que demonstra muito bem várias situações de machismo no ambiente de trabalho, ainda mais em áreas nas quais ainda há um predomínio de atuação masculina ou por sua própria melhor amiga, cuja relação com Naledi é um tanto quanto controversa. Apesar do incômodo que senti por essa amizade, gostei de como a autora mostrou o lado conflituoso que pode existir entre amigos.

Mesmo sendo ágil, a história permite um envolvimento com o casal de maneira que o surgimento da paixão não apenas nos convença como também nos faça torcer por eles, ansiosos por cada desdobramento. O romance me conquistou, assim como seu desenvolvimento, além das temáticas presentes na história. Há um caráter inegavelmente político na obra, mesmo que não aprofundado ou a ponto de ser o centro do enredo. Thesolo é um país que resistiu à colonização, o que dá uma força muito grande para o livro — poderoso por si só por ser um conto de fadas moderno protagonizado por personagens negros. Há também diversidade entre os personagens — seja pela assistente de Thabiso, LGBT, ou pela irmã da melhor amiga de Naledi, pessoa com deficiência. Os próprios conflitos políticos presentes na trama e defendidos por Thabiso são uma representação da política mundial sob a lógica capitalista, na qual o interesse pelo lucro leva à exploração em diversos âmbitos e, também, à exacerbação da desigualdade social, sentida por Thabiso enquanto se finge de plebeu. Por fim, as próprias dificuldades que Naledi encontra pela falta de incentivo à Ciência são um retrato de problemas encontrados atualmente. Aliás, o livro deixa claro a importância de epidemiologistas, como Naledi, o que conversa conosco especialmente durante o momento de pandemia de Covid-19.

Em linhas gerais, adorei Teoricamente Princesa por ter sido uma leitura que me entregou um pouco de tudo: cenário político-social, protagonismo negro e, principalmente, um romance fofo e gostoso de ler. Leitura ideal para quem procura um bom envolvimento, temperado com toques de temáticas mais do que relevantes.

Teoricamente Princesa é o primeiro livro da série Reluctant Royals de romance contemporâneo de Alyssa Cole, na qual cada volume traz uma história independente, com os diferentes personagens tendo participações ao longo dos livros. Nos EUA, há três romances e duas novelas publicadas até o momento.

Eu adorei!!!



Um pouco sobre a autora:
Alyssa Cole é autora premiada de romances históricos, contemporâneos e de ficção científica. Seus livros foram aclamados por veículos como The New York Times, BuzzFeed, Kirkus Reviews, Entertainment Weekly, Library Journal, Booklist e Vulture. Quando não está trabalhando, em geral pode ser encontrada assistindo a animes ou passeando com seus animais de estimação. 

Seus livros publicados no Brasil são: 
  • Teoricamente Princesa
  • Uma União Extraordinária
  • Quando Ninguém Está Olhando
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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