Anna Karenina (Leon Tolstói)

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Ficha Técnica:

Nome Original: Anna Karenina
Autora: Leon Tolstói
País de Origem: Rússia
Tradução: Oleg Almeida
Número de Páginas: 856
Ano de Lançamento: 1877
ISBN-13: 9788544002506
Editora: Martin Claret 
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 45º livro lido em 2021 e foi Anna Karenina (Leon Tolstói). Meu interesse pelo livro surgiu quando me dei conta que nunca havia lido nada de origem russa e como este livro estava em diversas leituras coletivas pelo youtube e instagram, decidi me desafiar a ler.

O livro nos traz Anna Karenina, uma aristocrata casada que se envolve em um caso extraconjugal com o conde Vrónski e experimenta as virtudes e tristezas de um amor profundo, porém recheado de conflitos. A história começa com Anna chegando à casa do seu irmão, Stepan, que vive uma situação difícil com a esposa, Dolly. Anna intervém na situação, que de certa forma é um reflexo do que ela mesma viverá em breve.


No entanto, o caso amoroso da protagonista reflete na vida de muitas pessoas ao seu redor, especialmente seu marido, Aleksei Aleksándrovich. O marido de Anna é um homem frívolo, distante e covarde e mesmo em alguns momentos de suposta fragilidade e compaixão durante toda a narrativa, ele se mantém como um dos personagens mais odiosos do livro.

Já Vrónski é um personagem ambíguo: ao mesmo tempo em que nutre uma paixão imensa por Anna, também tem vergonha por sua situação. Ele ama a mulher, mas não consegue aceitar o fato de que não consegue mais viver em sociedade. No início da história, ele assemelha-se mais a um homem libertino, conquistador e orgulhoso; mas no decorrer da narrativa, torna-se mais distante do leitor e o autor o mostra sob um novo olhar: um homem maduro e cansado de viver em uma situação complicada ao lado de Anna.



Já Anna é constantemente julgada por ter deixado o marido para viver uma aventura e começa a sofrer as consequências desse ato. Separada do filho, ela batalha com seus conflitos internos: será que fez a escolha certa? Como conviver com tantos amores, dissabores e frustrações? O amor pelos filhos supera o amor por Vrónski? O ciúme doentio também perpassa os pensamentos da personagem o tempo todo, levando-a a tomar decisões muito confusas durante toda a trama.

Confesso que os trechos que envolvem o personagem Liévin são os momentos mais cansativos do livro. Apesar de diálogos interessantes em determinadas passagens, principalmente nas conversas de Liévin com seu irmão a respeito de economia, política, filosofia e religião, o personagem é enfadonho na maior parte da história. 

Anna Karenina não é um livro somente sobre adultério ou relacionamentos, mas uma história que nos apresenta relações familiares com todos os conflitos, além das tristezas, sofrimentos e alegrias pelas decisões das personagens, sejam elas egoístas ou não. Durante a leitura, observei que a complexidade dos relacionamentos é o que mantêm o leitor envolvido nas mais de 800 páginas.


Outro aspecto bem marcante é o tom de ironia utilizado pelo autor no decorrer da história. Seu jeito de satirizar determinadas emoções e pensamentos é tão sutil que me lembrou um pouco Jane Austen. É também importante notar que acompanhamos a evolução e o crescimento de cada personagem durante a leitura. No início, agem de determinada maneira e ao final do livro são pessoas completamente diferentes e ainda mais complexas, tornando Anna Karenina uma espécie de romance de formação de diversos personagens.

A trama do livro é simples: relações humanas e a expectativa da sociedade sobre todos, mas seu trunfo está em fazer destas relações algo atemporal, presente em qualquer cultura e classe social.

Eu gostei!!!


Um pouco sobre o autor:
Leon Tolstói é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Além de sua fama como escritor, Tolstói ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza. Junto a Fiódor Dostoiévski, Gorki e Tchecov, Tolstói foi um dos grandes da literatura russa do século XIX. Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples. 

Alguns de seus livros publicados no Brasil:

  • Guerra e paz
  • Anna Karenina
  • Ressurreição
  • A morte de Ivan Ilitch
  • O que é arte? 
Comentários
5 Comentários

5 comentários :

  1. Oi Ivi!

    Eu sou suspeita pra falar sobre escritores russos pois comecei a me interessar por eles ainda adolescente e gosto muito de toda a profundidade das histórias e de como eles narram a história. Esse livro eu li faz um bom tempo, inclusive quero reler. Adorei saber suas considerações sobre o livro e fico feliz demais que tenha gostado!!

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  2. Olá, tudo bem ?
    A literatura Russa é de fato incrível, eu já li alguns e gosto muito também.
    Eu li Anna Karenina tem alguns anos e achei incrível, eu era muito nova e na época lembro que achei um livro díficil e ao mesmo tempo o máximo. Falei que leria de novo e nunca fiz.
    Mas como você citou, eu gosto da forma como o autor coloca o crescimento e o amadurecimento dos personagens no decorrer da obra.
    Beijos

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  3. Oi, tudo bem? Sempre ouvi muitos elogios sobre a literatura russa mas ainda não tive oportunidade de conhecer mais profundamente nem ler nenhuma obra. Inclusive num clube do livro que conheci recentemente eles estão pensando em ler essa obra. Interessante o autor usar esse tom de ironia. Espero ler em breve. Um abraço, Érika =^.^=

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  4. Oi, Ivi! Tudo bem?
    Eu nunca li nada da literatura russa, mas tenho curiosidade. Esse livro é um dos que mais chama a minha atenção, principalmente porque quero assistir a adaptação e prefiro ler antes. Além disso, meu pai leu outros do autor e elogiou a escrita dele. Gostei de ver suas considerações sobre o livro e saber desse tom de ironia que o autor adota, porque é algo que gosto muito. Espero ler em breve!
    Beijos

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  5. Olá Ivi, tudo bom?
    Esse é um livro que tenho muita vontade de ler, mas tenho um certo problema com clássicos russos rs No entanto, adoro livros sobre relações humanas e é isso o que mais me chama atenção em Anna Karenina. Gostei de saber da forma como os personagens foram construídos e também das partes um tanto enfadonhas envolvendo Liévin. Quando tomar coragem já vou preparada para elas! rs Adorei a resenha!
    Beijos!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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