Um Farol no Pampa (Letícia Wierzchowski)

segunda-feira, 6 de julho de 2020

FICHA TÉCNICA
Nome original: Um Farol no Pampa
Autora: Letícia Wierzchowski
País de origem: Brasil
Número de páginas: 462
Ano de Lançamento: 2007
ISBN-13: 9788528622058
Editora: Bertrand

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 45º livro lido em 2020 e foi Um Farol no Pampa (Letícia Wierzchowski). Este livro é a sequência do grande sucesso A Casa das Sete Mulheres. Quando me interessei pelo primeiro livro, não sabia que se tratava de uma trilogia e como a leitura do primeiro foi muito positiva, era imperativo ler o segundo. Por isso, parti para esta leitura muito empolgada.

Talvez esta resenha possua spoilers do primeiro volume da trilogia

Com o término da Revolução Farroupilha em 1845 e a vitória do Império, os farroupilhas se viram derrotados não só pelo confronto, mas pelo tempo que investiram em uma guerra que empobreceu seus lares e afastou suas famílias. As mulheres puderam se ver livres de seus confinamentos, porém carregariam por muito tempo as feridas emocionais que a guerra trouxe.

O livro começa em 1902 com Antônio Gutierrez embarcando para o sul do Brasil e levando em sua mala o testamento do pai, Matias, que deixou uma parte de sua vida para ele: uma pequena terra nos pampas gaúchos e algumas cartas amareladas pelo tempo que revelariam a essência do pai ao jovem. 

Paralelamente a esta história, somos levados a acompanhar a jornada de Matias, desde garoto até seus últimos dias de vida como o filho proibido de Mariana, uma das mulheres confinadas no primeiro livro. Sua história está sempre ligada a das sete mulheres e, futuramente, a de seu amor Inácia. Enquanto seu destino segue, o Brasil caminha para a guerra do Paraguai. 

Um Farol no Pampa é, acima de tudo, um caminho entre lembranças e acontecimentos entre passado e futuro e a narrativa de uma vida dedicada à espera, em vários aspectos. Mais uma vez a autora lança mão de detalhes com o objetivo de chocar o leitor, o que me deu a sensação de que nem os personagens eram donos de sua própria história.

A história é contada como pequenos “contos”, cada um narrando a jornada de um personagem, de entes queridos que vem e vão, criando uma teia entre cada um destes enredos. A característica mais forte foi a descrição detalhada da autora, não só de locais, mas de sentimentos e este é o ponto mais forte de expressão da narrativa. 

Conforme a leitura avançava, eu tinha uma sensação de enrolação muito grande! Todas as pessoas que sobreviveram no primeiro livro morreram no segundo e isso me deixou angustiada, porque ainda que tivesse plena noção disso devido ao intervalo de tempo bem pontuado, não achei necessário, porque queria conhecer os personagens desta história e não os que estavam no outro livro, cujas histórias já haviam sido contadas. 

Outro ponto que me incomodou um pouco foi romancear a guerra do Paraguai, colocando o Brasil como vítima o tempo todo. Com um pouquinho de história, a gente entende que o Brasil assolou o Paraguai e temos pouquíssima consciência disso.

Achei o livro bem inferior ao primeiro e não me trouxe tantas emoções ou envolvimento. Descobri que este livro só surgiu em função do sucesso do primeiro, não era a intenção original da autora dar continuidade a esta história e isso é facilmente perceptível durante a leitura, o que me deixou muito desapontada, mas ainda assim, pretendo concluir a trilogia.

É interessante ressaltar que independente da guerra, seja a que conduziu o livro anterior ou a que deu voz a este livro, vemos uma família sendo levada pela tristeza e por perdas que nos fazem refletir sobre o quão essas guerras são nocivas.

Esperava gostar mais!


Um pouco sobre a autora: Antes de se dedicar às letras, começou a cursar a faculdade de arquitetura, que não chegou a completar. Foi proprietária de uma confecção de roupas e trabalhou no escritório de construção civil de seu pai. Enquanto trabalhava neste último emprego, começou a escrever ficção. Seu romance de estreia, publicado em 1998 e relançado em 2001, O Anjo e o Resto de Nós, conta a saga da família Flores, ambientada no início do século XX no interior do Rio Grande do Sul. Atualmente a autora trabalha com a literatura e o cinema. Algumas de suas obras publicadas são:

  • Desaparição
  • O menino que comeu uma biblioteca
  • O Primeiro e o Último Verão
  • Travessia
  • Um Farol No Pampa
  • Navegue a lágrima
  • Coração de Mãe Sal
  • Neptuno
  • Os Getka
  • Os Aparados
  • A Casa das Sete Mulheres
  • Era outra vez um gato xadrez
  • De um grande amor e de uma perdição maior ainda
  • O menino paciente

Comentários
9 Comentários

9 comentários :

  1. To tentando entender porque matar os personagens..
    Gente, mas são eles que sempre ligam os livros.
    To chocada sério. Acho que nem precisava então de continuação

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  2. Olá, tudo bem? Tenho muita curiosidade de ler os livros da autora; já fui num bate-papo com ela que teve na minha cidade e ela é muito querida. É uma pena que esse livro não tenha sido tão bom.

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  3. Oii!

    Primeiramente parabéns pelo número de leituras, espero que continue nesse ritmo, poxa que pena que a leitura foi ruim. eu tbm não entendo essa necessidade de matar todo mundo, principalmente quando há uma ligação entre duas obras.
    A questão histórica tbm é importante que se tenha cuidado né? vai que alguém começa a se basear pelo livro dela.

    Enfim, não fiquei com vontade de ler.

    Beijinhos,
    Ani,
    www.entrechocolatesemusicas.com.br

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  4. Oi, Ivi!
    Eu gosto muito das suas resenhas, pois elas são muito sinceras e acho isso muito importante.
    Sobre o livro e a autora, eu ainda não li nada dela, mas tenho o primeiro livro dessa trilogia (que inclusive é o livro mais famoso dela, não?). É uma pena que o segundo tenha sido tão abaixo, mas realmente deve ter sido por causa da pressão da editora. Quando o autor não quer continuar com mais livros e a editora força, nunca sai bom.
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2020/07/resenha-antes-da-festa-um-role-pelo.html

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  5. Ainda não conhecia essa obra, mas pela capa, ela já me chama atenção. Uma pena que o livro não tenha te agradado e que tenha ficado perceptível que não era para a história surgir. Isso é muito ruim quando acontece e confesso que a premissa do livro é bem interessante. Mas gostei da sua sinceridade e de saber um pouquinho mais.

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  6. Olá, tudo bem? Eu não sabia que o livro A Casa das Setes Mulheres tinha continuação e ainda mais é trilogia, chocada haha Poxa uma pena a leitura não ter funcionado, mas entendo o sentimento de frustração com uma história cheia de enrolação e fatos não tão verídicos. Ótima e sincera resenha!
    Beijos

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  7. Oi Ivi!
    Não li A casa das sete mulheres, mas ouvi falarem muito bem dessa obra, vejo alguns autores darem continuação em suas obras porque o anterior foi recorde de vendas, acho muito desnecessário isso, pois as vezes é só para "encher linguiça" se o anterior tem um final e perfeito, acaba estragando a obra inteira, enfim. É uma pena que este não tenha te conquistado e que o livro falhou em vários aspectos, mas agradeço por sua resenha e por sua sinceridade. Bjs!

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  8. Oi, não sabia que a continuação só surgiu por causa do sucesso do primeiro livro... Achava interessante a questão histórica, pena que foi romantizado dessa forma. Mas, sua resenha ficou ótima!

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  9. Olá Ivi!!!
    Eu tenho vontade de ler "A Casa das Sete Mulheres" por ter sido uma das séries que marcou minha infância e até hoje guardo na memória, não sabia que se tratava de uma trilogia e mesmo com sua ressalvas sou curiosa para saber mais sobre o livro e conhecer esses personagens mesmo a autora defendendo algo que não dar para se ignorar.
    Adorei a resenha e sua sinceridade acerca do livro!!!

    lereliterario.blogspot.com

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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