Plurais: Uma Antologia Protagonizada Por Pessoas Com Deficiência

terça-feira, 9 de junho de 2020

Ficha Técnica:
Nome Original: Plurais: Uma antologia protagonizada por pessoas com deficiência
Autores: Adriel Christian, Amanda Lomba, Andressa Schmidt, Cris Soares, Daiana Caula, Dayane Borges, Eduardo Tadeu, Eline Sato, J. F. Miranda, Janaina Schussler, Jariane Ribeiro, Larissa Rumiantzeff, Lino, Madu Machado, Marina Mafra, Paulo Narley, Triz Santos, T. S. Rodriguez, Taua Lima Verdan Rangel, Vander Christian.
Organizadoras: Thati Machado e Vanessa Nunes
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 184
Ano de Lançamento: 2020
ISBN: 978-65-990859-0-1                             
Editora: Se Liga

Fiquei bem empolgada quando soube do lançamento dessa antologia, pois ainda que vários livros apresentem personagens com alguma deficiência, não tinha visto nenhum em que todos os protagonistas fossem pessoas com deficiência e representatividade sempre importa! Comprei o livro físico na pré-venda e estava ansiosa para iniciar a leitura.

O livro é composto de 20 contos curtos em que os protagonistas são pessoas com deficiência física, visual, auditiva ou múltipla. Os contos apresentam situações diversas como adolescentes descobrindo o primeiro amor, os desafios na escola, faculdade e na vida adulta em geral e até uma releitura de Rapunzel (em que a protagonista tem síndrome de Down). Como não poderia faltar, também são abordadas as dificuldades enfrentadas devido ao preconceito, falta de empatia e de acessibilidade.

Vou destacar meus cinco contos preferidos por ordem de leitura:

Luke (Daiana Caula): Protagonizado por Jane, diretora financeira bem-sucedida, que namora John. O detalhe importante e especial do conto é a narração feita por seu cão-guia Luke.

Amor sem barreiras (Andressa Schmidt): Narrado por Emanuelly, que perdeu os movimentos da cintura para baixo após um acidente de carro. A descrição da reação dela me pareceu forte e gostei muito da atitude do namorado, que buscou o melhor para ela em todos os sentidos.

Múltiplas Façanhas (Marina Mafra): Narrado por Camila, que amava dançar com Pedro no Centro de Tradições Gaúchas e acreditava não ser mais possível fazê-lo devido a esclerose múltipla. Esse foi meu conto preferido do livro, pois Pedro mostrou a Camila que ainda era possível dançar, simplesmente de outra forma. A autora menciona que foi diagnosticada com esclerose múltipla, o que me fez pensar se o conto foi uma situação real vivida por ela.

Me identifiquei demais com a situação, lembrei do meu pai pregando um tênis no pedal da minha bicicleta para que eu pudesse pedalar e também das incontáveis vezes em que familiares, amigos e até desconhecidos me ajudaram de alguma forma a viver momentos especiais e importantes que podem ser mais complexos devido a deficiência, mas não impossíveis.

Antes do fim (Vander Christian): Narrado por Mariano, que deseja encontrar a casa do escritor Luiz Alberto para questionar sobre o final do romance Em queda, protagonizado por um personagem cego como ele. Além da importante descrição real da falta de acessibilidade nas ruas pelo caminho percorrido por Mariano, o tema do conto é muito original, afinal, todos nós leitores já tivemos esse desejo de questionar o escritor por um final inesperado ou que não tenha nos agradado por algum motivo.

Essência (Eline Sato): Narrado por Julia, que sente muito a morte do pai (seu maior incentivador) e relata abusos psicológicos de professores e “amigos” durante a infância por não ter os dedos da mão direita. A atitude da mãe dela é absurda, inadmissível, fiquei muito irritada! Como se não bastasse, enfrenta uma nova situação inesperada com o namorado, mas esse fato a faz tomar coragem para viajar, aprender e viver novas experiências, o que a ajuda futuramente.

Alguns contos relatam o uso da antiga rede social Orkut, o que me fez sentir saudade dessa época e senti falta de contos com protagonistas com deficiência mental e intelectual. Notei um erro no primeiro conto (O menino que queria ser invisível), em que o nome do personagem está errado na edição física, mas já consta corrigido na versão e-book disponível na Amazon.

Gostei mais de alguns contos do que outros, mas fiquei muito feliz por ver pessoas com deficiência como protagonistas, demonstrando fraquezas e dificuldades, mas acima de tudo força de vontade e coragem para encarar a vida, me senti representada em diversas situações. Recomendo!
Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. Feliz demais que tenha gostado da antologia!! O projeto é muito maravilhoso!! E claro, fiquei feliz que tenha gostado do meu conto.
    Obrigado pelo apoio. E boa leitura sempre!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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