Coisas que Ninguém Sabe (Alessandro D’Avenia)

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Ficha Técnica:
Nome Original: Cose Che Nessuno Sa
Autor: Alessandro D’Avenia
Tradução: Joana Angélica D’Ávila Melo
País de Origem: Itália
Número de Páginas: 378
Ano de Lançamento: 2013
ISBN-13: 9788528616507
Editora: Bertrand Brasil

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 58º livro lido em 2019 e foi Coisas que Ninguém Sabe (Alessandro D’Avenia). Este livro foi a minha segunda escolha para a ação de ler livros que estão parados na minha estante há muito tempo. Ganhei este livro no natal de 2013 e na época era um dos livros que eu mais queria no momento. Não sei explicar exatamente o que me fez deixar este livro na estante sem ser lido, apenas sei que lendo sua sinopse agora, percebi que estava deixando passar uma obra de arte em forma de livro.

O livro nos traz a Margherita, uma adolescente que vai iniciar o Liceu, equivalente ao nosso ensino médio na Itália. Está apreensiva com os novos amigos, a nova escola e, principalmente com as dificuldades que marcam a passagem da infância para a adolescência. Além deste desgaste natural, ela ainda tem um aditivo: a dor que sente pelo abandono do pai que foi embora de casa sem dar explicações. 


De antemão, quero avisar a possíveis leitores: este não é um livro cheio de ação e aventura e acho inviável ler tudo de uma vez. É um livro para ser saboreado e apreciado lentamente. O livro traz uma narrativa que por muitas vezes necessitará de pausas e suspiros porque encerra reflexões e convida o leitor a pensar na vida, nas dores, nos valores e nos amores. É leitura recomendada para quem quer a profundidade das palavras, quem aprecia a construção perfeita das frases, quem gosta de divagar no pensamento do autor. Mesmo a narrativa sendo menos ritmada, percebemos o quanto o autor é criativo! Não do tipo que inventa coisas, mas que as recria, dá significados novos, olha profundamente para algo que se vê todo dia e mal se percebe. 

O enredo trazido em terceira pessoa alterna três personagens, embora Margherita seja a principal. Giulio é um adolescente da nova escola de Margherita, mais velho e, como dizem por estas bandas, foi ‘talhado na dor’. Não tem família, usa a solidão como couraça para se proteger das crueldades da vida. E temos o Professor, assim mesmo, sem nome, apaixonado pela literatura e se refugia nos livros para não enfrentar a realidade. É adulto, mas se nega a crescer. É apaixonado pela namorada, mas se acovarda diante do desejo dela de casar e formar uma família. Tenta a todo momento inserir em seus alunos a sua paixão pela literatura.


Personagens secundárias dão uma cor incrível à vida de Margherita, como a amiga Martha, o irmão Andrea e a avó Teresa.

O livro original foi escrito em italiano e algumas frases se mantém neste idioma sendo traduzidas em notas de rodapé, intensificando as palavras na sua língua mãe. A história se passa em Milão, mas existe uma viagem até a Sicília e tudo é descrito de forma maravilhosa, despertando no leitor o desejo imediato de estar no mesmo cenário do livro.

O autor nos conta uma história sensível e emocionante, em que as personagens vão amadurecendo gradualmente, experimentam a dor, o amor e o medo e correm riscos. No encontro entre elas, as descobertas são transformadoras e cada uma acrescenta algo especial. Assim, cria personagens tridimensionais, tão humanizadas pelas tentativas de acerto quanto pelas atitudes em busca da felicidade.


O livro relata sobre a vida, sobre nossa relação com o outro e com nós mesmos. Como aprendemos com as experiências, sejam boas ou más. Usando metáforas ao longo da prosa, como a da formação da pérola que só se forma após a provocação do predador, reflete conosco que é preciso experimentar a vida em sua plenitude, mesmo sendo um processo tão doloroso quanto valioso. Dá espaço para que cada um imagine, reflita e (re)construa suas questões pessoais. São as ‘coisas que ninguém sabe’ e que desejamos conhecer que torna nossa passagem pela vida algo digno de ser vivido.

Como disse no início dessa resenha, descobri parado na minha estante uma obra de arte em forma de livro.

Amei.


Um pouco sobre o autor: Alessandro D’Avenia nasceu em Palermo, em 1977. Apaixonou-se pelos livros e pelas histórias ainda criança. Aos 18 anos foi viver em Roma para concluir o curso de Estudos Clássicos. Concluída a licenciatura, começou a ensinar, concretizando um sonho muito antigo. Seguiu-se o doutoramento, que o fez perceber que preferia o ensino à investigação e por isso mesmo frequentou um curso de especialização nessa área. A vontade de contar histórias o levou a mudar-se para Milão onde estudou guionismo. Seus livros publicados no Brasil são:
    • Branca como o Leite, Vermelha como o Sangue
    • Coisas que Ninguém sabe
    • O que o Inferno não é
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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