Ficha Técnica:
Nome Original: 엄마를 부탁해
Autora: Kyung-Sook Shin
Tradução: Flavia Bussler
Número de Páginas: 240
Ano de Lançamento: 2011
ISBN13: 9780307593917
Editora: Intrinseca
SKOOB | GOODREADS | Compre na AMAZON
Nome Original: 엄마를 부탁해
Autora: Kyung-Sook Shin
Tradução: Flavia Bussler
Número de Páginas: 240
Ano de Lançamento: 2011
ISBN13: 9780307593917
Editora: Intrinseca
SKOOB | GOODREADS | Compre na AMAZON
Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 69º livro lido em 2022 e foi Por Favor, Cuide da Mamãe (Kyung-Sook Shin). Peguei a indicação deste livro no canal da Patrícia Lima, que o elogiou muito quando leu e eu senti que seria um livro que poderia me agradar.
O livro traz a história de uma mulher idosa, mãe de cinco filhos adultos, moradora do interior do Coréia do Sul que desaparece na estação do metrô ao chegar a Seul. Park é casada há mais de 50 anos e o marido não percebe o sumiço, pois supunha que ela o seguia, alguns passos atrás, como sempre. O desaparecimento é um mistério. Os filhos, em especial a filha solteira, tomam iniciativas para localizar a mãe, desde a distribuição de panfletos e cartazes até posts na internet. Ninguém consegue decidir qual foto da Mamãe devem usar. Todos concordam que deve ser a mais recente, mas ninguém tem uma foto recente dela. Alguém lembra que em determinado momento Mamãe começou a detestar que a fotografassem e fugia até dos retratos de família.
A história começou de uma forma inusitada para mim. O narrador “dialoga”, mas não com o leitor, e não necessariamente o tempo todo. Creio que me acostumar com o tipo de narrativa foi a minha maior dificuldade com o livro e não é que seja difícil. Você poderá ler o livro normalmente e entender tudo, só que me causou estranhamento por ser algo completamente novo para mim.
O livro é dividido em 5 capítulos, cada um com um narrador diferente. No Capítulo Um, “Ninguém sabe”, o narrador dialoga com a filha mais velha, escritora. A consciência da personagem a cobra por não ter dado a devida atenção a mãe enquanto estava próxima a ela.
No Capítulo Dois, temos algo um pouco mais convencional: narrador em terceira pessoa e somos apresentados ao filho mais velho e aparentemente também o mais querido por todos. O Capítulo Três nos leva a conhecer o marido de Park, e foi para mim um dos capítulos mais desesperadores, porque não tem como não ficar indignado com a forma como ele sempre tratou sua mulher. Ainda que tenham se casado da forma antiga (casamento arranjado), vemos muito bem traçado não apenas o machismo, mas a insensibilidade de seu esposo, que pelo menos reconhece após o desaparecimento de Park, como era feliz e sortudo. Finalmente, no Capítulo Cinco, “Epílogo: Rosário de pau-rosa”, volta-se à narrativa com Chi-hon, tal qual no Capítulo Um, fechando lindamente o livro, mas ainda nos deixando assombrados e com muitas dúvidas: será que estamos todos cuidando bem de nossas mães?
Cada capítulo traz um narrador diferente: os filhos, o marido e a própria mãe desaparecida, um capítulo revelador e muito surpreendente.
Em todos os capítulos, independente de sobre quem recaia o ponto de vista ou a quem somos apresentados, na verdade, conhecemos mais e mais quem era Park. Ela não era apenas mãe e esposa, era muito mais, mas seus filhos e marido só reconhecem esse fato depois que a perdem e começam a refletir sobre quem ela realmente era e percebem que não conheciam sua própria mãe.
No livro, não se vê nenhuma intenção de “endeusar” a mãe, mas de mostrá-la em sua individualidade: imperfeita, com medos, dores, problemas pessoais e segredos. Além do orgulho dos filhos, do amor e preocupação por eles, mas também, com uma vida independente e desconhecida de seus familiares, e aliás, muito solitária.
Foi uma leitura ao mesmo tempo bela e sofrida. Não acredito, de verdade, que alguém termine esse livro convencido de que é um filho exemplar. Ao longo dessa leitura, foi inevitável pensar em minha mãe, em minha avó e até em outras mães.
É um livro que fala sobre o amor de uma mãe silenciada pelos afazeres do dia a dia, que não esperava nada dos seus filhos, mas que ainda assim, recebeu pouquíssimo em troca.
Triste, melancólico, mas muito intenso.
Um pouco sobre a autora: Kyung-Sook Shin, autora de diversos romances e uma das escritoras mais lidas e aclamadas da Coreia do Sul, recebeu os prêmios Manhae Grand de Literatura, Dong-in Literary, assim como o francês Prix de l'Inaperçu. "Por favor, cuide da Mamãe", seu primeiro livro lançado no Brasil, foi publicado em 23 países e já vendeu mais de 1,5 milhão de cópias. Shin divide seu tempo entre Seul e Nova York, onde atualmente é professora visitante na Columbia University. No Brasil, apenas Por Favor, Cuide da Mamãe foi publicado.