Título Original: The Ballad of Songbirds and Snakes
Ano de Produção: 2023
Lançamento no Brasil: 15 de novembro de 2023
Duração: 157 minutos
Gênero: Aventura e Ação
País de Origem: Estados Unidos da América
Classificação Etária: 14 anos
Direção: Francis Lawrence
Elenco: Mackenzie Lansing, Max Raphael, Michael P. Greco, Nick Benson, Peter Dinklage, Scott Folan, Viola Davis e Zoe Renee.
Ano de Produção: 2023
Lançamento no Brasil: 15 de novembro de 2023
Duração: 157 minutos
Gênero: Aventura e Ação
País de Origem: Estados Unidos da América
Classificação Etária: 14 anos
Direção: Francis Lawrence
Elenco: Mackenzie Lansing, Max Raphael, Michael P. Greco, Nick Benson, Peter Dinklage, Scott Folan, Viola Davis e Zoe Renee.
Sinopse: Anos antes de se tornar o presidente tirano de Panem, Coriolanus Snow era um jovem charmoso que vê sua chance de mudar a vida ao ser escolhido como um mentor na décima edição dos Jogos Vorazes, mas seus planos entram em risco quando descobre que terá que cuidar de uma tributa do empobrecido Distrito 12, sem muitas chances de vitória.Oi gente que ama livros, hoje trago para vocês os meus comentários sobre Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes que é um prelúdio – ou prequel – para uma das sagas mais conhecidas da modernidade. Acompanhamos, então, a juventude e eventual ascensão de Coriolanus Snow, desde os tempos da revolução até a 10ª edição dos Jogos Vorazes, quando problemas começaram a surgir no horizonte.
Quando se fala de “necessidade” ou “razão para existir” no discurso da cultura pop dessas últimas décadas, saturadas de prequels, reboots e spin-offs, perde-se um pouco o ponto do cinema. Acontece que arte nenhuma precisa ter razão para existir – ela é uma razão em si mesma, e imputar a ela uma necessidade tem contribuído para a rotina entediante das grandes franquias hollywoodianas.
Por isso, proponho logo de cara que Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes muito obviamente não precisava existir. Nenhum filme realmente precisa, mas um que explora o passado do antagonista autoritário de uma saga distópica adolescente que já e reiterou toda sua contribuição discursivo-ideológica para a cultura pop em três livros e quatro filmes lançados mais de uma década atrás… bom, esse filme precisa ainda menos. Diante desse descarte imediato do necessário, sobra então tentar estabelecer o que A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes tem de interessante, o que ele faz bem e quais ideias ele busca explorar ou despertar no espectador.
E me parece que a resposta para todas essas questões começa e termina em um nome só: Francis Lawrence. O cineasta assumiu a franquia Jogos Vorazes a partir de Em Chamas, dirigindo todos os longas que vieram depois, mas o domínio indiscutível do universo de Panem é uma parte muito pequena do que faz seu trabalho ser tão integral para o sucesso de A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.
No dilema entre o tirano monstruoso que já nasceu assim e aquele que foi criado pela sociedade, trabalhado didaticamente pelo roteiro só para desaguar em um pessimismo típico de Jogos Vorazes, Lawrence usa todo o seu poderio estético para propor que o buraco é mais embaixo – que a questão é cultural, mas que a responsabilidade é particular. É uma visão infinitamente mais oportuna para os tempos complexos da contemporaneidade do que o comprometimento sombrio que os roteiristas extraem do livro de Suzanne Collins, incapaz ou indisposta a se atualizar e evoluir para além de uma pretensa maturidade que pode ter sido surpreendente nas décadas passadas, dentro do espaço da ficção juvenil, mas que pouco impressiona atualmente.
Essa, no fim das contas, é a maior falha de A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes: ela é uma história cansada. Por isso as quase 2h40 de filme me incomodaram, por isso a queda de pique do terceiro ato faz pensar que talvez fosse melhor terem feito uma minissérie, ou dois longas; por isso o utilitarismo do arco de Lucy Gray, pouco mais do que acessório no de Snow e abandonado na metade, abre espaço para críticas justas de representatividade; por isso que a caricatura macabra de Viola Davis e o retrato minucioso de arrependimento de Peter Dinklage não são o bastante para levantar as partes mais óbvias do filme.
Porque não há pulso aqui, não há vitalidade, não há vontade de ou matéria para se discutir… a não ser quando Francis Lawrence encontra algo que faz seus olhos brilharem por trás da câmera. Aí, sim, o espetáculo está armado – e se Jogos Vorazes nos ensinou alguma coisa, é que um bom espetáculo é essencial para que continuemos assistindo.
Trailer: