O Pintassilgo (Donna Tart)

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Ficha Técnica:

Nome Original: The Goldfinch
Autora: Donna Tart
País de Origem: Estados Unidos
Número de Páginas: 721
Ano de Lançamento: 2014
ISBN-13: 9788535924688
Editora: Companhia das Letras
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 44º livro lido em 2021 e foi O Pintassilgo (Donna Tart). Meu interesse surgiu ao ver o trailer do filme lançado em 2019 e achei melhor ler o livro antes.

O livro nos traz Theo, que aos 13 anos sobrevive a um atentado terrorista no Metropolitan Museum, em Nova York. Sua mãe morre na explosão e ele sai do museu carregando a pintura que dá nome ao livro, “Pintassilgo”, de Carel Fabritius. O livro começa com esse atentado e após a descrição precisa da autora foi impossível largar a leitura. A cena de um menino de 13 anos que acorda em meio a escombros, seu atordoamento e medo, é brilhantemente descrita. Ninguém percebe que ele saiu do museu carregando uma obra de 1654 em uma sacola e o livro se desenvolve sobre toda a trajetória de Theo até sua maturidade em posse dessa obra sem que ninguém desconfie.


A obsessão pelo quadro marca todo o desenvolvimento do protagonista. Theo não tem uma vida fácil, depois da morte da mãe, passa um tempo vivendo com a família rica de um amigo e após o reaparecimento de seu pai, se muda para Las Vegas. Em Vegas, sua face destrutiva toma forma e é alimentada por um pai vigarista que vive de apostas e o amigo Bóris que passa os dias bebendo e se drogando. Theo não perdoa o pai por tê-lo abandonado e ao mesmo tempo se mantém alheio a sua jogatina, seus altos e baixos. É uma relação delicada entre pai e filho, quase inexistente onde um é incapaz de ver o outro e Theo se mantém à margem pelo trauma. É nesse espaço que a camaradagem com Boris se instala. Boris é o destemido que arrisca e o oposto de Theo, medroso e consumido pelo medo e a insegurança.

O livro é bastante descritivo e um pouco arrastado em alguns momentos. A autora se detém em detalhes do dia a dia para fortalecer a personalidade do protagonista e isso pode deixar alguns leitores cansados porque essa característica se estende por toda a narrativa. Existem momentos muito tensos e sombrios, diversos temas são inseridos ao longo da história como o abuso emocional e físico familiar, bem como a falta de honestidade nas relações interpessoais que também se refletem no trabalho. Aos poucos, a imagem inocente que temos de Theo no início do livro se desbota e ao encararmos o protagonista no final do livro, sabemos que já não guarda mais nada daquele menino.


Eu me envolvi intensamente na leitura, mas também me senti cansada em diversas partes porque é um livro de mais de setecentas páginas com descrições minuciosas que não temos certeza se serão relevantes para o enredo, continuei porque a curiosidade de como o quadro roubado afetaria ainda mais a vida difícil de Theo me manteve ligada ao livro, mas entendo quem pode abandoná-lo por causa das muitas páginas de descrições.

Temos um romance de formação em que acompanhamos um personagem que não conseguimos amar o tempo todo, mas que faz com que nos importemos com suas decisões e de alguma forma, queremos o melhor para ele. Reconheci as fragilidades de Theo como minhas também e por isso, fiz a opção de ficar ao seu lado, ainda que ele não fizesse por merecer.


Eu gostei, mas acho que o livro poderia ter umas duzentas páginas a menos e seria mais conciso nas mensagens pretendidas pela autora.


Um pouco sobre a autora:
Donna Tart nasceu em 1963 em Greenwood, no estado norte-americano do Mississippi, estudou na Universidade do Mississippi e no Bennington College. Foi nessa faculdade que conheceu seu amigo e escritor Bret Easton Ellis e iniciou a criação de seu primeiro romance. No Brasil seus livros publicados são:
  • O Pintassilgo
  • A História Secreta
  • Amigo de Infância


Comentários
3 Comentários

3 comentários :

  1. Eu já estive para comprar esse livro várias vezes e tenho muita vontade de ler, mas ultimamente estou com o tempo curto e por isso me desanima essas mais de 700 páginas. Gostei da sua resenha e tbm de conferir as impressões.

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  2. Oi Ivi!
    Não conhecia esse livro, lendo sua resenha percebi que o livro nos envolve emocionalmente, a história tem um enredo maravilhoso e bem descritas. Parabéns pela resenha fiquei curiosa para conhecer mais de Theo e sua jornada ao descobrimento de sua personalidade, obrigado pela dica, bjs!

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  3. Oi, tudo bem? Ah, sempre acho incrível descobrir que existe filme de livros que gostamos tanto. Já vi alguns elogios sobre o livro mas ainda não tive oportunidade. Fiquei bem curiosa para saber mais sobre a jornada do garotinho e como foi sua relação com essa obra de arte durante tantos anos. Obrigada pela dica! Um abraço, Érika =^.^=

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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