Duna (Frank Herbert)

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Ficha Técnica:
Nome Original: Dune
Autora:  Frank Herbert
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Maria do Carmo Zanini
Número de Páginas: 680
Ano de Lançamento: 1965
ISBN-13: 9788576571018
Editora: Aleph
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 43º livro lido e foi Duna (Frank Herbert). Minha curiosidade com o livro surgiu quando vi as primeiras imagens da adaptação cinematográfica que o livro ganhou em 2020. Embora o mesmo livro já tenha sido adaptado para o cinema em 1984, só agora senti vontade de conhecer a história e encarar as 680 páginas desse clássico da ficção científica.

O livro nos traz um futuro muito distante, mais de 20 mil anos da época atual, em que a humanidade já se espalhou pelas estrelas e a Terra é apenas uma lembrança. A sociedade é sustentada por quatro pilares: o imperador, as casas nobres, a Guilda Espacial e as Bene Gesserit. O imperador centraliza o poder, as casas nobres lutam entre si por destaque como aliadas ou rivais respeitando a autoridade do monarca. A Guilda Espacial tem o monopólio da viagem espacial e do banco do império e Bene Gesserit é uma ordem de mulheres com poderes e propósitos peculiares.


As duas casas principais são dos Atreides e dos Harkonnen, os primeiros considerados como uma casa justa e honrada, enquanto os Harkonnen são vistos como degenerados e traiçoeiros. Parte de uma armação envolve o imperador e os Harkonnen, a casa de Atreides ganha o planeta de Arrakis, conhecido como Duna.

Duna é composto por um gigantesco deserto, com praticamente nenhuma água, algumas cidades e uma população conhecida como Fremen. As condições desse planeta são severas ao ponto de qualquer um que saia sem o devido preparo possa morrer em poucas horas. Esse preparo é o uso de um traje isolante que reaproveita a água do próprio corpo, porém, Duna é o único lugar da galáxia que se encontra a especiaria que a Guilda usa para as viagens espaciais. Sem essa especiaria é impossível viajar, é o bem mais precioso que existe.

Fora do conhecimento do imperador, da Guilda e das casas nobres, as Bene Gesserit estão catalogando e mesclando as linhagens nobres. Elas procuram criar um homem especial, chamado de Isatato Rachadeira, que terá poderes de controle de mentes e previsão do futuro como elas, assim como uma capacidade ilimitada de onisciência. Para chegar a esse escolhido, elas terão que mesclar os Harkonnen e os Atreides.



Lady Jéssica é uma Bene Gesserit e companheira do duque Leto Atreides. A missão designada pelas suas superiores foi que ela tivesse uma filha mulher, que posteriormente procriaria com o herdeiro Harkonnen para gerar o escolhido, porém, Jéssica decidiu ter um filho homem para dar um herdeiro ao duque. Dessa união nasceu Paul, herdeiro da casa Atreides. Entre as Bene Gesserit, há a suspeita de que ele possa ser o Isatato Rachadeira profetizado.

Cercados de uma companhia de personagens memoráveis, como Ufir Hatate, Gurne Hallerita, Duncan Idaho e o dr. Wellington Ehue, o duque, Jéssica e Paul partem para Arrakis para tomar posse do antigo feudo Harkonnen e caem intencionalmente em uma armadilha cuidadosamente preparada pelo barão Vladimir Harkonnen, que envolve ajuda de tropas da guarda imperial e traição de um membro do círculo interno do duque.

Eu passei cerca de 100 páginas da leitura sem entender nada. Nomenclaturas, cenários e desenvolvimentos de personagens me confundiam a todo momento. Como o livro possui glossário, fui obrigada a consultá-lo a todo momento. Quase desisti da leitura, mas insisti um pouco mais e me envolvi totalmente com a trama que se tornou imersiva e extremamente relevante.

Temos um livro publicado originalmente em 1965, que traz como cerne uma pauta atual: o meio ambiente. Através desta briga entre casas e o abuso do império, vemos os recursos naturais se esgotando em função do uso indiscriminado. Outra reflexão muito presente no enredo é o exercício do questionamento, de não se acovardar diante de dirigentes autoritários e despreparados que não colocam o bem comum como prioridade. O livro tem um cenário político forte, pertinente e que nos leva a imaginar o nosso mundo em um futuro em que a humanidade estará totalmente ameaçada.

O livro é perfeito? Não! A narrativa traz algumas coisas que não aceitamos mais, como o machismo e a gordofobia. Lady Jessica é a companheira do duque, mas ele deixa claro que é apenas uma “concubina”, termo que inferioriza e diminui a figura feminina, colocando-a como se tivesse a única função de entreter sexualmente seu homem. Um dos piores vilões do livro é descrito como obeso, como se essa característica física pudesse resumir todas as coisas ruins que o personagem é capaz de fazer.
 
O livro traz um cenário original, personagens em sua maioria muito bem desenvolvidos e tridimensionais, com uma intriga palaciana que não tem medo de usar elementos religiosos.

Eu gostei demais!!!


Um pouco sobre o autor:
Frank Herbert nasceu em 8 de outubro de 1920 e faleceu em 11 de fevereiro de 1986. Ele foi um autor de ficção científica norte americano de grande sucesso comercial e de crítica. Ele é conhecido pela obra Duna e os cinco livros subsequentes da série. A saga de Duna trata de temas como sobrevivência humana, evolução, ecologia e a interação entre religião, política e poder. Alguns dos seus livros publicados no Brasil são:
  • Duna
  • Messias de Duna 
  • Filhos de Duna
Comentários
4 Comentários

4 comentários :

  1. Oi Ivi!

    Estou louca para ler este livro, mas já me falaram que o início do livro é uma leitura complicada com desenvolvimento lento. Adorei conhecer sua opinião deste clássico com cenário original. Vou tentar conquistar a minha edição e encarar este calhamaço o mais rápido possível. Parabéns pela resenha.

    Bjos

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  2. Oi Ivi!
    Quando assisti esse filme não entendi nada e não terminei pois o cenário também não me encantou. Você contando que leu o livro fico imaginando em todos os detalhes que foram colocados, deve ser complicado de ler. Mas ainda bem que você perseverou não sei se teria coragem kkk, mas enfim foi maravilhoso ler sua opinião e fiquei curiosa em saber mais dessa história, quem sabe um dia pego para ler pois adoro fantasia, ficção e distopia. Parabéns pela resenha, obrigado pela dica, bjs!

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  3. Olá Ivi, tudo bom?
    Eu tenho muita vontade de ler esse livro e confesso que um dos meus maiores receios em relação a ele era justamente ficar totalmente perdida durante toda a leitura. Curti saber que apesar das cem primeiras páginas serem bem confusas, que o livro toma ritmo e fica cada vez mais interessantes. Anotei a dica e curti as ressalvas que fez a respeito de falas que já não cabem mais em nossa sociedade.
    Beijos!

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  4. Olá, tudo bem? Eu tenho supeeeer vontade de ler essa história por tudo que falam, e trazer uma temática que adoro nos livros. Ainda que com ressalvas, acho que será uma experiência de leitura fascinante. Sua resenha me deixou ainda mais animada. Excelente postagem e fotos <3
    Beijos

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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