Docinhos de Festa Book Tag

quarta-feira, 28 de abril de 2021


Oi gente que ama livros, hoje venho com a Docinhos de Festa Book Tag. Uma tag literária deliciosa que tem como objetivo relacionar os docinhos de festas com livros. 

Vamos conferir?

1 – Brigadeiro: Clássico que sempre tem e todo mundo gosta – um livro clássico que caiu no gosto popular.

Orgulho e Preconceito (Jane Austen). Sem dúvida esse livro é quase uma unanimidade entre os leitores, até aqueles que não curtem um livro clássico, por julgar sua escrita difícil ou seu enredo fora de contexto. Orgulho e Preconceito foge deste estereótipo e nos apresenta uma narrativa de linguagem fluida, com bom humor e ainda assim, foi escrito há muito tempo. O mérito deste livro é todo da autora porque apenas uma escritora muito, mas muito talentosa pode escrever um livro amado e reverenciado no século XIX e causar o mesmo efeito nos leitores contemporâneos. A narrativa é perfeita, a descrição de lugares, personalidades e tradições é feita de maneira maravilhosa e você se deleita em todo o livro, suspirando, ainda que o romance central não tenha um único beijo. Enfim, elogios à parte, o livro é um clássico. A narrativa retrata a visão de mundo da protagonista Elizabeth Bennet, uma mulher muito avançada para sua época e com uma forma particular e inusitada de enfrentar questões como educação, cultura, moralidade e matrimônio, contrariando o ponto de vista dos aristocratas.  A jovem era a segunda de cinco irmãs, filhas de um fazendeiro. Ela não se encaixa no modelo das heroínas suspirantes e meigas do gênero romântico. Determinada e rebelde, Elizabeth não se derrete diante de Mr. Darcy. A princípio, os dois nutrem um ódio recíproco. O amor é edificado lenta e inconscientemente por ambos. O personagem masculino define bem este processo ao afirmar que só se deu conta de que estava apaixonado quando este sentimento já era alimentado há um bom tempo pelos dois. Esta história traz uma magia tão intensa que até hoje surgem versões cinematográficas e enredos semelhantes.

2 – Beijinho: Outro clássico, um docinho de coco – um livro clássico que não pode faltar em nenhuma estante.

Tenho que falar mais uma vez de Flores para Algernon (Daniel Keyes) porque é um clássico que se mostra relevante até os dias de hoje quando questões como capacitismo, inteligência e felicidade precisam ser refletidas constantemente. O livro nos traz o Charlie, um homem de 32 anos com um severo comprometimento intelectual. Charlie tem Fenilcetonúria e por conseguinte, um Q.I. baixíssimo, mas uma enorme vontade de aprender e de “ser inteligente”. Sua grande motivação para aprender o torna a cobaia ideal para um experimento desenvolvido por cientistas em uma universidade: uma neurocirurgia capaz de aumentar a inteligência de um indivíduo. A experiência já foi realizada no rato Algernon e os resultados foram excelentes, então Charlie é submetido ao mesmo procedimento. É um livro que deveria ser lido por todo mundo porque nos faz pensar e desejar ser uma pessoa melhor com aquilo que temos: nossa capacidade de empatia e nosso senso de responsabilidade.

3 – Cajuzinho: Nem todo mundo gosta, mas não pode faltar – um livro que você não viveria sem, apesar de não ser o queridinho das pessoas.

Toda Luz Que Não Podemos Ver (Anthony Doer) foi um livro que conheci através de uma amiga que disse que era chato e enrolado. Quando tive a oportunidade de ler, minha impressão foi completamente outra. O livro nos traz dois personagens muito fortes dentro da trama. Werner é um garoto órfão no início da década de 40, que acompanhado de sua irmã Jutta, mora em um orfanato no interior da Alemanha, em uma região de minas de carvão. Certa vez, ele e a irmã estavam revirando o que seria um aterro de lixo, quando ele encontra um rádio quebrado. Na curiosidade de saber como aquilo funcionava, ele conserta o aparelho e passou a ouvi-lo todos os dias. No rádio, Werner amava ouvir um programa que trazia os mistérios do universo e sua irmã gostava de ouvir músicas francesas. Paralelo a isso, em Paris temos uma garotinha chamada Marie-Laure, que ficou cega bem cedo em função da catarata. Seu pai, um homem muito inteligente e amoroso, constrói uma maquete de Paris para que apesar da limitação, Marie-Laure se torne uma pessoa independente. O pai de Marie era uma espécie de chaveiro no museu de Paris e diariamente, abria e fechava as portas da instituição. A filha o acompanha todos os dias para o trabalho e assim, tinha acesso a muitas pessoas inteligentes e interessantes. Marie aprendeu a ler em braile se tornou uma verdadeira fangirl do escritor Julio Verne.

4 – Olho de sogra: Quem gosta, só quer ele – um livro que é difícil de gostar, mas quando gosta, espalha a palavra.

It, A Coisa (Stephen King) é um livro que as pessoas recusam a leitura antes de ser indicado. Primeiro porque é um calhamaço e ninguém quer encarar mais de mil páginas e segundo porque é de terror e são poucos os que gostam ou se aventuram em passar medo. Mas tenho visto que para quem lê, a chance dele se tornar um livro favorito da vida é imensa. Nesse livro, o autor nos leva ao ano de 1958 e nos faz conhecer 6 meninos e uma menina (Bill, Richie, Eddie, Stan, Ben, Mike e Beverly), com idades em torno dos 11 anos. Sete amigos que o destino reúne e as consequências fazem com que se fortaleçam e conheçam o real significado da amizade, do amor, da confiança e do medo. O mais terrível de todos os medos. Nas férias escolares daquele ano eles se deparam pela primeira vez com a Coisa, um ser sobrenatural que aterroriza a todos os habitantes da pequena cidade de Derry, no Maine. Essas crianças enfrentam a Coisa, mas elas não têm certeza absoluta de que conseguiram aniquilá-la, por isso fazem um pacto de sangue e cada um deles promete, que aconteça o que acontecer, estejam onde estiverem, se a Coisa voltar a aterrorizar a cidade, eles voltarão para terminar o trabalho. Quase 30 anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Todos já adultos e com suas vidas bem construídas, recebem um telefonema de Mike, o único que permaneceu em Derry, contando que coisas estranhas voltaram a acontecer na cidade e só ligou depois de ter certeza que os fatos só podem ter sido executados pela Coisa. Depois de quase 30 anos, a cidade vive momentos de terror novamente e eles tem que voltar a se reunir conforme prometeram. A dúvida é se eles serão capazes de enfrentar a Coisa já adultos, mas eles precisam enfrentar a dura realidade de voltar para casa... e encarar novamente o pior dos seus pesadelos.

5 – Quindim: Quando bem-feito, fica perfeito – um gênero que precisa ser feito com cuidado.
Eu não diria que seja exatamente um gênero, mas quando o livro aborda determinados temas, precisa ser responsável para desenvolvê-los, o que encontramos facilmente quando lemos livros de drama. Seja violência, racismo, homofobia, o autor precisa de sensibilidade, pesquisa e muito cuidado para que os temas sejam inseridos com relevância e tragam reflexão. Não adianta inserir um destes temas apenas como artifício narrativo, se está ali, precisa de cuidado e atenção.

6 – Camafeu de nozes: Odiado por uns, amado por outros – um livro que é “divisor” de lados.

Tenho que repetir aqui Uma Vida Pequena (Hanya Yanagihara) porque se existe uma verdade sobre este livro é que muitos amam e muitos também odeiam. Eu faço parte do time que ama, mas entendo os argumentos de quem não pensa como eu, em função das toneladas de descrições em cenas de violência do livro. O livro nos traz Jude, Willen, Malcom e JB que se conheceram na faculdade e se tornaram bons amigos. O livro começa quando eles precisam encontrar um novo apartamento barato para morar, não podem se dar ao luxo de gastarem muito pois estão começando a vida profissional e encontram um imóvel que se encaixa nesse requisito na rua Lispenard em Nova York. A partir deste momento em que conhecemos a interação inicial entre os quatro jovens entendemos quem é quem. Willen é um rapaz bonito que sonha em se tornar ator, vem de uma família de origem escandinava e é ótima pessoa. Malcon é arquiteto, o único que vem de uma família que vive de forma confortável financeiramente. JB é negro, difícil, um pouco sem noção e artista plástico. As primeiras páginas do livro nos levam a acreditar que teremos a história destes quatro jovens no decorrer do enredo, mas em um dado momento, percebemos que Jude é o protagonista da narrativa e os outros orbitarão ao redor dele. O livro é intensamente triste e violento. A forma como nos apegamos aos personagens nos faz sofrer ainda mais porque a todo momento desejamos que aquela sequência de infortúnios tenha fim e isso não acontece. Sinto-me na obrigação de dizer que o livro é triste do início ao fim e ainda que exista uma parte dele com o título de Tempos Felizes, essa felicidade é temperada com lembranças de tempos horríveis e o passado não dá trégua ao personagem.

7 – Palha italiana: Com biscoitos na massa, é um brigadeiro reinventado – um livro contemporâneo que poderia ser um livro clássico.

Reparação (Ian McEwan) é um exemplo de livro contemporâneo que facilmente poderia ser considerado um clássico, em função de sua profundidade, relevância e linguagem rebuscada. O livro começa em 1935 no interior da Inglaterra e nos traz a Briony Tallis, em seus 13 anos, usando toda a sua criatividade ao escrever peças de teatro. Na ocasião em que a história inicia, ela concluiu um destes textos e quer ensaiar os primos para apresentar para a família no jantar. Briony tem dois irmãos: Cecilia, uma moça de 23 anos que estudou em Cambridge e o irmão Leon. Ambos são extremamente carinhosos com ela, que valoriza muito essa relação. A história começa em um ensolarado dia de verão, em que Briony vê a irmã Cecilia em uma cena absurda. Junto à fonte da casa, Cecilia tira a roupa e mergulha, na frente de Robin, filho de uma das funcionárias da família. Embora ele tenha crescido com Cecilia e Leon, sempre foi bem definido que era o filho da criadagem. Briony não entende o que viu e na noite daquele dia, flagra Robin e Cecilia juntos. Outros acontecimentos sérios acontecem durante o jantar e Robin é acusado de um crime sério por Briony e levado preso. O livro se desenvolve sobre as consequências da acusação de Briony e tudo o que as pessoas envolvidas terão que viver por causa disso. Fatos históricos e um pano de fundo muito consistente nos fazem sofrer com cada personagem, esperando que o final da história seja no mínimo, esclarecedor.

8 – Bicho de pé: Um brigadeiro rosa que as crianças adoram – um clássico infantil que todas as crianças deveriam ler.

O Pequeno Príncipe (Antoine Saint Exupery) é sem dúvida a minha indicação para todo e qualquer ser humano. O livro nos traz um aviador que teve problemas sérios com seu avião e foi forçado a pousar no deserto do Saara. Ele fica na imensidão de areia tentando consertar o avião e do nada, aparece um garoto pedindo para que o aviador desenhe um carneiro. Na infância, o aviador havia sonhado com a possibilidade de ser desenhista, mas como seus primeiros desenhos não foram compreendidos pelos adultos, desistiu deste sonho. Após algumas orientações do garoto misterioso, o aviador desenha o carneiro da forma que ele quer e então lhe conta quem é, de onde veio e o que  busca. Esta é uma das histórias mais conhecidas do universo. Este livro só perde para a Bíblia e para o Alcorão em número de idiomas para os quais foi traduzido, logo, não é pertinente que eu resuma sua trama porque todos conhecem. Ao contrário de muitas pessoas, não o considero um livro infantil, ainda que seja ilustrado com aquarelas do próprio autor e tenha uma linguagem bem simples e leve. O livro é uma metáfora forte da existência humana e conforme o garoto misterioso conta sobre os planetas pelos quais passou e os tipos de pessoas que conheceu, você entende exatamente o que ele quer ensinar.

Essas foram as minhas escolhas para os docinhos que tornam todas as festas imperdíveis. Agora quero saber quais seriam as suas escolhas para cada doce. Deixe nos comentários porque adorarei conferir.

Beijos

Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. Oi Ivy
    Que tag gostosinha. Tirando que me deixou com a maior vontade de comer doce ne hahahaha
    Dos livros citados, li somente Orgulho e Preconceito e O pequeno príncipe, dois clássicos que merecem o posto que deram no topo.
    Beijos

    Vidas em Preto e Branco

    ResponderExcluir

Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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