Acordes Imperfeitos (Bia Carvalho)

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Ficha Técnica:
Nome Original: Acordes Imperfeitos
Autora: Bia Carvalho
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 648
Ano de Lançamento: 2020
ISBN: B083SSL9Z5
Editora: Kindle

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 62º livro lido em 2020 e foi Acordes Imperfeitos (Bia Carvalho). Vi a indicação em um blog e como há muito tempo não leio um New Adult, fiquei interessada. Pela capa, sabia que teria música no enredo, o que sempre me agrada.

O livro nos traz a Amanda, uma jovem musicista que está de mudança para a pequena cidade de Paraíso. Seu pai realiza um trabalho parecido com o de coach e pediu que ela o ajudasse através de seu talento musical. Amanda ama música e toca lindamente seu caro violino. A família de Amanda é complexa, com uma irmã que morreu antes dela nascer aos 14 anos e sua mãe ficou tão abalada com essa perda que deu o mesmo nome da filha falecida para Amanda e espera que Amanda seja tão perfeita quanto a primeira filha. Amanda também tem uma relação difícil com o pai, que vive de aparência e insiste que ela nunca o decepcione, pois isso pode ser refletido no seu trabalho que tem como por objetivo ressaltar a vida de sucesso dele.

Quando Amanda chega a nova cidade, descobre que seu vizinho também é músico, a janela do seu quarto dá diretamente para o estúdio dele e ela costuma ler enquanto ele ensaia e compõe, o que se torna um hábito muito agradável até ela descobrir pelas fofocas da cidade que ele não inspira confiança pois tem acusações sérias sobre seus ombros e seu pai cumpre pena por ter assassinado algumas garotas.

Bruno já foi um músico de sucesso, mas abandonou a carreira quando o pai foi preso pelo assassinato das garotas e da mãe dele. A cidade o hostiliza, mas ele insiste em viver lá pelas lembranças mais positivas da mãe e assim vive quase como um ermitão, dividindo a casa com Fender, seu fiel e bom cachorro.

Bruno e Amanda se conhecem, se sentem atraídos e essa relação é totalmente reprovada por todos ao redor de Amanda, mas ela acredita que existe um bom coração por trás daquela fama negativa e não quer abrir mão disso. O livro se desenvolve sobre esse romance, bem como sobre segredos do passado revelados, tanto da vida de Bruno quanto da família de Amanda.

Eu achei a premissa bem gostosa e com o clichê de boa moça apaixonada pelo bad boy bem dentro do padrão até que a autora começou uma série de reviravoltas bem mal desenvolvidas que resultou em dramalhões pouco argumentados dentro do enredo. Diálogos forçados, cenas de ação e violência sem motivo que resultaram em muitas páginas desnecessárias. O uso da música também é bem discreto na trama, o que me deixou bastante frustrada e ao final do livro eu estava completamente sem paciência com os rumos convenientes que a autora escolheu. A narrativa se divide sob o ponto de vista do casal e, a autora deixou passar uma sombra de preconceito nada agradável como por exemplo, classificar mulheres e pessoas de um modo geral com expressões como “esse tipo de garota” ou “esse tipo de gente”, sem respeitar a pluralidade. Me pareceu que para qualificar a protagonista era necessário desqualificar todas as pessoas que pensassem e agissem de modo diferente dela.

A escrita é fluida e as cenas sensuais são de bom gosto, porém salvo o romance, tudo o que complicou a vida dos personagens foi extremamente desnecessário, o que me trouxe uma experiência de leitura bem ruim. Temas muito sérios são inseridos no livro e nenhum deles é trabalhado com a profundidade necessária, deixando a história superficial.

Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da autora e não gostei das decisões narrativas usadas dentro da história. No início do livro, há uma nota da autora dizendo que tem escrito um livro a cada dois meses e achei isso fantástico, mas ao concluir a leitura penso que se ela investisse um pouco mais de tempo para o desenvolvimento da história, o livro poderia ter ficado melhor.

Esperava mais e fiquei bem desapontada com a leitura.


Um pouco sobre a autora: BIA CARVALHO tem 30 anos, é carioca e autora da Trilogia das Cartas, cujos direitos foram adquiridos para publicação na Argentina, pela Ed. DeCiutiis, e do BestSeller da Amazon, Horas Noturnas. Em 2016, seu conto Ao Anoitecer foi publicado na antologia O Livro Delas, pela Editora Rocco, oriunda do projeto LitGirls Br. Em 2017, lançou o livro Alvorada pela Qualis Editora. Adora o bom e velho rock, cachorros, dar boas risadas e, principalmente, dar asas à sua criatividade, colocando no papel as histórias que povoam a sua mente. Além de escrever, Bianca ministra palestras em colégios e participa do grupo Entre linhas e letras, que possui o projeto social de realizar oficinas de escrita em colégios da rede pública do país. Alguns de seus livros publicados são:
    • Sonhos de Vidro
    • Acordes Imperfeitos
    • Inesquecível
    • A eternidade de um instante
    • Mil Instantes Infinitos 
    • Simetria
Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Lendo a sua resenha eu me lembrei de um livro nacional que li chamado As Batidas Perdidas do Coração, da Bianca Briones. Esse livro que li é maravilhoso. Tem o mesmo estilo de Acordes imperfeitos.
    É uma pena que a autora tenha deixado tantas pontas soltas. Pode ser que venha um segundo livro. Será?

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  2. Oi, oi!
    Eu amo música, mas ironicamente costumo não ter interesse nenhum em livros que abordam uma personagem que é músico + romance, sei lá porquê. KK Adoro leituras com reviravoltas, mas para que seja uma boa, é necessário que tudo se amarre, caso contrário, dá a impressão que foi jogado na história e esse tipo de experiência compromete muito a sua percepção final do livro.

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  3. Olá Ivi!
    Aqui temos o clássico caso de uma ideia boa mas que não foi bem desenvolvida pela autora, não é verdade? Acredito, como dito na resenha, que ela está escrevendo livros demais e não está parando para ler o trabalho final rs.
    Se um autor vai inserir algum tema complexo na história, tem que fazer isso com cuidado e de forma gradual. Mas aqui as coisas parecem ser meio jogadas, com o único intuito de chocar e encher linguiça.
    E não tem nem como defender algumas descrições feitas por Bia Carvalho. Achei desnecessário e de mal gosto essa classificação pejorativa das pessoas. Eu hein. Ahhhhh e música mesmo só no nome rsrsrs. Pode ser uma obra razoável para passar o tempo, mas nada muito marcante pelo visto.
    Beijos.

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  4. Olá Ivi!
    Pois é, eu até assustei quando vi o número de páginas do livro, pois não é comum livros do gênero terem mais de trezentas páginas e acho que a autora se perdeu na história. a premissa é muito boa, também adoro casal moça certinha com boy problemático, mas achei sinistra essa atitude da mão de Amanda de dar o nome da filha falecida pra ela e ainda esperar que a personalidade delas fosse parecida, isso não existe! Nunca li nada da autora, mas como muitos livros dela são aclamados pretendo um dia conhecer sua escrita, só não sei se vai ser através de Acordes Imperfeitos.
    Beijos

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  5. Uma pena um livro com uma premissa tão boa se perder ao longo de sua história. É bem decepcionante quando isso acontece, né?! Além disso, a quantidade de páginas pra um livro desse gênero me deixou com um pé atrás, pois deu a sensação que tem muita enrolação durante a história.

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  6. Oi, Ivi!
    Confesso que não sou muito fã do clichê "boa moça apaixonada pelo bad boy", tenho a impressão que parecem todos mais dos mesmos, sabe?!
    Não conhecia Acordes Imperfeitos, que pena que a história te decepcionou, também não curto dramalhões pouco argumentados, por isso esse não é um livro que eu tenha curiosidade em ler... Bjos!

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  7. Tudo o que a história do livro apresentou, parecia uma ótima trama. Entendo seu desapontamento, as vezes os autores querem complementar tanto e querem fazer tantas coisas diferentes que acabam se perdendo e deixando o livro chato, o que dificulta a leitura.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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