Inferno no Ártico (Cláudia Lemes)

sexta-feira, 20 de março de 2020

Ficha Técnica:
Nome Original: Inferno no Ártico
Autor: Cláudia Lemes
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 308
Ano de Lançamento: 2017
ISBN-13: 9788592350857
Editora: Independente

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 18º livro lido em 2020 e foi Inferno no Ártico (Cláudia Lemes). Como sou fã assumida da autora, estava em débito com a leitura de seu livro lançado em 2017 e que já estava me consumindo de curiosidade para fazer a leitura.

O livro nos traz a Barbara Castello, policial filha de um americano e uma brasileira. Ela nasceu nos Estados Unidos mas passou parte da infância em Santos, litoral de São Paulo. O livro começa com Barbara trabalhando em Barrow, uma cidadezinha no interior do Alasca. É parceira de trabalho de Bruce, um policial com quem ela não se dá muito bem, mas isso não é um problema, porque afinal ela não está ali para fazer amigos. A vida em Barrow é pacata até que um crime surpreende toda a comunidade: uma menina é encontrada morta e as características deste crime levam a investigação a acreditar que aquilo faz parte de uma espécie de ocultismo e pode ter sido executado por um serial killer. Essa investigação aproxima Barbara e Bruce, que precisam deixar as contendas de lado para que o trabalho seja realizado de forma a pegarem o criminoso o mais rápido possível.

O livro se desenvolverá em descobrir a identidade do assassino e evitar que novas mortes aconteçam. Embora a investigação seja o fio condutor da narrativa e a nossa curiosidade seja instigada a descobrir de quem se trata junto com os investigadores, é no aprofundamento dos personagens que o enredo ganha força e nos conecta com a história. Barbara é uma mulher que precisou ser forte e focada para não se perder em traumas acontecidos na infância e Bruce é um homem que distanciado de sua família por seus próprios erros, tenta manter sua sanidade para que nada atrapalhe a execução de seu trabalho.

Eu adorei o livro e o li em apenas dois dias, completamente imersa na história, porém detestei o casal de investigadores. Minha antipatia pelos dois crescia a cada página virada, ainda que minha necessidade de concluir a leitura fosse absurdamente intensa.

O livro é muito tenso e violento. Existem cenas extremamente descritivas de violência e uma em especial me deixou chocada. Confesso que tentei pular um parágrafo para não ter que ler a descrição de um dos crimes que a narrativa traz e quando fui para o parágrafo seguinte, a própria personagem também desviava os olhos da cena para diminuir o impacto. Essa ousadia da autora em ser tão assertiva na descrição de violência é o que mais admiro na sua escrita, porque não temos apenas a coragem de uma escritora que quer chocar o seu público, mas também um trabalho profundo de pesquisa e uma argumentação bem sólida e consistente. A protagonista sofre de uma fobia muito falada por aí de forma leviana, mas pouco explicada e a autora explica essa peculiaridade de maneira séria, responsável e didática. Da mesma maneira, o ocultismo que motiva o criminoso não é inventado pela imaginação versátil da autora, mas algo que infelizmente existe. Essas características tornam forte a escrita da autora e é impossível não ler essa história sem sofrer o impacto das ações de seus personagens.

O final do livro é ágil, surpreendente e destruidor. A partir dos 75% da leitura, o ritmo ganha força e quando fatos ocorrem para a conclusão, é impossível manter a respiração e o batimento cardíaco dentro do padrão saudável. Eu achei o final espetacular, muito crível e o epílogo fecha essa história de forma perfeita.

Para os fãs da autora, temos a citação precisa de personagens da duologia Eu Vejo Kate no desenvolvimento do enredo e claro que isso deu aquela sensação de familiaridade com seu universo e eu engoli a minha antipatia por Barbara e Bruce, ansiando que eles visitem futuras obras da autora.

Minha expectativa com a obra era imensa e cada uma delas foi suprida e extrapolada. Apesar do meu distanciamento com os personagens principais do livro, isso não diminuiu a minha experiência positiva com a história, aliás, me fez perceber que mesmo não me identificando ou aprovando as atitudes dos personagens, a história pode ser intensa e impactante.

Para quem gosta do gênero, o livro possui todos os elementos, salientando o fato de que a violência é explícita no enredo e existe ainda cenas fortíssimas de abuso infantil. Mas nada é gratuito ou usado de forma irresponsável. O livro entrega o que promete e a sensação de ter lido o melhor livro do gênero fica no leitor por dias e dias.

Adorei!!!


Um pouco sobre a autora: Cláudia Lemes é brasileira e nasceu em Santos-SP. Cresceu no Rio de Janeiro, onde sob a forte influência da mãe, professora de literatura, tornou-se uma leitora compulsiva. Morou no Cairo (Egito) dos dez aos dezesseis anos. Ao voltar para o Brasil, viveu na cidade de São Paulo e decidiu estudar criminologia por hobby, depois de passar por uma tentativa de assalto. Alguns de seus livros publicados são:
    • Eu Vejo Kate – O Despertar de Um Assassino
    • Eu Vejo Kate 2 – A Lua do Assassino
    • Um Martíni com o Diabo
    • Inferno no Ártico
    • Cartas no Corredor da Morte
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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