O CHAMADO DO CUCO (Robert Galbraith)

quarta-feira, 28 de maio de 2014



Dessa vez venho apresentar para vocês a resenha do livro de Robert Galbraith, que para quem ainda não sabe é J.K.Rowling. Sim, ela mesma, a autora de Harry Potter. Dizem algumas línguas, não confirmado, que os editores sugeriram que Rowling usasse um pseudônimo para esse livro por ser tratar de algo completamente diferente do que seus leitores estavam acostumados, afinal o enredo da história foge completamente a história de fantasia de Harry Potter e voltada mais especificamente para o público infanto-juvenil e adolescente. Bem, eu estou bem longe dessa fase e me apaixonei pela história de Harry Potter e seus amigos (e inimigos, porque não?). Nesse livro ela nos conta uma história adulta, uma história policial/investigativa, totalmente diferente da linha que seguiu durante tantos anos com a sua série de maior sucesso. E algumas línguas falam também que os editores sugeriram um pseudônimo masculino pelos autores terem mais credibilidade em histórias desse gênero. Eu, particularmente, acho tudo isso uma grande bobagem! Vide, Agatha Christie, a grande dama do suspense. É uma mulher e mesmo quem não curte o gênero a de reconhecer seu talento.

Bom, boatos (ou verdades) a parte vamos a história que nos apresenta Robert Galbraith (Rowling) nesse livro.

A história começa com a morte de uma supermodelo, Lula Landry, que cai da varanda do prédio onde morava direto para a rua coberta de neve. A polícia após três meses da morte da modelo, finaliza a investigação declarando suicídio. Porém, o irmão de Lula, John Bristow, não acredita nessa teoria e juntando algumas provas procura o detetive particular, Cormoran Strike.

Strike foi amigo do irmão de John e Lula, morto ainda jovem em um acidente. E John Bristow disse a ele que procurando alguém para ajudá-lo nessa investigação viu seu nome na lista e logo sentiu ser um “aviso” de seu irmão morto de que estava no caminho certo. Ele acredita que Lula Landry não tinha motivos para se matar e que ela foi na verdade assassinada.

Cormoran Strike é um veterano de guerra, com um grave ferimento em sua perna. Sua vida está em completa desordem. Ele acaba de sair de um relacionamento de 15 anos e passa a viver no seu escritório, dormindo em uma cama de campanha, fazendo sua higiene no vestiário de uma universidade e se alimentando precariamente. Sua vida financeira está sombria, com várias dívidas e sem saber como vai levar o escritório no próximo mês. O que lhe oferece John Bristow pela investigação parece ser sua salvação e ele aceita acreditando já ter tudo resolvido uma vez que a polícia acredita totalmente em suicídio. Só lhe resta reunir as provas que faça com que Bristow aceite o fato de que sua irmã tirou sua própria vida. Só que quanto mais Strike investiga o passado da modelo, se vê envolvido em um mundo complexo, com fatos sombrios e ele vai descobrindo várias pessoas e situações que ninguém conhecia. E ele acaba por ter dúvidas se a modelo cometeu suicídio ou realmente foi assassinada.

No primeiro capítulo do livro nos é apresentada, Robin Ellacott, uma jovem de 25 anos de idade que aparece no escritório de Cormoran Strike para ocupar o cargo de secretária temporária. Ela que sempre foi fascinada por mistérios e investigação mal podia acreditar se tratar de um escritório de um detetive particular e com sua dedicação e facilidade em lidar com as pessoas e inteligência em resolver pequenos problemas, acaba se envolvendo pelo caso junto com Cormoran Strike e de temporária passa a peça primordial na investigação. Está composta a dupla de protagonistas que em breve nos será apresentada em outras histórias.

Para quem já conhece a maneira de escrever de J.K.Rowling não vai se incomodar com a forma detalhada, minuciosa, que ela tem de nos apresentar lugares, situações e personagens. Ela explica tudo com detalhes nos fazendo entrar na história, “ver” os lugares e nos apresenta cada um dos vários personagens com total riqueza. A princípio parece que a história vai ser bem arrastada, cansativa até, mas logo nos envolvemos e não nos incomodamos mais com tantos detalhes ao ver que cada palavra escrita tem um porquê. Aos poucos tudo vai se juntando, a participação dos personagens vai ficando mais clara, e, junto com Strike vamos juntando as peças a investigação. Rowling nos faz pensar junto a Strike nos acontecimentos, juntando os depoimentos das testemunhas para chegarmos à conclusão de quem falou a verdade e quem mentiu, e porquê.

Não sei se devido ao fato de já estar acostumada com tantos livros de suspense/investigação/policial, que antes da metade do livro eu já tinha conseguido descobrir o que aconteceu com Lula Landry, se foi suicídio ou assassinato e o porquê. Mas claro que isso não me tirou a vontade de ler a história até o final, até mesmo para ter certeza das minhas ideias. E o final surpreende pela dinâmica dos acontecimentos e não é nada previsível.

Não esperem uma história ágil, a história é densa e as vezes lenta, mas jamais enfadonha.

A leitura é válida se você gosta do gênero investigativo tradicional, se prefere o contemporâneo talvez seja melhor nem começar ou vai arrastar a leitura por uns 10 anos. Eu mesma demorei um pouco mais para terminar a leitura do livro, porque a meu ver não é um livro que dê para ler “engolindo” mas sim “degustando”.

Aguardo ansiosa comentários de quem leu para saber se a conclusão foi a mesma que a minha. Esse é um livro que dá vontade de “trocar ideias”.
“Uma luz fria banhava o interior da tenda. Dois homens estavam agachados ao lado do corpo, prontos para, enfim, transferi-lo para um saco mortuário. A cabeça da mulher sangrava um pouco na neve. O rosto estava esmagado e inchado, um olho reduzido a uma prega, o outro mostrando uma lasca de branco opaco por entre pálpebras distendidas. Quando o top de lantejoulas que ela vestia cintilava nas leves alterações da luz, dava a impressão inquietante de movimento, como se ela voltasse a respirar ou retesasse os músculos, pronta para se levantar. A neve caía com toques suaves de pontas de dedos na lona do alto. ” (Pág. 12)
“Como era fácil tirar proveito da tendência de uma pessoa à autodestruição: como era simples empurrá-las para a inexistência, depois recuar, dar de ombros e concordar que este fora o resultado inevitável de uma vida caótica e catastrófica. ” (Pág. 375)

Sobre o autor: Robert Galbraith é pseudônimo de J.K.Rowling: Joanne "Jo" Rowling, também conhecida como J. K. Rowling, nome com o qual assina as suas obras, ou pelo seu nome de casada, Joanne Murray, é uma escritora britânica de ficção, autora dos sete livros da famosa e premiada série Harry Potter, e de três outros pequenos livros relacionados a Harry Potter. Seus livros, traduzidos para 64 línguas, venderam mais de 450 milhões de cópias pelo mundo todo, e renderam à autora por volta de 576 milhões de libras, mais ou menos 1 bilhão de dólares, segundo estimativa da Forbes em fevereiro de 2004, tornando-a a primeira pessoa a tornar-se bilionária (em dólares) escrevendo livros. Seus livros publicados no Brasil são:

1997 Harry Potter e a Pedra Filosofal
1998 Harry Potter e a Câmara Secreta
1999 Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
2000 Harry Potter e o Cálice de Fogo
2001 Animais Fantásticos e Onde Habitam
2001 Quadribol Através dos Séculos
2003 Harry Potter e a Ordem da Fênix
2005 Harry Potter e o Enigma do Príncipe
2007 Harry Potter e as Relíquias da Morte
2008 Os Contos de Beedle, O Bardo
2013 O Chamado do Cuco

Comentários
6 Comentários

6 comentários :

  1. Fiquei boba ao saber que quem escreveu esse livro foi a J.K. Rowling, não fazia ideia de que ela usava um pseudônimo!
    Já vi falarem muito sobre esse livro, mas ainda não tinha visto isso... Definitivamente atraiu a minha atenção :)

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  2. Na epoca que lançaram ja tinham falado que era da J.K.


    Mesmo sabendo que nao era algo nem um pouco haver com HP muita gente comprou.
    Ainda nao li, mas como morte súbita este livro também entra na lista dos da JK q quero ler..
    Por ser caso policial torna melhor ainda.
    E realmente Bel , quando se acostuma com livros assim você acaba desvendando o caso ja no meio do livro..
    Beijos

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  3. Caso policial *0*
    Quando lançou fiquei na duvida em comprar, mesmo a JK sendo uma grande escritora nao imaginava ela escrevendo algo assim..
    Mas pretendo ler , pois nao sei se ja mencionei mas casos policiais foi o 1° gênero que me agradou e que comecei a ler ...

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  4. Ahhhhhhhhhhhhhhh comprei meu capa dura \o/
    Só esperando chegar, hehe. Sei que eu vou curtir muito, Jk, sabe como é... minha autora preferida. E amo o gênero policial.

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  5. Peguei a titulo de curiosidade mesmo, pois não tinha idéia do autor, o termo "degustar" cai como uma luva, foi dessa forma que li " O CHamado do Cuco ",ele te deixa intrigada e é o que te faz continuar a leitura. Gostei !

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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