Quem tem Medo do Feminismo Negro? (Djamila Ribeiro)

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Ficha Técnica:

Nome Original: Quem tem Medo do Feminismo Negro?
Autora: Djamila Ribeiro
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 120
Ano de Lançamento: 2018
ISBN-13: 9788594541000
Editora: Darkside Books
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 100º livro lido em 2022 e foi Quem tem Medo do Feminismo Negro? (Djamila Ribeiro). Este livro foi a minha terceira escolha para a TBR especial de novembro, em que eu lerei apenas autores pretos que escreveram suas histórias com protagonismo preto.

“Quem tem medo do Feminismo Negro?” que tem como objetivo nos fazer refletir sobre o fato de que o feminismo negro não é uma luta meramente identitária, até porque branquitude e masculinidade também são identidades mas pensar feminismos negros é pensar projetos democráticos. É nesses termos que a filósofa situa sua produção intelectual, que ela mesma define como indissociável da criação de redes de solidariedade política.

“Quem tem medo do feminismo negro?” percorre um longo ensaio autobiográfico da autora que recupera memórias de sua infância e adolescência para discutir o silenciamento que sempre sofreu. Foi apenas ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra – onde entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes – que ela enfim deixou de querer se esconder. Desde então, o diálogo com escritoras como bell hooks, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante.

O livro traz também uma seleção de artigos publicados no blog da Carta Capital entre 2014 e 2017, muitos deles reagindo a situações do cotidiano, como os ataques a Maju Coutinho e Serena Williams – a partir dos quais a autora destrincha os conceitos de empoderamento feminino e interseccionalidade – e o aumento da intolerância às religiões de matriz africana. Ela ainda aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de explorar obras de referência para a teoria feminista.

A maneira como trata da noção de lugar de fala, assunto de seu primeiro livro, evidencia a originalidade de sua abordagem. Qualquer um pode, sim, falar sobre opressões, mas para Djamila, a questão é outra: “Se [apenas] pessoas brancas continuarem a falar sobre pessoas negras, não vamos mudar a estrutura opressão que já confere esses privilégios aos brancos. Nós, negras e negros, seguiremos apartados dos espaços de poder”.

Nem sempre a autora nos propõe respostas, mas nos provoca com questões, estratégia que fica explícita ao titular o livro com uma pergunta: Quem tem medo do Feminismo Negro? O livro de Djamila Ribeiro é uma contribuição importante para os debates feministas e raciais no Brasil, e um convite para que, urgentemente, mais intelectuais negras sejam lidas no país. Quando o trabalho intelectual surge de uma preocupação com a mudança social e política radical, quando esse trabalho é dirigido para as necessidades das pessoas, nos põe numa solidariedade e comunidade maiores. Enaltece fundamentalmente a vida”.

Foi uma leitura enriquecedora para mim, que eu aproveitei da primeira a última palavra.


Um pouco dobre a autora: Pesquisadora na área de Filosofia Política e feminista. Graduou-se em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo, em 2012, e mestre em Filosofia Política na mesma instituição, em 2015. Suas reflexões abordam os seguintes temas: relações raciais e de gênero e feminismo. Atualmente é colunista online da Carta Capital, Blogueiras Negras e Revista AzMina e também possui forte presença no ambiente digital. Em maio de 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Fernando Haddad. 

Alguns de seus livros publicados são: 
  • Cartas para minha avó
  • Pequeno manual antirracista
  • Quem tem medo do feminismo negro?
  • O que é lugar de fala?
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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