Olga (Fernando Morais)

segunda-feira, 27 de maio de 2019

FICHA TÉCNICA
Autor: Fernando Morais
País de origem: Brasil
Número de páginas: 332
Ano de Lançamento: 1985
ISBN-13: 9788571642508
Editora: Círculo do Livro

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 35º livro lido em 2019 e foi Olga (Fernando Morais). Queria ler este livro há muito tempo, mas foi aquela leitura que a gente vai empurrando para outra oportunidade. Porém, senti vontade de ler uma biografia e decidi que este era o momento de ler esta história.

O livro é a biografia de Olga Benário, nascida em Munique (Alemanha) filha de um renomado advogado com fortes opiniões de direita, alinhado ao capital e poder vigente. Porém, desde seus quinze anos, a filha Olga se encontrava ligada ao comunismo – partido voltado à esquerda – onde o proletariado tomava o comando. Demonstrando-se apropriada para a liderança mesmo tratando-se de uma mulher, Olga assumiu vários protestos e cargos no partido e se tornou uma comunista a ser treinada, prioridade por ter se transformado em uma valiosa “arma” que poderia, posteriormente, atingir os países que ainda não haviam adotado o comunismo como regime.


Em uma de suas missões, Olga invade uma prisão falsamente armada para resgatar seu namorado Otto Braun, preso por “traição à nação Alemã”. Procurada por seu país de origem, encaminha-se junto à Braun para a Rússia, onde poderia permanecer em liberdade sem a intervenção da Alemanha. Mas é na Rússia que Olga se separa de Otto e recebe uma missão muito importante: o Partido Comunista manda a revolucionária para o Brasil, na companhia de Luis Carlos Prestes, responsável por iniciar revoluções contra governo autoritário e populista de Getúlio Vargas.

É nessa longa viagem para América do Sul que Olga e Prestes se casam e aproveitam suas estadas nos países em que paravam, antes que a difícil tarefa começasse. Já no Brasil, fazem os preparativos para a “tomada do poder” com a ajuda de vários estrangeiros treinados e enviados pelo partido comunista.

Quando a melhor oportunidade aparece, os comunistas tomam frente e invadem várias sedes do exército brasileiro. Entretanto, Vargas parecia preparado demais para deixar-se cair. Os capitães da “revolta” foram presos e então iniciaram-se as buscas pelo comandante Prestes, que se refugiara em um apartamento simples com Olga, a fim de que nunca fossem encontrados. Contudo, Prestes e Olga foram descobertos assim que o exército encontrou o apartamento que se instalaram. Foram presos e mandados para presídios diferentes. Dias depois, Olga se deparou com uma surpresa: estava grávida.

Vargas e o comandante Filinto Muller viram uma grande oportunidade de penalizar Prestes ao enviar sua esposa grávida para seu país de origem, onde Hitler prendia todos os comunistas e judeus. Além de comunista perigosa, Olga infelizmente também era judia alemã. Desse modo, a jovem revolucionária parte para o seu terrível destino e quando desembarca na Alemanha, dá à luz à sua filha Anita Leocádia – que depois de amamentada por meses até que o leite de Olga secasse – foi entregue à avó paterna.

Sem o marido, a filha ou qualquer lei que a protegesse do nazismo, Olga se encontra em um campo de concentração, onde é torturada e forçada a trabalhos cansativos e sem fim. Mas é em 1941 que os nazistas encontram uma lei que os autoriza – indiretamente – a matar todos os presos. Muros de fuzilamento, câmaras de gás e outras artimanhas são criadas para dar fim aos “criminosos”, como eram vistos os judeus. E é aí que Olga percebe que nunca mais veria seu marido, nunca mais sentiria sua filha em seus braços.

O livro possui uma narrativa um pouco lenta no início, mas conforme a história de Olga se entrelaça com a história brasileira, a leitura ganha ritmo e é impossível largar o livro. Sabemos como será o final da história, mas isso não diminui o interesse na narrativa que se conclui de forma muito triste.


Para quem quer conhecer um pouquinho da situação do Brasil enquanto a segunda guerra mundial acontecia na Europa, o livro tem datas, nomes e situações muito importantes. É uma leitura triste, mas importante e traz um recorte na história bem relevante para entendermos a ditadura e a importância da democracia.

Eu gostei bastante.


Um pouco sobre o autor: Fernando Morais nasceu em Mariana-MG em 1946. É jornalista desde 1961 e trabalhou nas redações do Jornal da Tarde, Veja, Folha de S. Paulo e TV Cultura. Recebeu prêmios importantes no jornalismo e foi deputado estadual durante oito anos pelo MDB-SP e depois pelo PMDB-SP. Foi também secretário da Cultura e da Educação do Estado de São Paulo. Seu lado artístico se revelou sendo o roteirista de minisséries documentais. Alguns de seus livros publicados são:
  • Transamazônica 
  • A Ilha 
  • Olga
  • Chatô, o rei do Brasil
  • Corações sujos
  • Cem quilos de ouro
  • Na toca dos Leões 
  • Montenegro
Comentários
6 Comentários

6 comentários :

  1. Olá!
    Acho comovente toda a história. Acabei de ler um livro do género. Conhece A Rapariga que Roubava Livros? Também é sobre o nazismo e a segunda guerra mundial. Deixo-lhe a dica :)
    Beijinhos :*


    http://tudosoblinhas.blogspot.com

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  2. Oi, Ivi.
    Sempre tive muita dificuldade em ler biografias, ainda mais de pessoas que tiveram uma história tão sofrida! Apesar da sua resenha ser super positiva, vou deixar a dica passar porque eu fico muito triste! Já vi um filme sobre a Olga e sei que é melhor não ler o livro para não me acabar de chorar!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  3. Olá!
    Acho que esse tipo de leitura é interessante pra conhecermos um pouco mais da história daquele tempo realmente, mas acho que o fato de ser uma biografia eu acabaria não lendo. Não faz muito o meu gênero e quando opto tem que ser porque realmente me chamou atenção.
    Mas gostei de saber suas considerações sobre essa triste leitura.

    Camila de Moraes

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  4. Eu ainda não li, mas tenho curiosidade. Gostei de saber que mesmo tendo achado o começo mais lento depois você se envolveu tanto que achou impossível largar o livro. Gosto disso. Espero poder ler em breve.

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  5. Eu ainda não li esse livro, mas fiquei bem interessado,pois gosto demais de literatura histórica. Fiquei bem curioso com para saber agora desse conteúdo. Anotei a dica.

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  6. Olá!
    Nossa que história né, eu fico fascinada com essas histórias, essa luta e como a história é rica e mega importante. Irei colocar esse livro aqui na lista de leituras e espero ler muito em breve. ótima resenha!

    beijos!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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