A Segunda Morte de Suellen Rocha (Claudia Lemes)

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Ficha Técnica:
Nome Original: A Segunda Morte de Suellen Rocha 
Autora: Claudia Lemes
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 304
Ano de Lançamento: 2020
ISBN-13: 9786586099003
Editora: Avec

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 92º livro lido me 2020 e foi A Segunda Morte de Suellen Rocha (Claudia Lemes). Estava muito empolgada para conhecer essa história, mas como os livros da autora são pesados, eu tentei me preparar para o que o livro me traria.

O livro nos traz quatro mulheres que na adolescência eram muito amigas. Suellen, Daphne, Maria Claudia e Mariana compunham este grupo de meninas que viviam juntas e após algo terrível acontecer com uma delas e a culpa contaminar as outras, elas acabam se distanciando. Porém o livro começa com o assassinato brutal da Suellen e o assassino após cometer o crime, escreveu a palavra ASSASSINAS na parede e em função disso, as sobreviventes terão que se unir mais uma vez.

Cada uma das mulheres tem seu arco próprio, porém todas estão ligadas a um segredo grave só passado. Mariana se casou com Gustavo que é atual delegado da cidade; Daphne foi embora de lá, construindo uma vida aparentemente de sucesso e Maria Claudia vive desolada com a impossibilidade de ser mãe. Após o acontecimento do passado, Suellen se entrega para a vida na Igreja e tenta superar o trauma que viveu e quando ela aparece morta, ninguém desconfia que alguém poderia ter algo contra ela.

O livro é tenso e angustiante, mas, sem dúvida, é o livro da autora que tem menos violência gráfica. Sabemos que coisas horríveis aconteceram, mas a autora se concentra e desenvolver os traumas do acontecimento em vez de descrevê-los. Sabemos que além do assassinato de Suellen, o livro traz estupro, violência doméstica e aborto e salvo com a cena do aborto, o restante não é descrito.

A narrativa traz duas críticas sociais muito fortes em seu enredo. O machismo é dissecado e de forma quase didática, discutido para que não fique a menor dúvida que el é maléfico para todos. A figura da mulher dentro da narrativa é julgada por toda e qualquer atitude. Como ela se veste, como anda, com quem anda, como fala, como se comporta e até o local em que ela escolhe para colocar uma tatuagem no seu próprio corpo é motivo para julgamentos  Existem situações extremas e situações corriqueiras que são usadas para deixar claro que o machismo é uma doença que destrói a sociedade.

A outra crítica social é sobre a fé e a institucionalização disso. A história se passa em uma cidade pequena em que existe uma igreja evangélica conhecida pelo preconceito para contra as outras religiões, bem como da exploração financeira sobre seus fiéis. Essa questão dentro do livro é tratada de maneira incisiva deixando claro que todo e qualquer fanatismo, bem como intolerâncias religiosas só subtraem da sociedade e não agregam em nada.

A expectativa para com os livros da autora são sempre altas e mais uma vez ela não entregou menos do que prometeu. O livro é forte e pesado e existem cenas em que fiquei comovida com o sofrimento das personagens e além de uma boa trama com uma conclusão tensa e bem desenvolvida, a autora me fez refletir sobre uma série de coisas que raramente vemos em livros do gênero.

Como não poderia ser diferente, amei!!!


Um pouco sobre a autora:
Cláudia Lemes é brasileira e nasceu em Santos-SP. Cresceu no Rio de Janeiro, onde sob a forte influência da mãe, professora de literatura, tornou-se uma leitora compulsiva. Morou no Cairo (Egito) dos dez aos dezesseis anos. Ao voltar para o Brasil, viveu na cidade de São Paulo e decidiu estudar criminologia por hobby, depois de passar por uma tentativa de assalto. Alguns de seus livros publicados são:
    • Eu Vejo Kate – O Despertar de Um Assassino
    • Eu Vejo Kate 2 – A Lua do Assassino
    • Um Martíni com o Diabo
    • Inferno no Ártico
    • Cartas no Corredor da Morte
    • A Segunda Morte de Suellen Rocha

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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