O Garoto No Convés (John Boyne)

segunda-feira, 20 de julho de 2015


Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 37° livro lido em 2015 e foi O GAROTO NO CONVÉS (John Boyne). Escolhi este livro para a minha maratona de releituras porque era o único livro do Boyne que não tinha resenha no blog e é claro, como sou fanática pela narrativa deste autor, não seria o meu blog que não teria todos os livros dele publicados no Brasil, resenhados aqui.

O livro nos traz o John Jacob Turnstile em 1787, um garoto de 14 anos que perambula pelas ruas de Porthmonth na Inglaterra, realizando pequenos furtos e vivendo como um verdadeiro meliante. Em um destes furtos, ele rouba o relógio de bolso de um distinto fidalgo francês e não se dá bem porque além de elegante, o fidalgo é muito esperto também e consegue perseguir o Turnstile até capturá-lo e toda a policia do local cai em cima do menino que já é conhecido pelos pequenos crimes. Turnstile é levado ao juiz e depois de declará-lo culpado, a pena será ficar preso por 12 meses. Porém, o francês, Mathie Zelá, acaba entrando em um acordo com o juiz e em vez de  Turnstile cumprir pena preso, ele terá que servir como criado do capitão do Bounty, um barco oficial da Marinha da Inglaterra que sairá em missão para o Pacífico Sul afim de conseguir alimentar seus escravos nas Índias Ocidentais de forma mais barata e assim, nosso protagonista Turnstile segue viagem.


O livro então se desdobrará em nos contar como foi toda esta viagem e como muitas coisas não saíram como o capitão do navio, sr. Willian Blight, havia planejado. Mais que isso, o livro não conta apenas a história de um garoto no convés, mas a história do Bounty e essa história de fato aconteceu.  A expedição existiu de verdade e Boyne então criou um personagem, o inseriu dentro de um fato histórico e tratou de nos contar de forma maravilhosa, fatos que estão registrados nos livros da história universal.

Eu lembrava que eu havia gostado da história e tinha a trama ainda viva dentro da minha cabeça. Lembro que a primeira vez que li este livro, em 2009, revirei livros e sites de história para confirmar dados e datas que o Boyne nos trouxe na sua obra, mas alguns detalhes acabaram se perdendo da minha lembrança e um deles foi o fato de que Mathie Zelá, um personagem fictício, é o protagonista do livro O LADRÃO DO TEMPO, do mesmo autor. De forma discreta e muito afinada, o autor refrescou a minha memória quanto às peculiaridades de Zelá e foi interessante vê-lo no cenário de outro livro.

Outra coisa que eu não lembrava desta história era que apesar de o Turnstile ser um projeto de criminoso, ele tinha um motivo muito sério e triste para ser assim. Logo nas primeiras páginas sabemos que ele não tem família ou qualquer adulto que se preocupe com ele, mas é apenas no decorrer da viagem a bordo do Bounty que ele nos conta alguns detalhes sobre a sua vida e entendemos exatamente os seus motivos.


O livro narrado todo em primeira pessoa sob a perspectiva do protagonista, apesar de ser uma história tensa e ter seus momentos muito tristes, é divertido também. Aliás, eu gargalhei em diversos pontos da história porque a forma como o Turnstile vê o mundo e sua própria condição pessoal é muito pitoresca, ainda que se a mesma história fosse narrada por uma veia mais dramática, o livro renderia lágrimas sem fim.

Mais uma vez eu me rendo a genialidade, inteligência e criatividade do Boyne porque o livro é perfeito! Em determinados pontos da narrativa o autor conseguiu me fazer sentir sede e fome, me fez ficar sem fôlego e também me embrulhou o estômago com descrições precisas sobre a vida no mar. O livro é incrível e eu lembro que quando comprei este livro a minha intenção era descobrir se o autor era de fato bom mesmo. Eu havia lido o premiado O MENINO DO PIJAMA LISTRADO e como a maioria, tinha ficado devastada, logo, imaginava que este livro pudesse não ser tão bom como o grande sucesso do autor. Inocência minha porque o livro é uma verdadeira obra de arte. É um livro que me conquistou há 6 anos atrás mas que relido, me fez confirmar o quanto amo a escrita do Boyne que sem sombra de dúvida é o meu autor favorito.


Recomendo a leitura para todo e qualquer tipo de leitor porque o livro é completo. Ele tem uma escrita envolvente, personagens carismáticos e odiosos, descrições na medida certa e uma trama forte, poderosa e por ter de fato acontecido, se tornou para mim ainda mais interessante. O livro é magnifico!!!
"Quem tem confiança em si, não precisa lembrar os outros do seu status social superior, mas os que não tem, acham necessário nos empurrar isso goela abaixo vinte vezes por dia." página 180



Um pouco sobre o autor: John Boyne nasceu na Irlanda em 30 de abril de 1971. Seus livros publicados no Brasil são:

O Garoto do Convés


Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. Apenas um concerto sobre o que você disse: Não foi o sr. Zéla, o fidalgo, que perseguiu Jacob, e sim os comerciantes do local, ele até tenta proteger o Jonh, não querendo dar queixa mas o policial insiste em o levar preso.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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