As Vinhas da Ira (John Steinbeck)

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Ficha Técnica:
Nome Original: The Grapes of Wrath
Autora: John Steinbeck
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Hebert Caro 
Número de Páginas: 463
Ano de publicação: 1968
Publicação original: 1939
ISBN13: 9780670016907
Editora: Record

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 25º livro lido em 2022 e foi As Vinhas da Ira (John Steinbeck). Nunca tive interesse pelo livro, até que um amigo disse que o enredo me agradaria bastante. Sendo assim, parti para a leitura animada.

O livro nos traz a família Joad que vive em um pedaço de terra em Oklahoma – estado prioritariamente agrário em uma das regiões mais afetadas pela Depressão. Combinada com uma seca nunca vista, fazendas inteiras perderam suas produções, ampliando o número de desempregados e famintos. Além disso, o campo estava se industrializando e os grandes tratores passaram a fazer o que antes era feito por 5 ou 10 homens. Os donos das fazendas não conseguiam manter suas terras e muitos se afundaram em dívidas e perderam seus terrenos para os bancos. Os bancos, por sua vez, precisavam maximizar os lucros a fim de sanar as dívidas e fazer com que a terra se tornasse produtiva novamente. Entravam tratores, desapareciam famílias inteiras.

Uma das cenas mais tristes do livro ocorre logo no início quando um dos poucos empregados restantes na fazenda em que os Joad vivem diz que a ordem é passar por cima da casa deles, independente das pessoas lá. Eles precisam sair dali, não há emprego nem comida. O patriarca da família, Tom Joad, recebe um panfleto que diz que na Califórnia estão precisando de homens para as colheitas. Colocando o pouco que tinham em um caminhão velho e caindo aos pedaços, os Joad tomam o rumo da Califórnia. Tom Joad Filho, que esteve preso por quatro anos por matar um homem que tentava matá-lo, não pode sair do Estado dada sua condicional. Porém, decide partir com a família para ajudá-los a buscar melhores condições.

A viagem é dura. Rosasharn, irmã de Tom, está grávida; os avós não aguentam muito e as crianças estão inquietas. A cada parada parece que tudo se torna mais difícil. São mais de 2 mil quilômetros que separam os Joad de uma vida melhor e, em um caminhão pouco confiável, a viagem demora um tempo considerável e no caminho eles encontram muita gente exatamente na mesma situação. A famosa Highway 66 está lotada de pessoas que abandonaram suas terras pelas promessas da Califórnia.

Tudo o que parece ser bom demais, normalmente não é. Ao chegar à Califórnia, o que os Joad encontram é mais miséria. Encantada pela promessa de começar de novo, uma multidão do país inteiro se deslocou para a região que não suporta essa demanda. Os acampamentos de imigrantes começam a lotar e chamam a atenção pela falta de estrutura e condições básicas para viver. Ainda assim, tudo o que os Joad querem é emprego. Não pedem nada de graça, não roubam, não desejam viver a “boa vida”.

O livro é uma crítica severa e incisiva ao capitalismo e ao subtema econômico do agronegócio. A exploração da mão de obra e a pequena valorização do trabalho humano quando se há muitos humanos para trabalhar. Por ser tão ácido em sua crítica, o autor foi alvo de perseguição, sendo constantemente acusado de comunista, mas, ainda assim, deixou essa história incrível para o mundo com um alerta sobre essa desenfreada necessidade de se acumular riquezas enquanto muito não tem nem o básico para sobreviver.

Eu me envolvi intensamente com a leitura e adorei os personagens. O final do livro foi perfeito e veio de uma construção constante desde o início da narrativa, o que me deixou muito satisfeita.

Adorei!


Um pouco sobre o autor:
John Ernst Steinbeck é um dos principais escritores norte-americanos. Prêmio Nobel de Literatura de 1962, destaca-se pelos temas proletários e pelo uso de qualidades arquetípicas em seus personagens, combinando humor e uma aguda percepção social. Steinbeck alcançou também grande sucesso como roteirista, tendo sido indicado em 1944 ao Óscar de melhor roteiro pelo filme Lifeboat de Alfred Hitchcock.

Alguns de seus livros publicados no Brasil são:
  • A Pérola
  • As Vinhas da Ira
  • O Inverno da Nossa Desesperança
  • Boêmios Errantes
  • O Filho Desejado
  • A Rua das Ilusões Perdidas
  • A Leste do Éden
  • Doce Quinta-feira
  • Ratos e Homens
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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