Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra (John Green)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Ficha Técnica:
Nome Original: The Anthropocene Reviewed
Autor: John Green
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Ana Rodrigues
Número de Páginas: 287
Ano de Lançamento: 2021
ISBN13: 9780525555216
Editora: Íntrinseca

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 1º livro lido em 2022 e foi Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra (John Green). Sou muito fã do autor e gosto da maioria de seus livros, por isso ao saber deste lançamento, não pensei duas vezes em fazer esta leitura, mesmo sabendo que era algo diferente do que ele costuma escrever.

A primeira coisa que é necessária saber sobre esta obra é que não se trata de uma ficção como as demais obras de sucesso do autor. Em Antropoceno, John Green reflete sobre temas que vão de Super Mario Kart e o pôr-do-sol às pinturas rupestres e o hábito de procurar estranhos no Google. Os ensaios perspicazes e bem-humorados reunidos nesta coletânea são uma celebração genuína da capacidade humana de se apaixonar pelo mundo e algo que chama muito atenção é o fato dele analisar, trazer um background informativo, lembranças da própria vida e avaliar com uma nota o momento ou a coisa que foi objeto de sua observação. É uma visão interessante de se enxergar o mundo e através das colocações de John Green, muitas coisas ficam claras. 


O livro tem uma linguagem fluida e é dividido em capítulos curtinhos sobre temas diferentes, mas que na linha narrativa se equilibram muito bem. Escrito em parte durante a pandemia mundial de Covid-19 e baseado em seu podcast de sucesso, o livro nos guia pelas sutilezas dessa nova realidade e nos dá a segurança de que podemos até desconhecer o caminho que estamos seguindo, mas com certeza estamos em boa companhia. O livro carrega uma sensação tranquilizadora de que tudo tem um motivo por trás e carrega uma história, uma luta, um fragmento de esperança. 

Um dos capítulos mais bonitos é sobre “As pinturas rupestres de Lascaux” que através de uma caverna com várias pinturas, a amizade de um grupo de amigos que sofreu com os horrores da Segunda Guerra Mundial, sobreviveu e conseguiu fazer com que a caverna fosse preservada. São memórias importantes que nos lembram de nossos antepassados e como a evolução tem caminhado até agora. Aqui, Green usa da sua sensibilidade e discernimento e não faz uso de meias-palavras, ele é objetivo ao se aprofundar nos assuntos e diz abertamente aquilo que é necessário e que já sabemos, mas não nos importamos às vezes.


Além de retratar os momentos que nos proporcionam alegria, ele também recorda momentos infelizes da passagem do ser humano na Terra como os capítulos “Ursinho de pelúcia” e “Os pinguins de Madagascar” que recontam fragmentos de sua vida intercalando situações onde a maldade do ser humano afeta bichinhos indefesos e isso nos faz refletir sobre como podemos encarar os absurdos da atual era.

Um paralelo que podemos traçar em conjunto com o livro escrito por John Green é que mais do que nunca se tem a consciência de que a nossa espécie falhou em proteger o nosso planeta, a nossa casa. Muito tem sido discutido em relação ao meio ambiente. Pautas sobre Sustentabilidade, Descarbonização, ESG e como governos, empresas, populações e até a tecnologia podem ajudar a preservar a nossa casa, a nossa fauna, a nossa flora. De certo, podemos ter certeza de que entramos em uma nova época geológica. O desafio será adaptar esse novo espaço para nos mantermos bem e para que as próximas gerações não sofram tanto. No capítulo “Grama-azul-do-kentucky“, Green fala da quantidade de agua que é desperdiçada para manter a grama bonita e como isso gera outros impactos que muitos já sentem, como a escassez de água que afeta aproximadamente 40% da população mundial e, segundo estimativas das Nações Unidas e do Banco Mundial, secas poderiam colocar 700 milhões de pessoas em risco de deslocamento em 2030.


Desde o início da pandemia lá em março de 2020 muitos “fim do mundo” existiram para alguém. Hoje o número acima de 600 mil não é só mais um número, simboliza pessoas, mães, pais, filhos, filhas, avós, avôs, tias, tios, primos, primas, pessoas que morreram devido ao coronavírus somente no Brasil. Mas o mundo não acaba apenas morrendo, às vezes o sentido de “fim do mundo” pode ter outras conotações como a de um coração partido, ficar desempregado, enfim, inúmeras possibilidades que no momento podem parecer o fim do mundo – pra mim, seria perder meu filho. Mas com o passar dos anos, passamos por provações e nos recuperamos e as pílulas sobre a vida de John Green que ele mesmo nos conta de bom grado, reforçam que é preciso ter esperança.

Eu amei demais!!!



Um pouco sobre o autor:
John Green é um dos escritores norte-americanos mais queridos pelo público jovem e igualmente festejado pela crítica. 

No Brasil, seus livros publicados são:

    • A Culpa é Das Estrelas
    • Quem é Você, Alasca?
    • O Teorema de Katherine
    • Cidades de Papel
    • Tartarugas Até Lá Embaixo
    • Will & Will
    • Deixe a Neve Cair
    • Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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