O Exorcista (William Peter Blatty)

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Ficha Técnica:
Nome Original: The Exorcist
Autor: William Peter Blatty
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Carolina Caires Coelho
Número de Páginas: 336
Ano de Lançamento: 1971
ISBN-13: 9788595086234
Editora: Harper Collins

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 85º livro lido em 2020 e foi O Exorcista (William Peter Blatty). Meu interesse por esse livro surgiu quando revi o filme adaptado desta obra e tive curiosidade em conferir as diferenças entre a obra original e o filme. Embora não ame o gênero terror, acreditei desde o princípio que a experiência de leitura seria ótima.

O livro nos traz a Regan, uma criança de doze anos que sofre uma possessão demoníaca. Tudo começa com uma inocente brincadeira com um velho tabuleiro Ouija encontrado no porão de casa e a partir daí a menina começa a ser transformada por uma entidade que aos poucos domina toda sua vida.


Regan é filha de uma famosa atriz de cinema, Chris MacNeil e passa uma temporada em Washington com a filha para a gravação de um filme. Os empregados da casa, carismáticos e solícitos estão com elas e entendemos que o pai de Regan é ausente, já que nem se deu ao trabalho de telefonar para a filha em seu aniversário.

Chris percebe que tem algo errado com a filha e a leva para uma série de exames médicos, mas nada é encontrado. As alterações se intensificam e Regan, antes doce e tranquila, fica mais nervosa e explosiva. Os médicos prescrevem calmantes, sugerem clínicas e quando não conseguem mais encontrar uma saída para a menina, sugerem que Chris procure um padre porque a doença da menina é espiritual. Como Chris é ateia, não sabe nem por onde começar uma possível procura e está muito preocupada com o fato da filha talvez ter cometido um crime sério em seus surtos.

Paralelo a história da Regan, temos o padre Karras que além do sacerdócio é formado em medicina com especialização em psiquiatria. Ele passa por uma fase de incredulidade com o falecimento da mãe, o que o faz se sentir culpado por sempre estar ocupado. Os caminhos de Chris e Karras se encontram quando ela se rende ao fato de que a filha realmente está dominada por um espírito mal e vê em Karras a possibilidade da cura e libertação de Regan.


Há três plotes caminhando organicamente durante o desenvolvimento do enredo: a busca de Chris pela cura da filha, o padre Karras tentando convencer a igreja católica que Regan é um caso legítimo de possessão e a investigação de um crime em que Regan pode ser a responsável. 

O livro é extremamente gráfico e as cenas que levam Regan a se transformar em um monstro são bastante descritivas e dão a sensação de aversão e medo. Como eu já tinha assistido ao filme, estava sugestionada a construir as cenas na minha imaginação a partir do filme, que é muito fiel ao livro e promove uma sensação de terror a todo momento.

Em contrapartida, apesar destas cenas, o livro enfatiza mais sobre o sentimento de culpa do que o poder do demônio. Sabemos que uma criança inocente está se auto destruindo em função de algo sobrenatural e inexplicável, mas, ainda assim, o sentimento de impotência da mãe é o que aperta o coração. Sentimento que o padre Karras também já experimentou em relação a mãe, o que enfraqueceu sua fé em Deus.


Uma crítica ao enredo é sobre as cenas mais pesadas, em que Regan está totalmente dominada pelo mal, grita palavras obscenas e faz muitas analogias sexuais. Sem dúvida, a cena mais forte é quando ela se masturba com um crucifixo e se machuca muito. Isso me fez pensar que o sexo em si é sempre visto como algo demoníaco, o que obviamente não é, porém, a ligação no livro é clara e direta. Se a personagem utilizasse outro objeto na mesma cena, ainda assim seria chocante, pelo tom da violência que é o que deve incomodar as pessoas, não somente por ser com um símbolo religioso. 

Enfim, é um livro forte, bem escrito, com personagens muito críveis, profundos e que traz uma história triste, porém inesquecível.

Apesar da temática pesada, é um livro que recomendo para todo mundo. Para quem já é íntimo do gênero, o livro é impressionantemente bom. Para quem quer começar a ler algo desse tipo, é uma excelente porta de entrada.

Adorei!!!


Um pouco sobre o autor:
William Peter Blatty foi um escritor e produtor cinematográfico americano. Nasceu em Nova York em 7 de janeiro de 1928 e faleceu em 12 de janeiro de 2017. Alguns de seus livros publicados no Brasil são: 
    • O Exorcista 
    • Legião
    • A Nona Configuração
    • O Espírito do Mal
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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