Na Ponta dos Dedos (Sarah Waters)

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

FICHA TÉCNICA
Nome original: Fingersmith
Autora: Sarah Waters
Tradução: Ana Luiza Dantas Borges
País de origem: Inglaterra
Número de páginas: 592
Ano de Lançamento: 2002
ISBN13: 9781101057025
Editora: Rocco

Oi gente que ama livros, hoje venho coma resenha do 64º livro lido em 2020 e foi Na Ponta dos Dedos (Sarah Waters). Em 2018 o filme A Criada foi o vencedor do prêmio Bafta como melhor filme estrangeiro e ao pesquisar sobre o filme na época, descobri que era baseado em um livro e decidi que só assistiria ao filme após ler o livro, o que pode ser feito agora.

O livro nos traz Sue Trinder, uma moça de dezessete anos que cresceu na casa da sra. Sucksby, uma senhora trambiqueira que se aproveitava de crianças para roubarem para ela e algumas eram vendidas. Sue nunca precisou trabalhar para ela porque sempre foi a sua queridinha e protegida, sendo bem tratada em uma casa na periferia da Londres vitoriana, cheia de sujeira, violência e golpes.

O livro começa com sir Gentleman, um homem bonito e de boa fala que não passa de um outro golpista amigo da sra. Sucksby, propondo a Sue um excelente trabalho: ser a dama de companhia de uma jovem milionária no interior da Inglaterra chamada Maud e através de seu trabalho, influenciar Maud a se casar com Gentleman. O plano é que após o casamento, Gentleman interne Maud em um manicômio e dê um bom dinheiro para Sue, que pode inclusive ajudar a sra. Sucksby. Sue não se sente totalmente à vontade com aquela proposta, mas aceita e parte para a mansão bucólica da família de Maud para servi-la e lá encontra uma jovem inteligente, mas muito ingênua e desenvolve uma relação com ela que vai além das suas obrigações de trabalho.

O desenvolvimento do livro se dá sob pontos de vista diferentes que acabam por descrever algumas situações mais de uma vez, de forma distinta. Por volta dos 30 por cento do livro uma reviravolta na história me deixou de queixo caído, realmente surpresa com a audácia da autora em nos enganar por quase 200 páginas. As reviravoltas não param por aí, segredos do passado são revelados sobre as duas jovens e criam uma conexão entre elas que ninguém poderia prever.

Existe uma elegância muito bem pontuada na escrita da autora que pode dar o tom certo de sofisticação à história ainda que estejamos lendo a descrição de golpes baixos realizados por trambiqueiros. Esse tom não se perde nem com a descrição de cenas de ação no enredo, causa ansiedade e instiga o leitor a não largar o livro até a conclusão.

Eu adorei a experiência de leitura, me senti enganada o tempo todo e adorei todas as surpresas que a autora inseriu na trama todas eram bem consistentes e bem argumentadas. Essa sensação de engano é sempre bem-vinda quando você não acredita que um romance vitoriano pode te despertar esses sentimentos.

Sem dúvida, foi uma leitura muito proveitosa, com personagens bem desenvolvidos e uma trama que me prendeu desde o primeiro parágrafo e só me deu paz quando virei a última página. A curiosidade para conferir o filme aumentou porque sei que foi adaptado de um excelente livro e só me resta conferir. Me faltam palavras para incentivar as pessoas sobre essa leitura porque a capa e a sinopse não entregam nada, o que é muito positivo, mas o livro pode ser ignorado em função disso. Se confiam na minha opinião, apenas leiam porque o livro é intenso e não decepciona o leitor que busca uma trama intrincada e muito bem escrita.

Eu amei!!!


Um pouco sobre a autora: Nasceu no País de Gales em 1966 e é doutorada em Literatura Inglesa. Em 1998 recebeu o prêmio New London Writers. Em 2000 recebeu o prêmio do Sunday Times para jovens escritores e o prêmio Somerset Maugham, ambos pelo livro Afinidade. O romance Falsas Aparências foi ainda finalista do Booker Prize. Foi considerada pela prestigiada revista Granta uma das 20 jovens escritoras britânicas mais promissoras. Seus livros publicados no Brasil são:

  • Na Ponta dos Dedos
  • Os Hóspedes
  • Afinidade
  • Toque de Veludo
Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Olá Ivi!
    Nada melhor do que ler um livro que supera totalmente as nossas expectativas. E aqui vemos que Sarah Winters gosta de brincar com o leitor, conduzindo-o para um caminho e manipulando-o o tempo todo (isso é muito inteligente e denota o talento da autora).
    Com certeza essas reviravoltas fazem com que a leitura seja rápida e envolvente, pois quando pegamos o ritmo fica claro que tudo pode acontecer de uma hora pra outra. A situação de Sue deve render cenas angustiantes e que nos fazem temer pela personagem.
    Espero que a adaptação seja igualmente boa.
    Beijos.

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  2. Oi, Ivi.

    Serei sincera ao dizer que quando comecei a ler sua resenha, não sei nada pra história. Mas assim que mencionou reviravoltas e sobre a autora surpreender e enganar o leitor, eu já pensei "opa!". Eu amo livros em que o leitor é manipulado a ir por um caminho, quando na verdade é outro. Eu tô um pouco por fora dos filmes atuais, então não tinha ouvido falar desse, mas certamente farei como você, vou ler o livro antes de ver o filme.

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  3. Olá Ivi!
    Não conhecia nem o livro e nem o filme, mas achei a trama muito interessante. Acho incrível quando os autores conseguem nos enganar e surpreender positivamente numa história, como nesse caso. Eu já fiquei curiosa imaginando o que pode unir as garotas, e já estou torcendo para que esse tranbiqueiros se deem mal rs.
    Beijos

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  4. Oi, Ivi!
    Nunca ouvi falar do filme A Criada, e essa é a primeira vez que leio sobre Na Ponta dos Dedos, e fiquei totalmente interessada na trama, muito curiosa para saber que reviravolta foi essa que aconteceu por volta dos 30% da história que te deixou de queixo caído, e qual a conexão que liga Sue a Maud...
    Valeu pela dica, anotada! Bjos!

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  5. Acredita que eu amo demais A Criada, mas não sabia que era baseado nesse livro? A trama, pelo menos do filme, é realmente maravilhosa. A história é recheada de reviravoltas, você fica de queixo caído em diversas cenas. Pela sua resenha, eu acho que no livro não é diferente. Mesmo já conhecendo a história, eu fiquei muito interessado em ler o livro!

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  6. Você realmente sempre traz resenhas de livros diferentes, saindo da mesmice dos lançamentos de todos os blogs. Gosto muito disso.
    Não conhecia esse livro e acho que nunca li nada da autora. Mas gostei dessa resenha e fiquei curiosa com a reviravolta no meio do livro. Também não conhecia o filme. Vou procurar assistir.

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  7. Não conhecia esse livro e achei muito bacana, pois peçp jeito, sai do que estamos acostumadas em relação aos personagens. Fiquei curiosa com o que pode acontecer, e vai ser uma leitura muito valida.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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