Aos Perdidos Com Amor (Brigid Kemmerer)

quarta-feira, 24 de outubro de 2018


Ficha Técnica:
Nome Original: Letters to the Lost
Autora: Brigid Kemmerer
Tradução: Fabrício Waltrick
País de Origem: Estados Unidos
Número de Páginas: 430
Ano de Lançamento: 2018
ISBN-13: 9788592783358
Editora: Plataforma21

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 61º lido em 2018 e foi Aos Perdidos Com Amor (Brigid Kemmerer). Vi a indicação deste livro no canal da Samantha Belleti e a forma emocionada como ela descreveu o livro me deixou bem interessada na leitura, por isso incluí na minha lista e na primeira oportunidade, fui conhecer este enredo.

O livro nos traz dois adolescentes americanos vivendo momentos complicados de suas vidas. Juliet perdeu a mãe há poucas semanas e está enfrentando a dor do luto. Sua mãe era uma respeitada fotógrafa que fazia a cobertura de guerras e catástrofes naturais e morreu em um acidente de carro quando retornava de uma de suas viagens. Elas eram muito próximas e Juliet a admirava intensamente, tanto que sabia que também seria fotógrafa e antes do falecimento da mãe, ela já era a fotógrafa na escola, mas agora que a mãe se foi, Juliet se sente insegura se ainda quer isso para a sua vida. Já não consegue pegar em uma câmera fotográfica e não permite que ninguém mexa no equipamento que era da mãe.

Temos também o Declan, outro adolescente que também teve sua cota de perdas na vida. Há alguns anos a irmãzinha dele morreu, também em um acidente de carro e ele se sente extremamente culpado por isso. Não era ele quem estava dirigindo, mas como não impediu que o pai alcoolizado pegasse o carro, acredita que foi responsável pela morte da irmã. O pai está preso e sua mãe reconstruiu sua vida com um novo companheiro que não se dá nada bem com Declan. Há alguns meses, Declan foi envolvido em uma confusão e quando o livro começa, ele está cumprindo uma medida socioeducativa fazendo a limpeza no cemitério da cidade.

Acontece que Juliet frequenta o cemitério quase que diariamente e escreve cartas para a mãe e ao chegar no seu túmulo em um dia qualquer, ela encontra uma resposta para a última carta que deixou lá e fica revoltadíssima com a invasão em sua intimidade. Declan havia encontrado a carta e decidiu responder porque havia se identificado muito com a dor dela e passado esse momento de raiva de Juliet, os dois passam a trocar cartas, e-mails e um interesse nasce entre eles.

Nenhum dos dois revela seu nome e nem fazem ideia que já se conhecem, pois estudam na mesma escola. Desta forma, a relação dos dois se desenvolve através desta troca de mensagens enquanto na vida real, os dois vivem em mundos muito distintos.

A princípio eu achei que era apenas mais um romance jovem adulto com um exagero na carga emocional, mas a escrita da autora me fisgou de um jeito tão forte, que apesar de o drama ser realmente pesado na narrativa, eu não conseguia desgrudar do livro e me envolvi demais com os dois personagens que amadurecem e despertam no leitor uma empatia fora do comum ao longo da história.

Além do romance entre Juliet e Declan, temos a morte da mãe dela sendo esclarecida porque tudo ficou sem explicação na época do acidente e isso sempre foi um empecilho para que Juliet começasse a aceitar essa morte. Declan também amadurece ao ponto de entender as motivações de sua mãe e entender que o padrasto não é o responsável pelo caos em sua vida.

Os amigos que cercam os dois adolescentes também são bem desenvolvidos e em especial, o melhor amigo de Declan possui um arco intenso e muito interessante que merecia um livro só dele para conhecermos a fundo suas problemáticas e motivações.

Enfim, foi um livro que me emocionou muito e que ao final, me fez suspirar porque apensar da conclusão clichê, foi bem desenvolvida e consistente.

A perda e o luto são tratados com muita seriedade dentro do enredo e para quem já perdeu alguém importante em sua vida, é impossível não se identificar. A tristeza e a necessidade de apoio que uma pessoa atravessa neste momento foi desenvolvido com muita sensibilidade e delicadeza e a maneira como a autora traz isso para a história foi o ponto alto da trama para mim.

Indico o livro sem medo de errar para quem gosta de narrativas com personagens jovens, mas enfrentando dificuldades emocionais serias. Nada é deixado na superfície e os temas abordados são desenvolvidos com credibilidade. Talvez o romance seja leve demais e alguns leitores sintam falta de um pouco mais de sensualidade, porém, ainda assim vale a pena ser lido porque os personagens nos conquistam de forma que temos a impressão que os conhecemos e torcemos para que tudo fique bem no final.

Eu adorei.


Um pouco sobre a autora: Brigid Kemmerer nasceu em Nebraska, nos Estados Unidos. Enquanto crescia, mudou-se com os pais diversas vezes, e assim conheceu muitos lugares diferentes dos Estados Unidos – do deserto de Albuquerque, no Novo México, ao lago que permeia Cleveland, em Ohio. Sua obra, dedicada aos jovens, é elogiada pela crítica estrangeira. Aos Perdidos, Com Amor é seu primeiro e único livro lançado no Brasil. Brigid Kemmerer vive em Maryland, nos Estados Unidos, com o marido e os filhos.
Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Eu também acho que o amigo de Declan merecia um livro! Me parece um personagem rico demais pra ser apenas amigo do protagonista, sabe? Essa é uma das minhas histórias favoritas e fico feliz demais em saber que você gostou.

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  2. Olá!
    Ahh esse livro ainda quero realizar a leitura, mas eu adoro quando temos personagens bem desenvolvidos ao longo do enredo. Lidar com perdas, trabalhar o luto é sempre algo doloroso e pode servir de inspiração para outras pessoas ler mais desses personagens.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  3. Oi, Ivi!
    Menina esse livro está na minha lista há tempos! (só não consigo parar e ler) Sempre acho a premissa de conhecer e se envolver com outra pessoa através da escrita muito bonita e interessante, principalmente quando a gente compara com os relacionamentos atuais (com tinder e etc.). Pela sua resenha deu para perceber que a autora conseguiu mesmo entrelaçar os personagens e os desenvolver de forma mais que satisfatória. Vou tentar por essa história no topo da minha pilha hehe
    Beijos!

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  4. Eu adoro esse tipo de história, jovem e com uma carga dramática mais intensa. É a primeira resenha que eu leio da obra e gostei bastante do que eu vou encontrar. Vou colocar na lista de leitura sem nenhuma dúvida. Não me importo do romance ser muito leve, às vezes muito romance até tira a magia do enredo.
    beijos

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  5. Oi, Ivi!
    Achei a premissa desse livro bem mais do mesmo, assim como vc achou inicialmente. Mas gostei da resenha e fiquei satisfeita em ver que a autora se empenhou em fazer um livro que envolvesse o leitor e que não tratasse o assunto luto de forma superficial.
    bjs
    Lucy - Por essas páginas

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  6. Confesso que também achei que seria um livro carregado no drama, mas fico feliz em saber que não é bem assim e que a autora trabalha de forma satisfatoria o luto, gostei bastante da resenha e me interessei muito pelo livro
    bjos

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  7. Amei esse livro e gostaria de saber se vai ter algum livro sobre o amigo do personagem principal??

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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