Narradores Diferentes

segunda-feira, 20 de agosto de 2018


Oi gente que ama livros, hoje venho conversar com vocês sobre livros que possuem narradores diferentes. Ou seja, não é exatamente um personagem ou narrador específico que nos conta a história. Geralmente encontramos narrativas em primeira ou terceira pessoa, mas os livros que trouxe neste post possuem algo diferenciado e que acabaram por proporcionar uma experiência de leitura bem interessante e original.

Vamos conferir?

A Menina que Roubava Livros (Markus Zusak)

Este é um dos meus livros queridinhos da vida e sei que é uma história amada por muitos leitores pois traz uma criança alemã, pobre, que não entendia nada sobre a segunda guerra e precisava vivê-la, aprendendo a ler e se apaixonando por livros. Apenas este enredo já é capaz de seduzir muitas pessoas, mas além disso, a história que traz amizade, respeito e superação em sua narrativa, também traz um elemento muito curioso: ela é narrada pela morte. Sim, a morte se personifica em uma voz que nos conta a história de Liesel, a garotinha que é adotada por uma humilde família alemã que a princípio só queria saber da ajuda financeira que era dada para pais adotivos, mas ao conviver com a menina são envolvidos por seu carisma e inocência. O livro foi belamente adaptado para o cinema e vale a pena ser conferido após sua leitura. É um livro bem escrito, original e inesquecível e parte disso se dá em função da narradora ser tão diferenciada. A morte se humaniza, se entristece e se revolta enquanto conta uma história forte e bem original. Vale super a pena ser lido, afinal, quem é que não ama uma protagonista que ama ler?




As Cordas Mágicas (Mitch Albon)

Me interessei pela leitura deste livro apenas pelo autor, pois todos os livros dele me renderam leituras maravilhosas, por isso minha expectativa já era alta quando comecei a ler, mas vocês não imaginam a minha reação quando percebi que o livro era narrado pela música. Estranho? Um pouco. O personagem principal é um músico e sua história de vida nos é contada pela música, ou seja, por aquilo a que ele dedicou seu amor e sua força. O livro traz uma história bonita que envolve família e um romance interessante. Sem essa narrativa peculiar, já seria um ótimo livro, mas ver a música como voz narrativa do enredo deixou o texto muito mais charmoso e emocionante. Particularmente, sou movida à música. Ouço do momento que acordo ao momento que me deito, por isso entendo a força que ela tem sobre muitas pessoas e foi realmente prazeroso ler essa história sob este ponto de vista. Ela narra a história como se fosse uma melhor amiga e as vezes, como uma algoz, o que dá uma dimensão plural para o texto. A leitura é intensa e inesquecível.
Resenha AQUI


Dois Garotos se Beijando (David Levithan)

Aqui temos uma história que envolve três núcleos de personagens que a princípio parecem desconectados um do outro. Um casal homoafetivo decidiu fazer um desafio e entrar para o livro dos recordes por ter dado o beijo mais longo da história. Em volta disso, as redes sociais e a mídia fazem a cobertura do evento para conferir se os meninos conseguirão alcançar o objetivo deles. Porém, isso nos é contado com um narrador que usa a primeira voz do plural e já nas primeiras páginas conseguimos identificar que se trata de um grupo de homossexuais. Conforme as histórias  do livro vão tomando forma, ficamos mais íntimos das dores e dos anseios deste grupo de pessoas que relatam os preconceitos pelos quais passaram e como muitos foram negligenciados simplesmente por serem quem eram. É um livro muito sensível, emocionante e que te prende não apenas pela curiosidade se o casal conseguirá bater o recorde, mas pela forma intensa pela qual contam a história. Foi uma leitura muito imersiva e eu não conheço ninguém que não tenha amado muito este livro.
Resenha AQUI



Juntos para sempre (W. Bruce Cameron)

Este livro que nos faz sorrir só de olhar para a capa é a continuação do Quatro Vidas de Um Cachorro que eu não li, mas imagino que tenha a mesma peculiaridade na narração. Aqui temos a história de um cachorro que vive sua vida intensamente e quando ela termina, ele retorna no corpo de outro cãozinho e assim segue seu legado. O bacana desta história é que ela nos é contada pelo próprio cachorro, ou seja, tem uma ingenuidade e carisma incomparáveis. Neste livro, o personagem principal que às vezes vem como macho ou fêmea, é dedicado à sua dona e apesar de não entender os conflitos pelos quais ela passa, consegue ajudá-la sem pedir nada em troca e dá amor e carinho para que ela possa seguir sua vida. Sei que muitas pessoas mais ligadas aos animais de estimação que eu não gostam de livros com cachorros como protagonistas porque via de regra, eles morrem, mas aqui quero deixar um alerta: esse livro merece ser lido porque o final não é triste. A voz narrativa do cachorro é tão bem desenvolvida que em vários momentos eu era capaz de imaginar seu olhar carinhoso e ouvir seu latido. É um livro para pessoas sensíveis e sobretudo, para sensibilizar quem não é.
Resenha AQUI

Estes foram os livros que me chamaram a atenção pelas narrativas diferenciadas e eu gostaria de ler mais livros assim. Por isso, se você leu algum livro que tem um narrador diferente do tradicional, deixe aí nos comentários, vou adorar seguir a sua dica e me aventurar em outra leitura original.

Beijos
Comentários
20 Comentários

20 comentários :

  1. Oi Ivi!
    O único livro que li foi A Menina Que Roubava Livros e achei bem diferente a história ser contada pela morte, mas achei legal. Os demais não conhecia e/ou não li, fiquei bem curiosa pela música contando a história e obviamente o cachorro (deve ser muito amorzinho isso).
    Beijos

    www.lendoeapreciando.com

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  2. Desses o único que li foi A Menina que Roubava Livros e é um livro que grudou no meu coração, eu amei tudo nesse livro e a morte ser a narradora fez com que tudo ficasse ainda mais interessante. Dos outros eu tenho interesse em ler Dois Garotos se Beijando.

    beijos
    Tielle Soares
    https://atrasadaparaocha.blogspot.com/

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  3. Oi Ivi! Que bacana esse post. eu particularmente não tenho preferência para a narração de uma história, sendo terceira ou primeira pessoa.. Contanto que seja uma boa história, com uma boa narração, já me satisfaz. Destes livros que você citou li A menina que roubava livros, que também é um dos meus livros favoritos da vida, e que tem uma história linda e emocionante, que narrada pela morte, deixa tudo muito mais interessante. E estou finalizando a leitura de Juntos para sempre, que é a coisa mais lindinha da vida, apesar de que esses livros narrados por bichos sempre me deixam chorosa.. Obrigada pelo post!

    Bjoxx ~ www.stalker-literaria.com

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  4. Oi Ivi,
    nossa eu amo loucamente A Menina Que Roubava Livros, é possivelmente meu livro favorito da vida. A história me tocou como nenhuma outra. Do Levithan eu li dois livros e infelizmente não curti muito, uma pena. Juntos para sempre tenho aqui em casa, ainda vou ler em algum momento.

    Att.,
    Eduarda Henker
    Queria Estar Lendo

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  5. Oi Ivy
    Eu adoro quando encontro narradores diferentes no livro. Eu amo de mais A menina que roubava livros é meu livro favorito da vida e adoro o fato dele ser narrado pela morte. Eu tô lendo um livro que é narrado pelo Tempo. Menina, pensa num livro incrível e uma narração maravilhosa...

    Vidas em Preto e Branco

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  6. Oie amore,

    Que blog mais amor - lindoooo!!!
    Que delícia de post tambpem, bem diferente e legal, arrasou!
    A menina que roubava livros eu amo, Os outros ainda não conhecia mas já me encantei e anotei a dica!



    Beijokas!
    www.facesdeumacapa.com.br

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  7. Oi Ivi!
    Achei super diferente e interessante o seu post. Estava pensando se já li algum livro que havia um narrador diferente e não estou conseguindo lembrar de nenhum.
    Já assisti o filme da Menina Que Roubava Livros e gostei bastante, pois além de ser uma história sobre a 2ªGM, também tem uma protagonista muito carismática, mas não li o livro e nem sei se leria por já conhecer a história. Mas acho genial a ideia do autor de colocar a morte para narrar.
    Sobre os outros livros, não conhecia As Cordas Mágicas, mas também me pareceu interessante. Já li um livro do David Levithan e não curti muito, então não pretendo ler os outros dele. E sobre o Juntos Para Sempre, não sei se leria, mas assisti o filme do Quatro Vidas de Cachorro e adorei - na verdade, não tem como não nos apaixonarmos com histórias sobre cachorros.
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/

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  8. Iviii!

    Adorei o seu post. Eu li A menina que roubava livros há muito tempo atrás, to precisando reler, porque acho que a experiência vai ser muito diferente e provavelmente vou prestar mais atenção nos detalhes da narração. Os outros livros eu ainda não li, mas tenho muito interesse no do David Levithan!

    beijos! <3

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  9. Oi Ivi, eu não li nenhum desses livros e achei a postagem super original, parabéns! Acho que o narrador mais diferente que encontrei foi em Felicidade para humanos, que quem narra é um sistema operacional, super diferente ne? Fica a dica!

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  10. Oiiii,

    Eu não conheço as outras histórias, mas se seguirem o mesmo estilo de A menina que roubava eu tenho certeza de que irei adorar porque eu amoooo a narrativa feita pela morte neste livro, acho ela extremamente interessante e com uma visão que eu ainda não tinha tido em um livro. Adorei as dicas e espero poder conferir alguns dos títulos.

    Beijinhos...
    http://www.paraisoliterario.com

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  11. Oi, Ivi!
    Ai narradores <3 Dos quatro livros que você citou, os narradores do Zuzak e do Levithan são os mais interessantes, para mim. O Zuzak foi genial ao colocar a morte narrando, e o Levithan... nem sei o que dizer, mas durante a leitura, quando percebi que o narrador na verdade era um grupo, com uma polifonia trabalhada tão magistralmente... tive que tirar dez minutos para ficar olhando pro nada e contemplando o nível de proficiência em escrever que esse autor possui (já amava seus livros antes, mas depois disso, não há nada no mundo que me faça desgostar de suas histórias). Estou com Juntos para sempre na minha lista, e mesmo não tendo um coração forte para histórias com animais, já me sinto um pouco mais empolgada por saber que nos faz sorrir hehe
    Beijos!

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  12. De todos os livros que mencionou eu só li o primeiro e devo dizer que o narrador dele é sem dúvida o mais curioso e diferenciado, como mencionou. O livro Dois garotos se beijando está na minha estante, mas ainda não li e nem imaginada que a narração dele era tão peculiar e inovador, então é hora de tirar a poeira e ler essa obra.

    Abraços.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com/

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  13. Olá!
    Eu só li o primeiro livro e achei bem curioso, ao passo que também é intrigante e envolvente a narrativa. Essa ideia de trazer novas narrativas ao longo das leituras é um frescor e se o autor consegue contar sem se perder nos fatos é ainda mais interessante.
    Os outros livros já vi bons comentários e tirando a história com o cachorro, fico curiosa com os fatos mencionados.
    Muito criativo esse post, parabéns!

    Beijos!

    Camila de Moraes

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  14. Oiii tudo bem??

    Amei ao ler a menina que roubava livros e conhecer a narradora, foi realmente impressionante.
    Quantos aos outros ainda não li, tenho as cordas magicas aqui e fiquei com muita vontade de ler ao saber que é emocionante.
    Apesar de nunca ter me interessado pelos outros, saber dessa questão da narração me deixou mais interessada.
    Adorei o post
    Bjus Rafa

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  15. Oi, tudo bem?
    Eu adorei o post! Dos livros que você citou, eu só li A menina que roubava livros e é um dos meus livros favoritos da vida. Eu já tinha ouvido falar sobre os outros livros, mas não sabia que eles possuíam narradores diferentes do que estamos acostumados a ver.
    De todos, o que mais chamou minha atenção foi As cordas mágicas. Achei o enredo legal e gostei da ideia de um livro narrado pela música. Vou anotar na lista de desejados para ler futuramente.
    Beijos!

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  16. Oi, Ivi

    Adorei a ideia da postagem. Nunca li nenhum desses, nem ao menos A Menina Que Roubava Livros, vergonhoso, eu sei, mas sempre achei interessante o fato do livro ser narrado pela morte. Me chama também a atenção o narrador de As Cordas Mágicas: a música.
    Pensando assim eu não consigo lembrar de nenhum narrador diferente com o qual eu tenha me deparado...

    Beijos

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  17. Ola...

    Eu adoro esses livros diferenciados e da sua lista eu tive a oportunidade de ler A menina que roubava livros e ter a morte narrando foi uma experiência bem diferente pra mim. O livro Juntos para sempre eu tenho curiosidade de ler, mas não tenho coragem hahaha

    Beijos

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  18. Dos livros que você citou o único que li - e já adianto que não terminei - foi A menina que roubava livros. Também adoro livros com mais de um marrador, mas esse não me entusiasmou, me cansou. Já os outros citados apenas li resenhas sobre eles e ouvi falando sobre eles por aí. Gostei muito de seu post. Bexus @prefirolercomcalma

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  19. Olá, tudo bom?

    Eu adorei a listinha, nunca vi algo parecido. Desses, infelizmente, eu só li um que foi A Menina que Roubava Livros que é o meu xodózinho. Eu li quando tinha 16 anos e se tornou um dos meus favoritos, principalmente por me emocionar tanto. A narrativa, feita através da morte, foi algo genial e realmente humanizou esse ser e deu um toque especial a trama.
    Entretanto, acabei colocando todos os outros na lista, pois os narradores, principalmente, me chamaram a atenção. Em especial a música, já que eu nunca imaginei uma história narrada por ela e, com isso, estou bem curiosa. Vou conferir e ver se gosto ;)

    Enfim, adorei a postagem e agradeço as indicações :)
    Abraços.

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  20. Olá Ivi,
    desses li apenas "A menina que roubava livros" e me lembro que na que comprei este livro, o fiz justamente pelo narrador incomum. A frase "Quando a morte conta uma história, você deve parar para escutá-la", foi a principal responsável por despertar meu interesse. Não sou lá muito fã de narradores diferenciados, gosto das histórias sendo contadas pelos próprios personagens, sendo assim essa não é uma característica que busco com frequências contudo as vezes eu me rendo ao inusitado, mas só para sair da zona de conforto mesmo.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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