Tartarugas Até Lá Embaixo (John Green)

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Ficha Técnica:
Nome Original: Turtles All the Way Down
Autor: John Green
País de Origem: Estados Unidos
Tradução: Ana Rodrigues
Número de Páginas: 256
Ano de Lançamento: 2017
ISBN-13: 9788551002001
Editora: Íntrinseca
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 84º livro lido em 2017 e foi Tartarugas Até Lá Embaixo (John Green). Sou assumidamente fã do autor e quando foi divulgado o lançamento do novo livro, fiquei super animada. Mas decidi ler um pouco depois de todo alvoroço que se fez quando o volume chegou às livrarias e só conclui a leitura agora.

O livro nos traz a Aza, uma adolescente que sofre fortemente de TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo. Ela tem uma verdadeira fixação no medo de que germes e bactérias ocupem o seu corpo e a levem à morte, e por isso, estabeleceu um sistema de higiene pessoal sério. Tão sério que às vezes ela se machuca neste processo. Aza tem uma melhor amiga, a Daisy que é diferente dela, super animada com tudo e com todos e embora as duas sejam muito diferentes, o relacionamento das duas é ótimo.

O livro começa com o sumiço de um multimilionário corrupto e é oferecida uma quantia considerável se informações consistentes forem dadas sobre o paradeiro do tal ricaço. Acontece que o homem sumido em questão é pai de um antigo paquera da Aza. Ela conheceu Davis em um acampamento para enlutados quando na época ela perdeu o seu pai e ele tinha perdido a mãe. Nada de muito intenso aconteceu entre eles, mas ela sempre pensou nele com carinho e agora, ela e Daisy decidem se aproximar dele para descobrirem como ganhar a quantia oferecia já que as duas não têm dinheiro para ir para a faculdade.

O livro então se desenvolverá na doença de Aza e na busca do pai de Davis. Ela com uma mente totalmente perturbada com a questão dos germes e um leve romance surgindo entre os dois.

Não posso dizer que foi uma total decepção, mas confesso que eu esperava muito mais desta história. Aqui temos um assunto muito intenso sendo tratado e a Aza nos sufoca com o seu fluxo de pensamento ininterrupto sobre formas de ser invadida por doenças. Em vários momentos da leitura eu tive que parar de ler porque realmente o autor pesou a mão no sofrimento da protagonista e a leitura me fez sentir mal com aquilo. O que não foi negativo exatamente. Porém outras nuances do enredo não  foram desenvolvidas de forma que me satisfizessem.

O mistério do sumiço do pai de Davis é solucionado de forma ridícula na minha opinião, e o romance não me convenceu em nenhum momento. Daisy foi uma personagem que me chamou a atenção no inicio do livro, mas que também me irritou em vários momentos. Ela é uma super fã de Star Wars e existem tantas menções a este universo no texto, que isso me deixou exausta.

A relação de Aza com a mãe é bem interessante. A mãe fica naquela insegurança de dar espaço e ao mesmo tempo proteger a filha e isso me emocionou bastante porque eu consegui me identificar com ela na questão de querer solucionar o problema da filha e se sentir impotente em não conseguir fazer isso.

Porém a escrita do John Green segue poderosamente envolvente. Ele me fez enxergar a Aza e assisti-la durante a narrativa. Cada detalhe inserido – seu amor pelo carro, ou um apego imenso ao celular que era do pai dela – foi colocado no texto de forma bem interessante, o que dava um desdobramento sensível para a personagem.

Para concluir, digo que o que mais gostei no livro foi saber que a construção da personagem principal se deu em cima do próprio TOC que o autor enfrenta. Acompanho o autor nas redes sociais e no seu canal no Youtube e quando soube do que se trataria este livro, já imaginava que a experiência pessoal dele seria retratada na história, e claro, isso deu bastante credibilidade ao texto.

Foi bom reencontrar o autor em uma nova história, mas meu livro favorito dele continua sendo A Culpa é Das Estrelas e ainda torço para que ele escreva algo que supere o impacto que Gus e Hazel causaram em mim.

Eu esperava mais, mas gostei!


Um pouco sobre o autor: John Green é um dos escritores norte-americanos mais queridos pelo público jovem e igualmente festejado pela crítica. No Brasil, seus livros publicados são:

  • A Culpa é Das Estrelas
  • Quem é Você, Alasca?
  • O Teorema de Katherine
  • Cidades de Papel
  • Tartarugas Até Lá Embaixo
  • Will & Will
  • Deixe a Neve Cair
Comentários
10 Comentários

10 comentários :

  1. Tenho uma crise de amor e ódio com esse autor. Já li alguns livros que amei, enquanto outro odiei. Esse livro por vez eu quero ler pois o assunto abordado chega bem perto do que eu vivo de problemas de saúde. Pode ser
    mais um ponto posito para o autor em minha lista de prol e contra rsrs.

    Beijos.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/

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  2. Olá, muito boa a sua resenha. Eu estou com bastante vontade de ler esse livro. Uma pena que ele não te agradou de todo, mas parece que o autor tratou de forma bem realista o TOC.

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  3. Bacana acompanhar seu olhar a respeito desse livro, geralmente vejo um pessoal rasgando seda e até estranhei, porque nunca havia comentários negativos... Você foi muito sincera e adorei isso, a respeito do TOC, quero muito ler por saber como o autor soube jogar suas verdades ali.

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  4. To com esse livro na minha estante e n vejo a hr de começar a leitura, gosto demais da escrita do John Green! Tua resenha foi a primeira q encontrei c algum comentário negativo, mas foi ótimo saber oq vc achou, me deixou mais curiosa!

    beijos

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  5. Oi, Ivi! Tudo bem?
    Que pena que você não gostou tanto do livro. Acho que temos gostos diferentes, porque A culpa é das estrelas foi o livro dele que terminei com a sensação de que esperava mais e, apesar de ter me emocionado, confesso que não achei nada demais. Já Tartarugas até lá embaixo é o meu favorito do autor disparado. Acredito que foi a melhor construção de personagens que ele já fez e que o fato dele não ter focado nem no romance e nem no mistério do pai do Davis foi um acerto, pois eles não eram o centro da história. O foco mesmo era o TOC da Aza e a relação dela com as pessoas ao seu redor.
    Com relação ao incômodo que você sentiu com a leitura em alguns momentos, acho que foi intencional do autor. Ele quis fazer o leitor sentir exatamente o que uma pessoa com TOC sente e confesso que achei genial o modo como ele realmente coloca o leitor no lugar da personagem.
    De qualquer forma, apesar de ter tido uma visão diferente, adorei conferir sua resenha.
    Beijos!

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  6. Oiee Ivi ^^
    Eu só lembro de ter lido um livro que abordava o TOC, mas o personagem que o tinha era secundário, então não era o assunto principal. Apesar de ter gostado um pouco dos livros do Green, eu não sinto vontade de ler este, pois vi um pessoal dizendo que o autor não soube abordar muito bem os assuntos propostos na história, e isso me desanimou um pouco. Sem contar que sempre fazem o maior alvoroço quando ele lança um livro, e isso deixa a gente com expectativas, né?
    MilkMilks ♥
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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  7. Eu amei esse livro! O John Green tratou da ansiedade e do toc com bastante propriedade, mostrando a realidade de muita gente - inclusive a minha - lidando com transtornos mentais. Fiquei muito, muito pesada durante a leitura e a história teve alguns gatilhos pra mim, mas de qualquer forma foi uma experiência de leitura incrível e adorei que o Green realmente se entregou nesse livro.

    Porém, a história...
    Achei o mistério, a trama em si, muito forçada, inverosímil até. Não fechei os olhos para isso. Os personagens secundários foram um pé no saco e não tenho como defender o autor.

    Enfim, não acho que Tartarugas Até Lá Embaixo seja o melhor livro dele (meu coração pertence a Cidades de Papel), mas é, em minha opinião, seu livro mais forte em questão de temas abordados e qualidade de escrita.

    Gostei muito da resenha, Ivi!

    Beijos

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  8. Oi Ivi!
    Eu gostei muito desse livro. Já li ele e também concordo com você, não foi um livro MARAVILHOSO, mas foi um com uma história bonita e bem desenvolvida. Achei que o autor conseguiu nos introduzir nas vidas dos personagens de forma mais superficial, que mesmo vendo o que acontecia com Aza, Davis e Daisy, não nos envolvemos tanto. Bom, ao menos foi o que aconteceu comigo... e pude ver que também aconteceu um pouco com você. Enfim, eu gostei do enredo e da premissa do livro, super recomendo a todos essa leitura.

    Beijoss, Enjoy Books

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  9. Oi Ivi, tudo bem?
    Vi muita gente falando desse livro, no momento ele ta sendo o auê do ano, haha. Mas sua resenha é a primeira que eu li e isso fez com que eu fosse com menos sede ao pote, se é que me entende.
    Porém, uma fã de star wars é algo que eu quero ver, haha.

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  10. Oi Ivi,
    esse livro virou uma febre, as resenhas que tenho lido estão cheias de ou ame ou odeie e isso tem me deixado receosa de embarcar na leitura, tenho alguns livros do autor aqui e sempre achei suas histórias superestimadas, são boas mas nada excepcional e por isso tenho medo desta ser só mais uma dentre as outras, mais uma história boa vendida com excepicional, claro que esta é minha opinião e não desmerece as opiniões daqueles que leram e amaram. Vou dar uma chance a história, mas só la na frente quando todo o barulho ao redor deste livro passar.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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