Nome
Original: La sombra del viento
Autor: Carlos
Ruiz Zafón
País de Origem: Espanha
País de Origem: Espanha
Tradução:
Marcia Ribas
Número de Páginas: 399
Ano de Lançamento: 2007
Número de Páginas: 399
Ano de Lançamento: 2007
Esse livro chegou até mim de forma
diferente, ao digitar “Barcelona” na busca da biblioteca, com intuito de
cumprir um item de um desafio literário que participo ao ler um livro em uma cidade que gostaria de conhecer, então comecei
a leitura com bastante expectativa.
“Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece”. – página 9.
Além da
questão da cidade, a sinopse é bem interessante, já que todos os personagens se
interessam pela leitura. Sempere é dono de uma livraria e leva o filho Daniel
ao Cemitério dos Livros Esquecidos, que estão ali por terem sido perdidos ou pertenciam
a bibliotecas já fechadas. Neste local, o garoto deve escolher um livro e
“protegê-lo” para que não desapareça. O escolhido é “A sombra do vento”, do
autor Julián Carax.
A partir
daí, Daniel se empenha em conhecer mais sobre o autor. Encontra o livreiro Barceló,
Clara (especialista no autor) e descobre que um homem desfigurado conhecido como Lain Coubert (o vilão descrito por Julián nas páginas de A sombra do vento) queima todos os livros de Julián Carax disponíveis, o único exemplar
restante é o que está com ele; Daniel quer entender quem se esconde por trás do personagem e o motivo pelo qual os livros são queimados.
“Certa ocasião ouvi um cliente habitual da livraria do meu pai comentar que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho ao seu coração. As primeiras imagens, o eco dessas palavras que pensamos ter deixado para trás, nos acompanham por toda a vida e esculpem um palácio em nossa memória ao qual mais cedo ou mais tarde – não importa os livros que leiamos, os mundos que descubramos, o quanto aprendamos ou nos esqueçamos – iremos retornar”. – página 11.
A história relata tanto as aventuras
de Daniel para desvendar esse mistério como a vida de Julián: sua infância, a
turma de amigos no colégio (principalmente Miquel, que o ajudou em todos os
momentos), a paixão por Penélope, os planos frustrados e a carreira como autor.
A vida de Julián se parece com a de Daniel em vários aspectos, o que desperta bastante curiosidade.
Um personagem importante é Fermín, o
mendigo que se torna o melhor amigo de Daniel e funcionário de Sempere na
livraria. Ele é extremamente inteligente e sempre disposto a ajudar aqueles que
salvaram sua vida.
“Ele costumava dizer que nós existimos enquanto alguém se lembra de nós”. – página 143.
A informação sobre o responsável por
queimar os livros é dada por uma carta, de forma bem detalhada e surpreendente, jamais imaginaria. Ainda
assim, faz bastante sentido, os motivos mesmo extremos demais são compreensíveis. As personagens femininas
(Penélope, Nuria e Bea) são fortes e marcantes, algumas reações extremamente
sofridas ressaltam o quanto as pessoas podem mudar pela dor ou decepções ao
longo da vida. Há um trecho dramático que me pareceu absurdo, fiquei chocada com a frieza do pai que não se importa com o sofrimento da filha no momento mais crítico e triste da história.
O livro é extremamente descritivo,
com ações, sensações, reações, lugares ou até relatos sobre as estações do ano
pelas ruas de Barcelona, o que me fez sentir parte da história e da cidade,
como se fosse mais um personagem acompanhando Daniel ou Julián. O poder das
palavras e dos livros é expressado durante toda a história, vários fatos
são explicados por meio de cartas, o que ressalta também a importância da
leitura.
“O difícil não é simplesmente ganhar dinheiro – lamentava-se ele – Difícil é ganhá-lo fazendo algo que valha a pena dedicar a vida – página 307.
A sombra do vento se revelou muito melhor do que eu esperava, recomendo muito! Inclusive adoraria conferir se houvesse uma adaptação cinematográfica das aventuras de Daniel Sempere. Curiosa para saber a continuação da
história em “Prisioneiro do Céu”.
Um pouco sobre
o autor: Carlos Ruiz Zafón nasceu em 25 de
setembro de 1964 em Barcelona, cenário de seus romances A sombra do
vento e O jogo do anjo, mas vive desde 1993 em Los
Angeles, onde trabalha como roteirista. Nos anos 1990, escreveu a trilogia
infanto-juvenil composta pelo livro O príncipe da névoa (1993), O
palácio da meia-noite (1994), As luzes de setembro (1995)
e também Marina (1999). Lançado originalmente em 2001, A sombra do vento vendeu
mais de dez milhões de exemplares em todo o mundo. Seus livros publicados no Brasil
são:
- O Príncipe da Névoa
- O Palácio da Meia-Noite
- As luzes de Setembro
- A sombra do vento
- O Jogo do Anjo
- O Prisioneiro do Céu
- Marina