Livraria El Ateneo - Buenos Aires

Oi gente que ama livros, hoje venho com um post diferenciado, vou falar um pouco da minha visita à segunda livraria mais bonita do mundo, segundo o jornal britânico The Guardian: El Ateneo Grand Splendid.

Estive em Buenos Aires entre 10 e 13 de março e um dos lugares que eu mais queria conhecer, era esta livraria, então, no sábado pela manhã, dia 12/03, fui até lá com a Kelly, colunista aqui do blog e uma das minhas melhores amigas. Ela já a conhecia e já imaginava que eu adoraria o lugar. Então, um pouco depois das portas abertas do estabelecimento, já estávamos por lá, literalmente turistando.

A Livraria El Ateneo é um dos lugares mais bonitos da cidade de Buenos Aires. Um passeio altamente recomendado para amantes de livros. Com certeza, a livraria mais bonita em que eu pude estar. Mas a Ateneo Grand Splendid não é só livros. É também história, e das boas.

Esta livraria está situada no prédio onde um dia funcionou o Teatro Grand Splendid e grandes nomes da cultura argentina mostraram seu talento por seu palco, como Carlos Gardel e Roberto Firpo. E o nome por trás desta história é Max Glucksmann, que teve uma trajetória de sucesso no mundo da música e do cinema. Uma história que daria um filme… ( e se existir tal filme, por favor me avisem!)

Este imigrante austríaco chegou a Buenos Aires em 1890. Depois de algum tempo trabalhando como assistente de fotografia na Casa Lepage, se tornou o proprietário. Esta empresa importava material fotográfico e outro nome importante da história cultural da Argentina trabalhou lá além de Max, o francês Eugène Py, que se tornaria o primeiro cineasta argentino. Max começou a investir no ramo do cinema, abrindo salas de exibição em Buenos Aires, em outras cidades da Argentina e também no Uruguai e no Chile. Além da atuação no mercado cinematográfico, Max Glucksmann foi também um pioneiro no mercado da música. O nome Carlos Gardel lembra algo para você? Sim? Gracias, Max.

Em 1919 Max construiu a Grand Splendid. O prédio grandioso conta com uma pintura de Nazareno Orandi na cúpula, e cariátides de Troiano Troiani. O final da Primeira Guerra foi a inspiração para a pintura com temas pacifistas. 

Quando o grupo Yenny, proprietário da El Ateneo, ficou responsável pelo prédio, uma certa polêmica surgiu pois um grande número de pessoas acreditava (e ainda acredita) que o prédio deveria ser restaurado para sua função original, ser um teatro. Eu acredito que esta livraria democratizou o acesso a esta história, pois agora você pode tomar um café no palco onde Gardel cantou e ter uma ideia do ponto de vista do artista, coisa que no teatro você não poderia fazer sem complicações com a lei. Você pode passar horas caminhando pelo prédio, observando os detalhes, lendo os livros, se emocionando com a pintura da cúpula, tudo isso de graça. O teatro com certeza faz falta porque teatros nunca são demais, mas milhares de pessoas visitam o prédio e talvez nunca o visitariam em sua função original.

Fiquei deslumbrada com a beleza do lugar. Os corredores entre as prateleiras de livros são tão incrivelmente bonitas e organizadas, que gerou em mim uma certa reverencia ao desbravar o local. Procurei nas prateleiras pelos meus títulos favoritos e me emocionei ao encontrá-los. Foi, sem dúvida nenhuma, o lugar mais bonito de toda a cidade que eu pude estar e voltando a Buenos Aires, com certeza, visitarei mais uma vez!!! 

Dicas úteis:

Horário de atendimento: 

Segunda a Quinta 9:00-22:00 hs, 

Sexta e Sábado das 09:00 às 24:00 hs, 

Domingos 12:00-22:00 hs.

Como chegar: 

Linhas de ônibus: 10 - 12 - 37 - 39 - 101 - 108 - 124 - 132 - 150 - 152.

Linha de metro D: Estação Callao (4 quarteirões).

Fiz um pequeno vídeo da minha visitação na livraria. A ideia original era apresentá-la à vocês, porém no dia em que estive lá, estava totalmente sem voz, mas acredito que o vídeo dará uma boa ideia do quanto ela é bonita. Espero que gostem!!!