Um Lugar Bem Longe Daqui (Delia Owens)

segunda-feira, 30 de março de 2020

FICHA TÉCNICA
Nome original: Where the Crawdads Sing
Autora:  Delia Owens
Tradução: Fernanda Abreu
País de origem: Estados Unidos
Número de páginas: 336
Ano de Lançamento: 2019
ISBN-13: 9788551004869
Editora: Intrínseca

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 21º livro lido em 2020 e foi Um Lugar Bem Longe Daqui (Delia Owens). No final do ano passado qualquer blog ou canal literário citavam este livro e elogiavam intensamente a obra. Fiquei bem curiosa, mas achei melhor o hype do lançamento baixar para que eu não fosse para a leitura com muita expectativa e acabasse me decepcionando. Esperei que o livro começasse a ser esquecido para começar a ler e acho que fiz a melhor escolha.

O livro nos traz a história de vida da Kya, filha mais nova de uma família humilde e disfuncional. O pai era um veterano de guerra e voltou para os tempos de paz machucado e traumatizado, encontrou no álcool o alívio para as suas dores emocionais. Sendo assim, tinha momentos de extrema violência e batia na mãe de Kya. A mãe chegou ao seu limite e foi embora quando Kya ainda era muito pequena e pouco tempo depois, os irmãos também foram embora, deixando a menina literalmente sozinha, pois o pai passava dias fora, até que chegou um dia em que ele nunca mais voltou. Kya cresceu a aprendeu a se virar sozinha para tudo. A casa da família ficava em uma região pantanosa conhecida na cidade por brejo e Kya saía para recolher mariscos, vendê-los e assim conseguir comprar alguma comida. A instituição educacional da cidade tentou levá-la para escola, mas Kya foi tão hostilizada pelas outras crianças que nunca mais voltou e ficou conhecida na cidade como “menina do brejo”.

O livro inicia-se com o aparecimento de um corpo próximo à casa de Kya. Ainda que tudo pareça um acidente, as investigações da morte levam para um possível envolvimento de Kya e com linhas temporais diversas, acompanhamos o desenvolvimento da protagonista ao mesmo tempo que a polícia local chega mais perto de responsabilizar Kya por aquele possível homicídio.


O livro é intenso e muito instigante. É melancólico acompanhar uma criança tendo que cuidar de si mesma sozinha e enquanto Kya cresce, nos envolvemos não apenas com a personagem, mas também com todo o ambiente em que ela está inserida. O som dos pássaros que gorjeiam por ali, os peixes típicos da região, as cores das flores que nascem ao seu redor. Tudo aquilo passa a ser o reino de Kya e ela compartilha com o leitor de maneira apaixonante.

Kya se aproxima da família de um comerciante que também é hostilizado pela cidade por ser negro e é importante pontuar que o livro tem início na década de 1950, época em que o racismo era descaradamente uma forma de vida no sul dos Estados Unidos. Kya também faz uma bonita amizade com Tate, garoto pouco mais velho que ela, que a ensina a ler e a estimula a registrar todas as suas impressões do lugar onde mora. 

Tudo no livro é muito interessante e envolvente: a relação criada entre Kya e Tate e sua primeira decepção amorosa, bem como sua carência a colocando em uma outra relação que se torna tóxica e prejudicial. É impossível saber o que despertou mais a minha curiosidade: a investigação sobre a morte que abre o livro saber como Kya poderia se livrar daquela culpa pois de certa forma, por ser reclusa e viver extremamente fora do padrão, ela se tornou uma pária da cidade e era fácil para todo mundo culpá-la.

A conclusão do livro é muito legal. Temos uma cena de julgamento muito bem desenvolvida com aqueles debates entre advogado e promotoria, depoimentos que nos confundem e nos fazem duvidar da inocência da personagem. Quando tudo se encerra e viramos a última página do livro, foi impossível não me sentir extremamente surpreendida.


Foi um livro delicioso de ler, muito envolvente, com uma escrita poética e sensível que me comoveu em várias partes da leitura. Após entender o motivo de uma divulgação tão positiva da obra, tudo o que resta é me juntar ao coro de pessoas que elogiou e promoveu a leitura do livro porque sem dúvida, mereceu cada elogio que recebeu.

É um drama forte, original com direito a um suspense que só vai te dar a resposta na última página e que acredito que te surpreenderá muito positivamente.

Eu amei!!!


Um pouco sobre a autora: DELIA OWENS é cientista e escritora, co-autora de três best-sellers que exploram suas jornadas à África. Já ganhou o John Burroughs Award for Nature Writing e teve artigos publicados em diversos periódicos, como Nature, The African Journal of Ecology e International Wildlife. Um Lugar Bem Longe Daqui é seu primeiro livro publicado no Brasil.
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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