FICHA TÉCNICA
Nome original: Neue Pendelzuge Der Luzern-Stans-Engelberg-Bahn
Autora: Zlata Filipović
Tradução: Antônio de Macedo Soares e Heloisa Jahn
País de origem: Bósnia
Número de páginas: 184
Ano de Lançamento: 1996
ISBN-13: 9788571643840
Editora: Companhia das Letras
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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 3º livro lido em 2019 e foi O Diário de Zlata (Zlata Filipovich). Este livro está na minha estante há algum tempo e eu achava que era mais uma história da segunda guerra mundial. Porém, ao ler a sinopse em um dia que eu estava arrumando a estante, descobri que o diário era de uma menina durante a guerra da Bósnia e isso despertou o meu interesse porque eu não sabia absolutamente nada sobre este conflito.
Primeiramente, vamos situar o que foi a Guerra da Bósnia. Foi um conflito armado entre abril de 1992 e dezembro de 1995 e envolveu vários lados. De acordo com numerosos relatos do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, os países envolvidos no conflito foram a Bósnia e a República Federal da Iugoslávia (Sérvia e Montenegro, mais tarde), bem como a Croácia. A guerra foi causada por uma combinação complexa de fatores políticos e religiosos: o fervor nacionalista, crises políticas, sociais e de segurança que se seguiu ao fim da Guerra Fria e a queda do comunismo na antiga Iugoslávia. E também devido ao envolvimento dos países vizinhos como a Croácia e a Sérvia e Montenegro, houve longa discussão sobre o conflito ser uma guerra civil ou uma guerra de agressão. A maioria dos bosníacos, croatas, muitos políticos ocidentais e organizações de direitos humanos alegam que foi uma guerra de agressão com base no Acordo de Karađorđevo entre os sérvios e croatas, enquanto os sérvios geralmente consideram que se tratou de uma guerra civil.
Zlata escreve experiências duras em seu livro: a vida de uma criança durante a guerra. Ela escreve de forma infantil e mesmo assim, é assustador ao entrar em detalhes como não ter água ou energia elétrica e por conseguinte, não ter aquecimento no inverno ou como armazenar alimentos.
A angústia da menina aumenta ao ver o quanto os pais e avós estão sofrendo com o conflito e o quanto isso os afeta fisicamente.
Quando Zlata é convidada a publicar seu diário, a primeiro momento se enche de empolgação, porém, ela passa a ser comparada com Anne Frank, o que a deixa atemorizada.
O livro e fluido e apesar do tema pesado e injusto, é de fácil leitura. Após a conclusão do livro eu corri para a internet para ver como a Zlata está hoje e foi um bálsamo saber que sua história segue firme, diferente da comparação inicial que fizeram com ela.
O livro não tem muitas explicações para se entender o conflito, pois se trata da visão de uma criança e a publicação ocorreu quando Zlata ainda era criança, mas é um gatilho excelente para nos informarmos mais.
Eu gostei bastante.
Um pouco sobre a autora: Zlata, filha única de Malik e Alica Filipovic, costumava ter aulas de piano e canto no coral, gostava de jogar tênis durante o verão e praticar esqui durante o inverno. Ao contrário de muitos amigos e familiares que deixaram Sarajevo com a chegada da guerra, em 1992, Zlata e os seus pais tomaram a decisão de ficar juntos. Na época, a UNICEF estava pedindo às crianças que tivessem mantidos diários durante a guerra para que mostrassem seu trabalho. Através da escola de Zlata, seu diário foi descoberto e selecionado para publicação em 1993. Em 2001, Zlata obteve bacharelado em ciências humanas pela Universidade de Oxford, e em 2004, mestrado na área de saúde pública em estudos da paz internacional pelo Trinity College, em Dublin. Foi convidada por diversas escolas e universidades em todo o mundo para falar sobre sua experiência, e já trabalhou em diversas ocasiões com diferentes organizações, como a Casa Anne Frank, a ONU e a UNICEF, além de ter sido três vezes jurada do Prêmio de Literatura para Crianças e Jovens em nome da Tolerância, da UNESCO. Seus livros publicados no Brasil são:
• O Diário de Zlata
• Vozes Roubadas
Olá
ResponderExcluirEu li esse livro muitos anos atrás, nas escola. Encontrei o exemplar na biblioteca e me chamou a atenção. Depois dessa primeira experiência, já o reli outras duas vezes e sempre me emociono com a história de Zlata.
Vidas em Preto e Branco