Ficha Técnica:
Nome Original: The Boy Who Followed His Father into Auschwitz
Autor: Jeremy Dronfield
País de Origem: Áustria
Tradução: Cássio de Arantes Leite
Número de Páginas: 360
Ano de Lançamento: 2019
ISBN: 9788547000905
Editora: Objetiva
Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 76º livro lido em 2019 e foi O Garoto Que Seguiu o Pai Para Auschwitz (Jeremy Dronfield). Este livro chegou para mim através da parceria com a Companhia das Letras e assim que vi o título da obra na nota fiscal de envio, já sabia que ia gostar do livro porque tem dois elementos que eu adoro: se passa no período da segunda guerra mundial e é baseado em fatos reais. Sendo assim, comecei a ler imediatamente.
O livro nos traz a família Kleinmann – o pai Gustav, a mãe Tini e os filhos Fritz, Edith, Herta e Kurt – que levavam a vida numa boa em Viena, capital da Áustria, mas após Adolf Hitler e seus capangas invadirem o país, as coisas começaram a mudar. Antes mesmo de oficiais nazistas aparecerem para destroçar famílias judias, os próprios vizinhos se inspiraram nos discursos contra os judeus e começaram a perseguir os Kleinmann. Sentindo-se fortalecidos pela estupidez que emanava de quem estava no poder, ameaçavam e humilhavam publicamente aqueles que até outrora eram tratados amistosamente.
O enredo é mais uma história sobre os horrores do nazismo, mas também é uma história impressionante focada na relação de amor de um filho pelo seu pai. Em muitos pontos a narrativa se assemelha a tantas outras que já lemos ou assistimos, porém, o autor nos leva a pensar sobre alguns pontos importantes nos dias de hoje, como por exemplo, o erro de achar que o holocausto se iniciou com prisões e deportações para campos macabros. Na verdade, começou com parte da sociedade negando a humanidade de outras pessoas, hostilizando aqueles vistos como diferentes – judeus, ciganos, homossexuais - e pregando e praticando a intolerância contra minorias políticas.
A história da família Kleinmann é infelizmente fácil de concluir porque podemos presumir que teve perseguição, campos de concentração e extermínio. O autor nos conta como foi o destino de cada um deles, mas como o título sugere, a narrativa é focada em Gustav e Fritz, os dois personagens principais. Eles são mandados para Buchenwald e sofrem com os trabalhos extenuantes, privações severas, condições insalubres, torturas e pouca comida, mas sempre com apoio mútuo.
Aos 50 anos, Gustav descobre que será transferido para Auschwitz e Fritz prestes a completar 18 anos, se preocupa e decide pedir para acompanhar o pai, ainda que Auschwitz fosse o lugar visto como sinônimo de morte certa.
Para reconstruir a história dos Kleinmann com foco no que Fritz e Gustav suportaram, o autor contou com um objeto raro: os diários que o pai escreveu entre outubro de 1939 e julho de 1945, registrando passagens, sensações, aflições e desabafos do período em que resistiu aos campos de extermínio. Com isso em mãos, apostou ainda em entrevistas, documentos e fontes como o livro de memórias escrito por Fritz e nos trouxe uma história visceral com uma mensagem extremamente atual.
O autor disse em uma das suas entrevistas; “Tenho muito medo do futuro e um dos objetivos ao escrever o livro foi mostrar como refugiados judeus nas décadas de 1930 e 1940 eram vistos por pessoas não judias. Países como Estados Unidos e Canadá negaram abrigo a muitos judeus que clamavam por socorro durante a ascensão nazista. As terríveis coisas ditas sobre eles (que não se integravam, que eram preguiçosos, que se tornariam um fardo para o país que os recebesse ou uma ameaça à cultura desse país) são idênticas ao que é dito sobre refugiados e imigrantes atualmente. Temos nacionalistas brancos, temos demagogos de extrema-direita no poder de vários países, e temos também refugiados se afogando no mar. Os Estados Unidos têm um campo de concentração para imigrantes. E eu tenho medo que o mundo repita os horrores dos anos 1930 e 1940”.
A leitura foi um pouco truncada, mas, ainda assim, muito envolvente. A todo momento existe a comparação inteligente com a atualidade e se pararmos para pensar, conseguimos ver coisas muito parecidas com o passado como o fortalecimento da extrema-direita, a fragilização da democracia e o crescente desprezo pelos direitos humanos.
Eu imaginava que gostaria da história, mas terminei o livro com uma sensação ainda mais forte que simplesmente ter lido um livro bom. Também sinto o medo que o autor expôs em suas páginas e torço para que tenhamos força e empatia de não deixar que o caos da segunda guerra se repita na história da humanidade.
Eu amei.
Livros que relatam histórias na Guerra são sempre um prato cheio.
ResponderExcluirQuando temos aspectos reais na obra fica melhor ainda. É uma história com bastante pesquisa e também emoção.
Me lembrou um pouco A Garota Alemã quando li
Olá, tudo bem por aí?
ResponderExcluirPrimeiramente, preciso dizer que amei essa capa. Quando iniciei a leitura de sua resenha, acreditei que se trataria de um livro incrível, mas pena que, no fim, foi só uma boa leitura mesmo, sem nada demais.
Adorei a resenha.
Beijos.
www.acampamentodaleitura.com
Eu gosto de histórias com narrativas da Segunda Guerra. Apesar de ser um tema difícil de lidar e que parte o coração em mil pedaços, são leituras que valem a pena, né? Ensinam muito. Agora sobre esse livro... eu ainda não conhecia. Apesar de ter sido um pouquinho truncada, como você mesma disse, fico feliz que tenha sido uma boa leitura. A gente sempre aprende algo com elas. Sem dúvidas já foi para a minha bookslist.
ResponderExcluirBeijos,
Blog PS Amo Leitura
Oi, tudo bem? Também recebi esse livro e fiquei bem curiosa quanto à leitura. Gosto de enredos ambientados nesse período histórico e quando li a sinopse já senti que ia gostar do livro. Está na minha TBR de dezembro espero conseguir terminar de ler. Difícil imaginar que isso aconteceu de verdade. Nos permite refletir sobre o que estamos fazendo hoje. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirOi tudo bem?
ResponderExcluirGosto de ler livros nessa temática e sobre essa época, é importante refletir para que os erros do passado não se repitam e para isso nada melhor do que aprender com o passado
Não conhecia esse ainda, mas parece uma boa leitura
bjo