Nome Original: Os Argentinos
Autor: Ariel Palacios
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 364
Ano de Lançamento: 2015
Como sou apaixonada pela Argentina,
sempre busco livros sobre o país ou seus habitantes e fiquei muito empolgada ao
ver esse no Instagram de uma autora. O livro aborda assuntos variados, como
história argentina, política, costumes dos argentinos, comida e também duas
coisas pelas quais são bem conhecidos: tango e futebol. Além disso, há capítulos
dedicados à suposta rivalidade entre Brasil e Argentina.
Nas primeiras linhas, o autor já
demonstra que o país é marcado por contrastes climáticos, seus habitantes tem a
ironia como marca constante e a maior rivalidade da Argentina não é com o
Brasil e sim com a Inglaterra, devido a guerra pelas Ilhas Malvinas em 1982.
Os detalhamentos históricos e
políticos são interessantes, mas confesso que não me atraíram tanto quanto os outros
capítulos. Em “Argentinos à mesa”, são identificados como o país mais carnívoro
do planeta (com direito a decisões e discussões durante churrascos), assim como
obsessivos por doce de leite. A literatura, a música, o cinema e os quadrinhos
também são destacados e o capítulo de grandes “mitos” vai do jogador de futebol
Diego Maradona ao ex-presidente Juan Domingo Perón, mencionado como o “morto
mais vivo” do país.
Os costumes abordam a importância da
família, as mulheres fortes e o amor pelos cachorros, considerados sempre como
parte da família. Destaca também o interesse pelo tênis (segundo esporte) e
relata os “panelaços” e bloqueios de ruas como expressão social. As crises
argentinas e a instabilidade econômica também são citadas, assim como os efeitos na vida de seus habitantes. Foi interessante acompanhar também a evolução do tango, com direito a detalhamento dos temas mais comuns abordados nas letras, algumas conhecidas mundialmente.
No capítulo referente a relação
Brasil e Argentina, fica nítida certa admiração pelo progresso brasileiro em
vários sentidos, assim como a preferência de alguns brasileiros pela Argentina,
como o poeta Vinícius de Moraes, que inclusive era tido como portenho.
Os glossários sobre temas variados
(como crise, dólar paralelo, política, comida, futebol e sexo, além de
expressões típicas e gírias do país) enriquecem a leitura, assim como as fotos
e mapas ilustrados no livro. Há também
uma linha cronológica, destacando os fatos mais importantes.
O livro é completo, aborda desde
temas sérios e complexos a curiosidades, é interessante tanto para quem tenha
curiosidade em desmistificar temas referentes a Argentina ou também para quem
já esteve lá e se identifica com algumas situações citadas pelo autor tais como:
dificuldade de transitar por alguma rua – de carro ou ônibus - devido a bloqueio
por protestos, fanatismo dos portenhos no super clássico do futebol argentino
(River X Boca), aplaudir o churrasqueiro numa reunião familiar ou comer “paty”
(hambúrguer, conhecido pelo nome da marca). Também é possível comparar Brasil e
Argentina, países próximos, iguais em vários aspectos, mas tão diferentes em
outros. Eu gostei muito, recomendo!
Percebi que este livro faz parte de
uma coleção de 18 livros sobre povos e civilizações e fiquei curiosa para
conferir também “Os Espanhóis”, “Os Colombianos” e “Os Mexicanos”.
Um pouco sobre
o autor: Ariel Palacios formou-se em 1987 na
Universidade Estadual de Londrina. Criado em Londrina, Paraná, é exclusivamente
torcedor do Londrina Esporte Clube. Fez o master de Jornalismo do jornal El
País (Madri) em 1993. Em 1995, foi para a Argentina, sendo desde aquele ano correspondente
do jornal O Estado de São Paulo em Buenos Aires. Participou de coberturas de
eleições, crises políticas, tentativas de golpes de Estado, rebeliões populares
e terremotos em diversos países da América do Sul. Foi também correspondente da
rádio CBN (1996-1997), da rádio Eldorado (1997-2005) e colaborador da Revista
Imprensa e do Observatório da Imprensa. Ariel também é correspondente do canal
de notícias Globo News desde 1996. Seus livros publicados são:
- Os Argentinos
- Os Hermanos e Nós (em parceria com
Guga Chacra)