A Guerra que me Ensinou a Viver (Kimberly Brubaker Bradley)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Ficha Técnica:
Título Original: The War I Finally Won
Autora: Kimberly Brubaker Bradley
Tradução: Mariana Serpa Vollmer
País de Origem: Estados Unidos
Editora: Darkside Books
Número de Páginas: 280
Ano de Publicação: 2017
ISBN-13: 9788594541017

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 13º livro lido em 2019 e foi A Guerra que me Ensinou a Viver (Kimberly Brubaker Bradley). No ano passado conheci a escrita da autora através do lindo e tocante A Guerra que Salvou a Minha Vida que trazia uma história de superação em meio a segunda guerra mundial. Então, quando a sequência daquela trama foi lançada, me vi dividida entre a saudade daqueles personagens, a oportunidade de reencontrá-los e a sensação de que o livro não precisava de uma continuação. Mas a curiosidade venceu e eu o comprei.

A história de Ada no primeiro livro me emocionou profundamente. O enredo contava sobre uma criança negligenciada pela mãe, que passou os dez primeiros anos de sua vida presa dentro de um apartamento, vendo a vida pela janela e dormindo embaixo da pia. Além disso, ela tinha um problema no pé e por isso, não conseguia andar. Quando as crianças que moravam em Londres foram enviadas para o interior do país para que fossem protegidas dos bombardeios, ela conseguiu entrar em um dos trens que as encaminhavam para longe da capital e foi para a casa de Susan com seu irmão Jamie. Apesar de não ter se voluntariado para receber crianças, Susan acolheu os dois irmãos e mostrou para Ada como uma criança merece ser tratada: com carinho, amor e sobretudo, respeito. Juntos enfrentaram a temporada ali, até que a mãe das crianças vai atrás deles para levá-los de volta para Londres.


Este segundo volume começa com Ada enfrentando a cirurgia que faria seus pés ficarem como o das outras crianças e após isso, ela terá que passar pela guerra com Susan e as outras crianças. E nesse momento entendemos a pertinência deste segundo livro e do quanto ele é importante para entendermos um pouco mais desta época vergonhosa para a humanidade. 

Neste livro vemos o sofrimento que a guerra trouxe para as pessoas. É de conhecimento geral que os judeus foram as vítimas mais numerosas deste perigoso sinistro, mas essa narrativa nos mostra como a vida de todo mundo foi afetada de forma negativa. A descrição da fome e da falta de recursos é muito bem-feita e existem momentos muito intensos na leitura que me fizeram chorar. 


Além do sofrimento físico imposto pelo momento, vemos Ada lutando contra seus medos e se apegando as poucas certezas que ela tem. Pela maneira horrível com que sua mãe a criou, ela demora a se apegar, se aproximar das pessoas e isso foi construído dentro da trama de forma a despertar no leitor uma empatia forte porque embora saibamos que as pessoas querem fazer o bem para Ada, tudo é desenvolvido para que seja possível entender que não é uma tarefa fácil para ela se sentir segura com estranhos ou com o amor sem cobranças.

O enredo ainda traz uma abordagem muito madura sobre não julgarmos toda uma nação, etnia ou grupo de pessoas pela atitude de alguns. A narrativa nos conduz a olhar os indivíduos, não as classes ou grupos a que pertencem e achei muito bem colocada a oportunidade para essa reflexão dentro da trama.


De um modo geral, este livro conseguiu me emocionar ainda mais que o primeiro e ainda deixou a vontade de ver um pouco mais da Ada no futuro. De saber quais serão seus novos desafios, bem como serão suas conquistas quando a sua vida ganhar mais tempo e espaço. A Ada criança nos emocionou e nos levou a ter empatia pelo próximo e baseada nisso, acredito que essa personagem tem mais ainda a nos ensinar, então, ficarei muito satisfeita se um terceiro livro com essa protagonista for escrito. É o tipo de personagem que não me cansarei de acompanhar.

Adorei a leitura e para quem gosta de histórias com a segunda guerra mundial como pano de fundo histórico, esse livro é perfeito. O contexto histórico é explorado com profundidade, sem cansar o leitor e com a ingenuidade dos olhos de uma criança, por isso, a leitura dele é obrigatória para quem gosta do gênero.

Eu adorei.

Um pouco sobre a autora: Kimberly Brubaker Bradley vive com o marido e os filhos em uma fazenda no sopé das Montanhas Apalaches, entre pôneis, cães, gatos, ovelhas, cabras, e muitas, muitas árvores. Seus livros publicados no Brasil são:
    • A Guerra que salvou a Minha Vida
    • A Guerra que me Ensinou a Viver

Comentários
10 Comentários

10 comentários :

  1. Oi Ivi!
    Esses livros me tocaram profundamente, como uma mãe podia negligenciar a filha desse jeito, não me conformava. E após isso viver as atrocidades da guerra foi extremamente emocional, e ainda contado aos olhos de criança, desabei em chorar, mas valeu muito a pena ler, parabéns pela resenha, lembrei de várias passagens do livro, e fiquei com vontade de ler de novo. Bjs!

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  2. Eu estou com muita vontade de ler essa obra, desde seu lançamento, mas ainda não tive a oportunidade ainda. Espero que esse ano eu consiga, pois estou muito curioso para saber dessa trama na íntegra, adoro os livros da Darkside!!!

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  3. Oi, Ivi!
    Essa capa é tão bonita, né? As edições da Darkside são sempre caprichosas nesse quesito.
    Achei interessante que neste volume a abordagem seja madura, isso deve refletir na construção da personagem também né? - porque lembro que o primeiro volume não era tão assim.
    Beijos!

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  4. Eu sou louca para ler a história desta menina! Já li tantas resenhas positivas sobre o primeiro e o segundo volumes que minha ansiedade pela história só aumenta! Uma pena que eu ainda não tenha os livros. :(

    Imagino quanto sofrimento a Ada passou tendo uma mãe tão negligente, ao ponto de ela escapar para viver em outro lugar e acabar indo parar na casa da Susan. Realmente não será fácil para ela aprender a confiar depois de passar por tanta dor e a compreendo bem. Sei que vou me emocionar muito com sua história. Já fico tocada antes mesmo de ler.

    A segunda guerra mundial foi um pesadelo para milhões de pessoas. Já li vários livros sobre este período e todos me atingem profundamente. Não dá para aceitar tanta crueldade.

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  5. Oi, Ivi!
    Desde que a DarkSide lançou o primeiro livro, "A Guerra Que Salvou a Minha Vida", estou muito curiosa para ler. Eu adoro livros sobre guerras, mas estou um pouco cansada de ler relatos ou biografias. Como esse é ficção, acho que ia adorar. E já estou vendo que vou chorar horrores com ele.
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/

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  6. Olá!
    Eu tenho o primeiro livro e ainda não li, mas saber que o segundo tem um maior potencial me deixou animada. Pelo visto é uma daquelas leituras que mexe com nossos sentimentos, a história de Ada deve ser impactante.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  7. Olá Ivi!!!
    Eu acho que cheguei a ler acerca do primeiro livro dessa duologia, mas com tanto livro pra ler acabei não me apegando a história. Porém, admito que com a trama desse segundo livro fiquei por que mesmo fiz isso??
    Se um terceiro livro for lançado já estou vendo alguém indo comprar com certa urgência rsrsrsrs

    lereliterario.blogspot.com

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  8. Olá, só vejo bons comentários sobre essa história, tanto do primeiro livro quanto do segundo. Como sou coração mole eu tenho absoluta certeza que vou chorar até desidratar, mas é disso que a gente gosta né? Hahah dica anotada.

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  9. olá... apesar de amar histórias que tenham a guerra como pano de fundo, confesso que esses livros publicados pela Dark não me causaram interesse... já venho lendo uns livros contados pela perspectiva de criança que acabaram não surtindo efeito desejado, como seria de se esperar em livros do gênero...mas fico feliz que a história tenha te tocado...

    bjs...

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  10. Ainda não li A Guerra Que Salvou a Minha Vida, mas tenho muita curiosidade. Parece ser uma história emocionante e com uma escrita que cativa. Foi bom saber que o segundo livro não decepciona, apesar de não ser esperado. Com certeza pretendo ler ainda esse ano.

    Beijos, Gabi
    Reino da Loucura | Instagram

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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