Mil Palavras (Jennifer Brown)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

FICHA TÉCNICA
Nome original: Thousand Words
Autora: Jennifer Brown
Tradução: Cristina Sant'Anna
País de origem: Estados Unidos
Número de páginas: 208
Ano de Lançamento: 2018
ISBN: 9788582354711
Editora: Gutenberg

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 3º livro lido em 2019 e foi Mil Palavras (Jennifer Brown). Quando o livro foi lançado no ano passado eu fiquei super empolgada em ler porque os outros dois livros da autora me agradaram demais. Porém, quando as primeiras resenhas e impressões do livro começaram a circular pela internet, confesso que fiquei com medo porque muita gente não estava contente com o enredo.

O livro traz a Ashleigh, uma adolescente que está no ensino médio e namora o Kaleb, um dos jogadores do time de basebol da escola. Kaleb, no entanto, está prestes a ir para a faculdade em outra cidade e Ashleigh teme pelo relacionamento dos dois, pois acredita que ele irá esquecê-la e passa a pensar que os dois podem terminar a qualquer momento. Insegura e influenciada pelas amigas, ela tira uma foto de si mesma totalmente nua e envia para Kaleb, o que traz muitos problemas para os dois jovens.


O livro começa com Ashleigh indo para o seu primeiro dia de prestação de serviços comunitários e sabemos que ela foi punida por algum delito. Com capítulos intercalados, já no começo a vemos enviando a foto para o namorado e o livro se desenvolve entre presente, em que ela arca com as consequências da sua atitude e passado, conforme vemos que ela não tinha a menor dimensão do que estava fazendo e de como isso poderia repercutir na sua vida.

Ashleigh é uma garota privilegiada. Seus pais são maravilhosos e trabalham no sistema educacional da cidade em que moram. Tanto o pai quanto a mãe são presentes e muito envolvidos na vida da filha, o que nos angustia bastante quando toda a problemática se estabelece – a foto enviada para muitas pessoas e publicada em sites pornográficos – porque ela não consegue contar para os pais o que está acontecendo e eles ficam sabendo por outros meios.

Até então Ashleigh era uma aluna exemplar. Atleta e muito engajada no time de corrida do colégio e com excelentes notas, vê sua vida escolar virar um caos. Os amigos se afastam e ela é totalmente marginalizada em seu meio de convívio e conforme o livro nos mostra como tudo aconteceu, eu ficava questionando as razões que a fizeram ser punida legalmente por isso, porque no meu entendimento ela não era culpada da foto ter se espalhado e isso é muito bem explicado dentro da narrativa.


Durante a prestação de serviços comunitários, Ashleigh tem que confeccionar um material que possa orientar adolescentes a nunca compartilharem pornografia infantil e conhece Mack no local onde presta esse serviço. Ele é um adolescente que também está lá prestando serviços em função de outro delito e embora ele seja estranho, misterioso e distante para Ashleigh, os dois acabam se aproximando após Mack a defender de um constrangimento naquele lugar.

Durante a leitura, eu me lembrava das críticas negativas que havia lido sobre o livro e entendia o ponto de vista de quem não gostou: Ashleigh é mimada, chata, superficial, sem personalidade e inconsequente. Mas nenhuma destas caracterizaras me distanciaram da personagem durante a leitura e conforme o enredo ganha ritmo e entendemos a gravidade de toda questão, eu consegui defender a Ashleigh e torcer para que ela passasse inteira por aquele transtorno. Até porque felizmente, a situação faz com que ela amadureça.

A conclusão do livro é bem interessante porque no mesmo dia em que Ashleigh encerra sua prestação de serviços comunitários, algo muito sério e consequência da foto enviada por ela para Kaleb terá um desfecho e eu fiquei bem envolvida neste ponto da leitura porque achei que a autora foi bem inteligente em unir os dois fatos dentro da narrativa.


Mas se me perguntarem qual é o livro mais fraco da autora, eu terei que dizer que é este. Sinto que faltou alguma coisa e talvez eu quisesse que a protagonista fosse mais digna da simpatia do leitor do que a Ashleigh, mas, em contrapartida, talvez o fato da personagem não ser perfeita e nem admirável nos leve a desenvolver empatia por ela e não desejar a sua ruína, já que na verdade, ela não imaginava o mal que sua atitude poderia gerar.

É um livro que não discute o tema que se propõe a trazer a fundo, porém, é uma história que ilustra muito bem a situação de meninas que tem sua intimidade compartilhada em redes sociais e são marginalizadas por causa disso. Acho que a leitura dele entre alunos do Ensino Médio traria uma discussão e reflexão pertinente para o tema. 

Enfim, minhas expectativas que estavam controladas depois de ler outras resenhas, conseguiu ser alcançada com a leitura. Eu o recomendo com ressalvas, ressaltando que o tema é relevante e merece ser conversado, pensado e sobretudo, combatido.

Eu gostei.


Um pouco sobre a autora: Jennifer Brown nasceu no Kansas, Estados Unidos. Ela se formou em Psicologia e conseguiu alguns trabalhos de Recursos Humanos, mas não demorou muito para  perceber que essa não seria sua profissão. Ela começou sua carreira de escritora escrevendo colunas de humor para um jornal. Inclusive ganhou dois Erma Bombeck Global Humor Award (2005, 2006), mas deixou de ser colunista e agora se dedica em tempo integral para os livros jovem/adulto. Seus livros publicados no Brasil são:
    • A Lista Negra
    • Amor Amargo
    • Mil Palavras
Comentários
8 Comentários

8 comentários :

  1. Oi oi querida!

    Eu estou louca pra ler Amor Amargo, mas nunca começo a leitura. Já com Mil Palavras, eu tenho um pouco de receio. Mesmo com a sua resenha maravilhosa, eu ainda fico meio sem coragem para começar um livro que no momento pode me dar ressaca literária com o seu enredo misterioso e personagens intrigantes. Mas mesmo assim, vou anotar a sua dica. Porque ficou tudo muito bem explicado sobre a história de Ashleigh.

    Beijoss, Enjoy Books

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  2. Olá, Ivi!
    Tenho um pé atrás com esse livro pelo mesmo motivo seu, li muitas críticas ruins e confesso que fiquei receosa. Tenho em casa "A Lista Negra" e pretendo ler até o final do ano. Depois vou pensar sobre esse, já que muitas vezes o que é ruim para alguns, não necessariamente possa ser para outros.
    Dica anotada.

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/

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  3. Olá!
    Gostei muito da sua resenha, pois mostra os pontos que gostou e o que te incomodou ao longo da leitura. Quero muito realizar essa leitura para conhecer mais sobre os assuntos que são relevantes. Sua foto me deixou intrigada e lerei com ressalvas assim não me decepciono.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  4. Oi, Ivi!
    Essa cai na lista de livros que trazem temas importantes ainda que superficialmente né? A questão da exposição de fotos íntimas, principalmente com adolescentes, é um tema e tanto precisa muito ser mais explorado por esses autores que fazem sucesso no público jovem. Ainda não li o livro, mas concordo com você ao dizer que, por não ser uma personagem perfeita, o leitor tenha que fazer um bom exercício de empatia - até porque ninguém é perfeito de verdade.
    Beijos!

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  5. Ola Ivi!!

    Tenho muita curiosidade em ler os livros da Jennifer. Achei ele muito interessante por sua premissa ser diferente de tudo que encontrei até hoje. Adorei a sua resenha e a sua sinceridade na resenha. Também escutei muitas coisas ruins sobre esse livro, porém, acredito que ele valha a pena ser lido apesar de tudo como vc mesmo disse.

    beijos

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  6. Oi, Ivi! Tudo bem?
    Eu ainda não li nada da autora, embora tenha muita curiosidade. Sei que ela sempre aborda temas bem pesados, então, eu acabo deixando para um momento que eu esteja mais preparada para isso. Enfim, um dia eu ainda vou criar coragem para ler e penso em começar por esse e deixando os que eu acho que devem ser mais impactantes para depois.
    Uma pena que o tema não foi discutido a fundo, mas que bom que as suas expectativas foram atendidas e que, mesmo com as ressalvas, você tenha gostado do livro e até torcido pela protagonista. Adorei a resenha e espero poder ler em breve.
    Beijos!

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  7. Olá, tudo bem?

    O tema que esse livro aborda e muito sério, e pelas suas colocações, talvez o que mais incomodou os outros leitores possa ser o fato de a autora não ter ido a fundo como poderia e abordado de uma forma que pudesse passar uma mensagem mais importante, que pudesse fazer com que o tema fosse discutido como merece? É a sensação que você me deixou ao decorrer da sua resenha.

    Personagens que não cativam tanto são complicados, mas pode ser que tenha sido proposital, exatamente como você colocou, uma personagem mais real? Vai saber...

    Confesso que esse livro não está na minha listinha de desejados, não faz muito meu estilo...

    Beijo.

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  8. Oi tudo bem?
    Eu concordo com algumas criticas negativas que dizem, como vc mencionou, que ela émimada, chata, superficial, sem personalidade e inconsequente, porém acho incrivel como grande parte das criticas que li julgam livro e colocam toda a culpa nela eximindo o "namorado" da culpa por tudo o que aconteceu :/
    bjo

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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