A Garota Com a Tribal nas Costas (Amy Schumer)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

FICHA TÉCNICA
Nome original: The Girl with the Lower Back Tattoo
Autora: Amy Schumer
Tradução: Andrea Gottlieb e Catharina Pinheiro
País de origem: Estados Unidos
Número de páginas: 336
Ano de Lançamento: 2016
ISBN-13: 9788551000847
Editora: Intrínseca

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 85º livro lido em 2018 e foi A Garota Com a Tribal nas Costas (Amy Schumer). Comprei este livro na Bienal do livro por R$ 5,00 e tenho que confessar que só comprei pelo preço mesmo, porque na verdade nada sei sobre Amy Schumer. Claro que não desconheço o fato dela ter sido protagonista de um filme e ter o seu próprio programa de TV, mas de resto, não sabia nada, então, minha expectativa era mínima quando comecei a ler este livro.

O livro nos traz a história de vida de uma mulher que passou por algumas situações complicadas. Não se trata de uma narrativa cronológica desde o dia que Amy nasceu, mas ela separou fatos, não organizados por datas, para nos mostrar quem ela é e isso inclui sabermos que ela nasceu rica e ficou pobre, que idolatrava a mãe e se decepcionou, que ama fazer stand up e tem uma amizade invejável e maravilhosamente positiva com a irmã,  quatro anos mais nova que ela. 


Amy não colore a sua história em nenhum momento. Em alguns livros biográficos dá para sentir quando a caneta pende para uma moral da história ou fantasia um pouco uma situação polêmica. Nessa leitura, isso raramente ocorre, e quando ocorre, é administrado brilhantemente com um tom cômico. Amy relata a verdade nua e crua em uma prosa descontraída sobre sua vida, sem perder um tom leve e sarcástico ao tratar de assuntos como machismo, carreira, família, abusos e sua sexualidade.

Um dos meus capítulos favoritos é sobre sua introspecção e eu achei um pouco absurdo por me identificar um pouco com ela. Não sou introspectiva, mas achei interesse a explicação sobre a necessidade que às vezes têm de simplesmente ficar longe de tudo. Ela relata como é desgastante estar entre as pessoas e ser introvertida, e o pior, não ser compreendida por conta disso. Ela expõe a luta diária de explicar as pessoas mais próximas que quando nos afastamos (sim, estou me englobando nessa situação!), não é por estarmos com raiva de uma pessoa ou mal-humorada ou com problemas, mas por estarmos sem uma gota de energia para gastar e precisarmos nos recarregar. Ler esse capítulo me fez entender uma série de situações que acontecem comigo – mesmo eu não sendo introspectiva e sem dúvida, traz um acalento ao coração dos introvertidos que facilmente se sentirão representados e compreendidos.


Amy traz à tona algumas páginas dos seus diários escritos ao longo da sua adolescência e utiliza as notas de rodapé para debochar e retirar lições de sua versão mais nova bem mimada e sem um pingo de responsabilidade. Ela é extremamente indulgente quando o assunto é álcool e drogas.

Quando a autora trata de sua família e um dos seus relacionamentos abusivos, o tom da narrativa muda, mesclando a ironia da vida e o humor da autora. No entanto, ela busca relatar com certa secura e sem detalhes como viu o casamento dos seus pais acabar e assistiu a doença degenerativa destruindo a imagem que ela tinha do pai. Descreve também a responsabilidade de ter uma irmã mais nova e como é difícil entender a hora de pular fora de um relacionamento e aprender a se amar.

Além de capítulos relatando sobre a sua criação tipicamente americana, como a família foi da classe rica à classe média pobre e como passeou pela cleptomania apenas pela adrenalina e para atrair a atenção dos pais. Boa parte de seus relacionamentos começavam por conta de uma carência e terminavam por Amy perceber que merecia mais do que recebia. Mesmo tendo alguns privilégios, Amy trabalhou de garçonete, abriu pequenos shows de comédia em que, de acordo com ela mesma, era péssima e só os seus amigos iam porque ela precisava deles para ter esse espaço.


Amy também passeia por questões como o machismo mascarado por trás da carreira de comediante e atriz, conta sobre o seu peso e como precisou batalhar para conseguir um pouquinho de destaque e chegar onde chegou, além de todos os “sapos” que precisou engolir e agora não engole mais, pois descobriu que já não precisa. E é claro, um capítulo sobre a tal tatuagem tribal em suas costas e seu significado e como as pessoas rotulam alguém apenas por um detalhe cravado em sua pele, por sua aparência ou simplesmente por não compreender sarcasmo com maestria.

Se você não conhece Amy Schumer, o livro não te atrairá em um primeiro momento, mas o  conteúdo e humor são consistentes. 

A moral da história é: compre um livro pelo preço atraente, mas jamais pense que sabe tudo sobre o seu conteúdo por causa disso. Você pode ser surpreendido.

Eu gostei muito!


Um pouco sobre a autora: Amy Schumer é comediante, atriz, produtora, diretora e uma das figuras mais influentes da indústria do entretenimento nos Estados Unidos. A série de TV escrita e estrelada por ela, Inside Amy Schumer, foi premiada com dois Emmy Awards. Schumer também escreveu e estrelou um longa--metragem, Descompensada, indicado a dois Globos de Ouro. Como comediante de stand-up, Amy lota teatros ao redor do mundo. A Garota da Tribal nas Costas é o seu primeiro livro publicado.
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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