A Boa Filha (Karin Slaughter)

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ficha Técnica:
Nome Original: The Good Daughter
Autora: Karin Slaughter
Tradução: Zé Oliboni
País de Origem: Estados Unidos
Número de Páginas: 464
Ano de Lançamento: 2018
ISBN-13: 9788595082564
Editora: HarperCollins

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 69º livro lido em 2018 e foi A Boa Filha (Karin Slaughter). Esse livro chegou para mim através da parceria com a HarperCollins e antes mesmo de ser lançado, ele já havia causado um burburinho entre os leitores porque foi o primeiro livro a vir na caixa da Tag Experiências Literárias sob o selo de Inéditos. Então os assinantes da Tag tiveram a oportunidade de conhecer essa história primeiro e eu não li nem ouvi nenhuma crítica negativa, por isso quando o meu exemplar chegou, eu já estava mais que ansiosa para ler.

O livro começa no ano de 1989 quando a casa das irmãs Samantha e Charlotte é invadida por dois homens alucinados pela sede de vingança. As duas meninas, de 13 e 15 anos, são filhas de Rusty, um advogado famoso na cidade em que moram por defender bandidos e por ele já ter livrado algumas pessoas da cadeira, a cidade o odeia e odeia sua família. Dias antes da casa ser invadida por estes dois homens, a família teve a sua outra residência incendiada por outras pessoas revoltadas com Rusty. Eles perderam tudo no incêndio e mesmo vivendo este momento horrível, esses homens decidem que todos ali merecem a morte. A esposa de Rusty, Gamma, é uma mulher inteligente e deslumbrante, mas é brutalmente assassinada nas primeiras páginas do livro e na sequência, tanto Samantha quanto Charlotte sofrem violências absurdas, uma delas sendo enterrada viva. 


O livro então dá um salto para os dias atuais e reencontramos as duas filhas já adultas. Ambas se tornaram advogadas, porém Charlotte continuou na mesma cidade e Samantha se mudou para Nova York. Com o passar dos anos, elas se afastaram e se tornaram estranhas uma para a outra, entretanto uma nova tragédia acontecerá na cidade em que Challotte mora e Samantha acabará se envolvendo neste novo caso e as duas irmãs terão que confrontar o passado e tentar entender tudo o que aconteceu naquela noite horrível. 

A escrita da autora é muito envolvente e ágil. Ela construiu todo o enredo de forma que ficar longe do livro me deixava ansiosa para saber o que ia acontecer e ao voltar para a leitura, me sentia angustiada porque em momento algum ela teve limites ou pudores para descrever as cenas de violência e drama pessoal em que os personagens principais estavam envolvidos.

Os personagens são muito reais e isso é assustador. Rusty e um homem que a princípio me pareceu relapso em relação ao bem-estar das pessoas que ele dizia amar mais que tudo na vida. Mas a narrativa vai nos apresentando um homem que precisou esconder fatos para também poupar a família de mais desconforto. Charlotte me pareceu egoísta no início, porém toda a realidade da violência que ela sofreu naquela noite inicial fez com que ela fizesse coisas ou se omitisse em muitas situações importantes da trama. Samantha me pareceu a personagem mais complexa e interessante do livro e para ela, superar todo aquele trauma e se ver dentro de um novo enigma foi intenso e sacrificante.


O desfecho do caso em que as irmãs precisam trabalhar juntas me pareceu quase óbvio, mas bem desenvolvido e em nenhum momento ele é o mote central da trama e sim apenas como um pano de fundo para que o desenvolvimento dos personagens seja rico, poderoso e digno de toda a atenção sobre a história. Na verdade, embora o livro seja um thriller de suspense, o grande trunfo desta narrativa se dá nos personagens: em suas questões, em suas dores, em suas relações interpessoais e na dificuldade de seguir a vida depois de perdas tão doloridas.

Foi uma leitura muito profunda para mim, me causou desconforto, mas ao mesmo tempo, me deixou mais que satisfeita por ter lido uma história bem escrita, com um ápice de tirar o folego e uma conclusão consistente. Concluir esta leitura me deu aquela sensação maravilhosa de livro bom, forte, complexo. Ouvi algumas pessoas dizendo que este livro nem é o melhor da autora, então imaginem a minha curiosidade para ler outros trabalhos dela e me deparar com algo ainda melhor que o que eu encontrei neste livro.


Enfim, para quem gosta de livros de suspense e drama familiar, que não tem problemas com cenas violentas, este é um livro perfeito. Karin Slaughter conseguiu me deixar curiosa, interessada, preocupada, envolvida e mergulhada na trama e essa é uma sensação que quero viver em outras histórias escritas por ela.

Super recomendo.


Um pouco sobre a autora: Karin Slaughter é uma autora de livros policiais, que estreou com o seu romance Cega em 2001. Publicado em quase 30 idiomas, tornou-se um sucesso internacional e entrou para o Dagger Award como "Melhor Thriller Debut "de 2001. Slaughter nasceu em uma pequena comunidade ao sul da Geórgia, e agora reside em Atlanta. Alguns de seus livros publicados são:
  • Esposa Perfeita
  • A Boa Filha
  • Flores Partidas
Comentários
7 Comentários

7 comentários :

  1. Oi, Ivi.
    Já estou com esse livro aqui na estante e não vejo a hora de fazer essa leitura.
    Esse é meu gênero preferido e também quero essa sensação maravilhosa que você descreveu!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  2. Olá!
    Estou bem curiosa com essa leitura. Ainda não li nada da autora, mas fiquei animada por esse ser um livro único e também por ser um thriller.
    Só vi bons comentários e sua resenha reforça a vontade de lê-lo.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  3. Ola...

    Li esse livro recentemente por causa da Harper tambem e apesar de ter gostado muito, fiquei um pouco decepcionada por nao ter encontrado o thriller que esperava e sim um grande e complexo drama familiar. Porem, assim como voce comecei a ler os licros da autora por esse e ja estou bem curiosa para ler os demais livros dela.

    Beijos

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  4. Este livro está na minha estante, meio esquecido, confesso.
    Quando soube do lançamento logo me empolguei, mas depois que ele chegou acabei não tendo tempo para lê-lo.
    Ainda bem que li sua resenha, senão o coitado ia ficar um bom tempo de lado.

    Adoro histórias que exploram dramas familiares e inserem suspense na narrativa, então acho que vou gostar bastante desta.

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  5. Olá Ivi, tudo bom?
    Também ouvi que esse não é o melhor livro da autora e fiquei tipo: como assim?! Preciso dos outros! rs
    Achei esse livro super bem escrito e também gostei muito do que encontrei, mesmo com o desconforto em alguns momentos. Minha única ressalva é que o livro devia vir com aviso de gatilho, devido as descrições. O que acha?
    Ótima resenha, como sempre!!
    Beijos!

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  6. Olá, amo quando ficamos com essa vontade de retomar logo a leitura do livro, curiosos pela história, quando por algum motivo estamos longe dele. Eu fiquei bem curiosa para ler essa história e conhecer melhor essas duas irmãs que passaram por situações tão complicadas na infância.

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  7. Olá, tudo bem?
    Eu estou muito curiosa com esse livro, é o meu gênero literário preferido e acho que posso ter uma boa leitura, mas sobre as cenas mais fortes eu acredito que posso ter um certo incômodo. Não curto muito cenas de extrema violência, mas isso depende bastante da trama e de como ela está no contexto, dependendo do que for dá pra levar, embora algumas vezes eu precise parar um pouco a leitura e voltar depois de um tempo.
    Adorei a sua resenha, você me deixou ainda mais curiosa para poder ler também e espero realmente que eu goste do livro.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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