Lugares Escuros (Gillian Flynn)

Ficha Técnica:

Nome Original: Dark Places

Autora: Gillian Flynn

Tradução: Alexandre Martin

País de Origem: Estados Unidos

Número de Páginas: 352

Ano de Lançamento: 2016

ISBN-13: 978-85-8057-821-8

Editora: Intrínseca

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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 42º livro lido em 2018 e foi Lugares Escuros (Gillian Flynn). Depois de ler um livro da autora no início do ano, fiquei fascinada pela escrita dela e claro que fui atrás de outro livro de sua autoria publicado aqui no Brasil.

O livro nos traz a Libby Day, uma mulher que quando criança, teve a mãe e as irmãs assassinadas de forma macabra pelo seu irmão de 15 anos. Libby foi a única testemunha do crime e em função dessa tragédia, acabou crescendo de forma negligenciada e precisou do governo para poder se manter. Chegou a escrever um livro sobre o que lhe havia acontecido e até fez sucesso, mas já não lhe rende nenhum dinheiro há muito tempo. Como cresceu traumatizada e desorientada, nunca se interessou por nenhuma profissão e agora aos 31 anos, quando sua fonte de renda se esgotou, ela é procurada por um grupo de pessoas que acredita na inocência do irmão. Libby então começa a se fazer perguntas que nunca havia feito antes e a refletir sobre todas as coisas que aconteceram na noite do crime.

A princípio Libby aceita se encontrar com Lyle, o porta-voz do grupo apenas por dinheiro. Ele oferece 500 dólares por uma conversa e como ela está praticamente sem nada, aceita. Levada pela necessidade e gradativamente pelo interesse de realmente saber o que aconteceu depois de tantos anos, Libby aceita uma proposta e começa a investigação por conta própria. Com o auxílio de Lyle ela volta à cidade onde vivia, reencontra o irmão na cadeia, o pai e várias outras figuras da época que a ajudarão a entender o que aconteceu e tirar esse peso de sua mente, pois já não sabe ao certo se tudo que se sucedeu até hoje foi justo.

O livro possui uma narrativa não linear pois apresenta alguns pontos de vista diferentes. Os capítulos do livro são divididos e intercalados entre Libby, que narra em primeira pessoa e sempre nos tempos atuais, Patty (sua mãe) e Ben (seu irmão e acusado do massacre), que são capítulos narrados em terceira pessoa contando o dia do crime. Isso pode confundir um pouco o leitor, mas ao mesmo tempo, essa divisão de voz e tempo foi muito inteligente para nos mostrar o que de fato Libby viu no dia do crime e o que realmente aconteceu.

A autora não poupa descrições e algumas delas são bem pesadas e angustiantes, mas isso tornou o texto ainda mais sedutor porque a curiosidade em saber se Ben é inocente ou não é muito intensa. Conseguimos entender a mente de Libby e conhecer muito bem os outros integrantes da cena do crime. Ao longo da história é fácil acusar vários personagens e imaginar várias situações, mas sempre com o mesmo objetivo: saciar nossa curiosidade.

A autora possui uma facilidade muito grande em nos prender em sua narrativa e desta forma, o livro flui muito rapidamente, mesmo que a linha temporal não seja constante ou ainda que não aceitemos todas as coisas de primeira mão. 

Eu achei o final um pouco corrido, mas nada fica sem explicação e quando todo o mistério é desvendado, tudo faz muito sentido. Terminei de ler o livro bem assustada com a capacidade da autora em criar uma rede de maldade tão bem embasada e argumentar a injustiça com uma investigação mal feita. Sobretudo, a conclusão do livro é interessante, talvez não totalmente surpreendente, mas bem original.

Minha primeira impressão da autora se confirmou através desta história e, sem dúvida, seguirei lendo seus livros porque ela consegue criar histórias bem chocantes e ao mesmo tempo de leitura fácil.

Eu adorei.

Um pouco sobre a autora: Gillian Flynn é ex-crítica de televisão para a Entertainment Weekly. Ela vive em Chicago com o marido e com o filho e cresceu em Kansas City, no Missouri. Seus livros publicados no Brasil são:

- Garota Exemplar

- Objetos Cortantes

- Por Lugares Escuros

- O Adulto