Eleanor Oliphant Está Muito Bem (Gail Honeyman)

Ficha Técnica:

Nome Original: Eleanor Oliphant is Completely Fine

Autora: Gail Honeyman

Tradução: Edmundo Barreiros

País de Origem: Escócia

Número de Páginas: 352

Ano de Lançamento: 2017

ISBN-13: 9788595170285

Editora: Fábrica 231

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Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 43º livro lido em 2018 e foi Eleanor Oliphant Está Muito Bem (Gail Honeyman). A capa já tinha me chamado a atenção nas contas internacionais dos instagrans literários e eu estava curiosa a respeito dele, mas foi uma indicação da Aione do Minha Vida Literária que me fez começar a leitura.

A história traz a Eleanor, uma mulher escocesa de trinta anos que tem um dia a dia muito sistemático. Ela trabalha na área administrativa de uma agência de marketing e é responsável pela contabilidade. Mora sozinha e sabemos que alguma coisa aconteceu no seu passado devido a cicatrizes em seu rosto. Eleanor não tem amigos e sua vida se resume em ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa, aos finais de semana é acompanhada de uma garrafa de vodka, já planejando os próximos dias de sua rotina imutável. Seus companheiros de trabalho vez ou outra zombam dela e embora Eleonor já seja uma adulta e saiba se defender, se sente fragilizada porque ninguém de fato se aproxima.

Até que uma noite Eleanor vê um rapaz de longe e se apaixona. Então decide mudar algumas coisas na sua vida com o objetivo de se aproximar dele e chamar a sua atenção, sendo que praticamente ao mesmo tempo, também conhece o Raymond, um rapaz do seu trabalho que um dia vai consertar seu computador. Mesmo sem querer a menor aproximação com Raymond, eles acabam ajudando um senhor que passa mal na rua e a partir disso, a amizade dos dois vai se estreitando ao mesmo tempo em que ela segue investindo em si mesma para conquistar o homem por quem se apaixonou.

Existem ainda algumas nuances na vida de Eleanor que merecem atenção. A mãe dela entra em contato sempre que possível, mas a relação das duas é doentia. A mãe é má, faz comentários muito nocivos sobre Eleanor e sempre que a conversa entre elas termina, Eleanor se sente extremamente triste.

O livro irá se desenvolver na busca quase obsessiva de Eleanor pelo rapaz por quem se apaixonou e sobre a amizade com Raymond. Ele é um homem com características bem nerds. Adora informática, videogame e filmes de ação. É muito carinhoso com a mãe que está adoentada e se preocupa bastante com Eleanor. Eleanor não aprova várias coisas em Raymond, como o modo como se veste ou o jeito que penteia o cabelo e ele está longe de ser tão bonito quanto o rapaz por quem ela está envolvida, porém aos poucos, ela percebe o quanto esta amizade lhe faz bem.

Eu preciso deixar claro que comecei a ler o livro achando que se tratava de um chicklit, mas, na verdade, é um drama. Por mais que o modo de vida da Eleanor seja um pouco paranoico e isso seja tratado com leveza na narrativa, é fácil perceber que sua história de vida é intensa e que algo muito sério aconteceu com ela. O livro cresce nessa linha, em que possamos conhecê-la aos poucos e cada vez que descobrimos mais alguma coisa sobre ela, nosso coração fica mais apertado. Quando o ápice do livro acontece, é impossível não chorar. 

Um detalhe fundamental da vida da mãe da protagonista nos é revelado quase no fim do livro e isso me surpreendeu bastante, pois desde o início eu tinha certeza de algo e no final foi revelada outra coisa, que fez muito sentido quando tudo foi esclarecido.

Acho que faltou um pouco mais de romance no final do livro, mas, ainda assim, foi bem harmonioso com a mensagem que o livro ambiciona passar. O enredo relata traumas e superação. Aborda a depressão com muita propriedade e deixa muito claro o quanto o auxílio profissional é importante e insubstituível. 

O livro me deixou bem desconfortável quanto a vida da personagem, mas, ao mesmo tempo, desenvolvi muito carinho por ela porque apesar de suas estranhezas, intrinsecamente ela era uma pessoa boa que só desejava ficar em paz e feliz.

Foi um livro que me surpreendeu bastante e que me fez pensar muito em várias situações da vida. Por exemplo, nas brincadeiras bobas que adultos fazem entre eles. Falamos sobre o bullying quando citamos crianças e adolescentes e talvez o termo certo nem seja esse quando estamos falando de adultos com brincadeiras idiotas com outros adultos, que até podem se defender, mas que não fazem em função de transtornos mentais ou simplesmente timidez. Precisamos sempre lembrar que é brincadeira quando todo mundo se diverte, mas deixa de ser quando uma pessoa se magoa.

Enfim, foi um livro que li muito rápido, mas que na verdade é tenso e tem passagens bem difíceis. Me apeguei aos personagens e sofri com eles, o que eu sempre acho bom sinal, de leitura proveitosa.

Recomendo para quem gosta de histórias que abordem depressão e superação. É uma história que começa leve, mas que nas entrelinhas nos apresenta um drama complexo e profundo.

Eu adorei.

Um pouco sobre a autora: Gail Honeyman é formada pelas universidades de Glasgow e Oxford. Seu livro de estreia, foi escrito enquanto ela trabalhava em tempo integral, sendo um dos finalistas do Lucy Cavendish Fiction Prize como obra em desenvolvimento. Ela também foi premiada com o Scottish Book Trust’s Next Chapter Award 2014, selecionada no programa Opening Lines da BBC Radio 4 e finalista do Bridport Prize. Eleanor Oliphant Está Muito Bem é o seu único livro publicado no Brasil.