A Mulher na Janela (A. J. Finn)

Ficha Técnica:

Nome Original: The Woman in The Window

Autor: A. J. Finn

Tradução: Marcelo Mendes

País de Origem: Estados Unidos

Número de Páginas: 352

Ano de Lançamento: 2018

ISBN-13: 9788580418323 

Editora: Arqueiro

SKOOB | GOODREADS | Compre na Amazon

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 41º livro lido em 2018 e foi A Mulher na Janela (A. J. Finn). Depois de ouvir todo mundo falando bem deste livro e ficar sabendo que será adaptado para o cinema – fontes seguras afirmam que as filmagens já começaram – eu decidi ler antes de ser atropelada por algum spoiler.

O livro nos traz a Anna Fox, que mora em uma excelente casa em um bairro privilegiado. Ela mora sozinha, embora sempre mencione o marido e a filha. Já nos primeiros parágrafos percebemos que ela nunca sai de casa. Após algum trauma, ela se mantém reclusa, movimentando suas horas com algumas atividades como jogar xadrez na internet ou conversar com pessoas que também sofrem com medo de lugares abertos. Alguns profissionais como a fisioterapeuta e o psiquiatra vem até Anna, ou seja, ela não é uma mulher sozinha, ainda que não coloque os pés para fora de casa. Além dessas atividades, Anna passa o dia acompanhada de muitas taças de vinho que somadas aos remédios que toma para amenizar os sintomas de seus traumas, acabam deixando-a confusa e ansiosa.

Anna está sempre de olho na vida dos vizinhos e sua curiosidade ganha força quando a família Russell, composta por mãe, pai e filho se muda para uma casa próxima a dela. Anna acompanha a chegada da família e acaba sendo a única testemunha de um crime que acontece naquela casa. Porém, ao chamar pela polícia e pedir ajuda, Anna percebe que talvez as coisas não tenham sido como ela viu e embora tenha suas certezas, as situações ao seu redor começam a confundi-la intensamente.

O livro possui um ritmo muito bom. Já no início somos tragados para a rotina de Anna e nos compadecemos por ela. A sua fobia misturada à solidão e ao vazio de respostas nos faz torcer por ela e de certa forma, defendê-la. Mas ao mesmo tempo, também desconfiamos das coisas que ela pode ter visto porque afinal de contas, a mistura de vinho com remédios pode causar boas alucinações e isso nos faz cogitar outras possibilidades.

O que posso dizer é que este livro me consumiu profundamente. Comecei e concluí a leitura em dois dias porque eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse saber o que de fato tinha acontecido. As páginas finais são recheadas de cenas de ação que me levaram a ficar sem fôlego em função da solução do mistério.

Não tenho muita intimidade com livros deste tipo, que nos dão pistas, com fatos soltos que precisam ser amarrados ou coisas do tipo, mas confesso que quando o crime aconteceu, eu já desconfiei do verdadeiro culpado. Apesar de ter acertado quem era, a motivação foi realmente a força por trás da ação e isso me ganhou nesta leitura. Não bastava saber a identidade do assassino, mas sim, entender as razões que o levaram ao assassinato.

O livro é instigante, perturbador e algumas partes como as que Anna se lembra da vida que um dia teve são bem tocantes, mas o plote central da história é, sem dúvida, o mistério e se podemos ou não confiar em quem nos conta a história. O estado de embriaguez dela é tão bem descrito na narrativa que eu cheguei a me sentir enjoada pela quantidade de vinho que ela consumia. A tristeza que ela sente também é bem pontuada no texto, o que gera uma sensação forte de melancolia. Ou seja, o autor soube descrever sensações e situações que me colocaram dentro da história e eu adorei a experiência.

Sem dúvida para quem gosta de suspense, o livro é uma excelente indicação. Mas acredito que leitores que não possuem o costume de ler este tipo de livro como eu, também gostarão da leitura, porque fiquei realmente bem envolvida com todo o enredo e achei a conclusão muito consistente e bem desenvolvida.

Adorei.

Um pouco sobre o autor: Formado em Oxford, A.J. Finn é ex-crítico literário e já escreveu para diversas publicações, incluindo Los Angeles Times, The Washington Post e The Times Literary Supplement. A Mulher Na Janela, seu primeiro romance, foi vendido para 36 países e está sendo adaptado para o cinema numa grande produção da 20th Century Fox. Natural de Nova York, Finn viveu por dez anos na Inglaterra antes de voltar para sua cidade natal, onde mora atualmente.