A COISA TERRÍVEL QUE ACONTECEU COM BARNABY BROCKET (John Boyne)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014




Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 36º livro lido em 2014 e foi A COISA TERRÍVEL QUE ACONTECEU COM BARNABY BROCKET (John Boyne). Mais um do John Boyne Ívi? E eu respondo: SIIIIIIIIIMMMMM!!! Mas vou poupar você daquele meu discurso pronto que ele é o meu autor favorito e dele eu leio qualquer coisa!!!

O livro nos traz Barnaby Brocket, um garoto australiano que é diferente de todos os garotos que ele conhece e na verdade, ele nunca soube, nem nos livros fantásticos que ele já leu, que exista algum outro garoto igual à ele no mundo. Barnaby flutua. Isso mesmo, ele voa, ele não consegue manter os pés no chão por mais que poucos segundos e então, se não existe alguma coisa para segurá-lo, ele sai flutuando pelo céu. Isso seria muito interessante para um garoto, praticamente um mega poder de super herói se não fosse por um pequeno detalhe: os pais de Barbany, Alistair e Eleanor odeiam o fato do filho não ser "normal". Tanto o pai como a mãe de Barnaby vivem em uma completa obsessão por nomalidade. Eles querem ser uma família tranquila, sem chamar a atenção, sem sair dos padrões e infelizmente o filho caçula não consegue fazer isso. Barnaby gostaria muito também de ser igual a maioria dos meninos de sua idade, apenas para agradar os pais, mas ele não sabe com manter os pés no chão. Algumas coisas são feitas para que Barnaby se aproxime da normalidade como usar sapatos de ferro ou uma mochila com areia, mas quando ele não está com estes acessórios, ele flutua.

Então uma coisa terrível acontece com Barnaby e em função deste acontecimento grande parte da narrativa se desdobra: Barnaby então segue em uma aventura maravilhosa pelo mundo. Ele flutua pelo céu até bater a cabeça em um balão e vai parar no Brasil. (adorei essa parte). E aí é o ponto de partida para uma viagem ao redor do mundo e em todos os lugares, Barnaby tem a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, algumas adoráveis e outras odiosas, mas que fazem Barnaby amadurecer e durante toda a viagem , tudo o que Barnaby deseja é voltar para Sidney, a cidade que ele considera ser a mais magnífica do mundo e voltar para a sua família.

O livro mesmo pertencendo ao gênero infanto-juvenil, traz uma reflexão muito séria sobre a questão de ser diferente. O livro discorre discretamente sobre o fato das pessoas não se sentirem confortáveis com aquilo que elas não conhecem e desta forma, acabam desenvolvendo preconceitos absurdos. O autor apesar de construir uma história com características infantis, ele aborda a questão de uma forma muito bem feita e é impossível não amar Barnaby do começo ao fim e desejar que ele encontre o seu lugar no mundo, mas além disso, desejar que as diferenças não diminuam o valor que ele tem enquanto ser humano.

Durante a viagem de Barnaby, conhecemos pessoas que sofreram de alguma forma por não se adequarem aos padrões que foram estabelecidos por outras pessoas e ainda que seja surreal o fato de um garoto flutuar, o livro aborda questões muito próximas a nossa realidade e isso fez com que eu me conectasse facilmente com a narrativa.

O livro ainda possui ilustrações fofas produzidas pelo artista Oliver Jeffers. Desenhos sem grande sofisticação, mas intensamente ligados à história. Mais que isso, eu senti em cada ilustração que se alguma criança estivesse lendo esta história e desejasse desenhar algo sobre ela, seus desenhos seriam muito parecidos com o do artista. Isso me deixou encantada.

O livro tem um desfecho lindo e quando eu terminei de ler, estava completamente satisfeita com a solução que Barnaby encontrou para a sua realidade.

Super recomendo a leitura para todo e qualquer tipo de leitor. Acredito inclusive que seria uma leitura muito apropriada para pré adolescentes para que uma discussão séria sobre aceitação fosse levantada. O livro é uma excelente sugestão para que o assunto seja discutido de forma leve mas incisiva.

Talvez esse não seja uma boa indicação para quem ainda não conhece a obra do John Boyne. Mas se você já teve algum contato com a inteligência que este autor tem para administrar as palavras dentro de uma história, tenho certeza que você irá adorar a leitura.
É possível, sabe, vagar até um mundo desconhecido e lá descobrir felicidade. Talvez mais felicidade do que você já tenha conhecido. página 78


Um pouco sobre o autor: John Boyne nasceu na Irlanda em 30 de abril de 1971. Seus livros publicados no Brasil são:

Comentários
9 Comentários

9 comentários :

  1. É impressão minha ou essa capa se parece muito com a do outro livro? Tipo saíram das listas para voltar a mesmices??? Eu einnnn..... bem... vc ja sabe... tenho de ler algo desse cara antes que vc me mate de curiosidade... kkkkkkkkkkkkkkk

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    1. As listras remetiam à um único livro. Já estas capas não remetem à livro nenhum, acho que por isso eu gostei!!!

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  2. Oiee Ivi!!
    Cada dia eu passo a me interessar mais pelo Boyne justamente por você,que sempre me apresenta a essas obras maravilhosas dele.Adorei a mensagem que esse infanto-juvenil nos passa e a leitura parece fluir muito rapidamente,quando você vê já está no final do livro e fica pedindo um pouco mais das aventuras de Barbany(eu pronuncio esse nome estranhamente errado).Uma coisa que eu odeio mas que nesse livro deu um "Q" a mais na história foram as ilustrações,sempre tenho problemas com elas,porém essas estão tão simples e super de acordo com o livro,não tem como não amar.
    beijos

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    1. No geral eu gosto de ilustrações, mas neste livro eu gostei ainda mais!!! bj

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  3. Gosto bastante do gênero infanto-juvenil e também do o autor John Boyne, fiquei doida pra ler esse livro, parece mesmo ser ótimo.

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  4. Você faz qualquer um se interessar pelo John Boyne Ivi! rs E os livros dele parecem ser realmente muito bons. Esse livro em questão mesmo que seja infanto-juvenil parece ser daqueles livros que qualquer um lê e gosta por se tratar de uma coisa tão comum em nossas vidas: as diferenças. Eu com toda certeza me identifico com o Barnaby, quando criança já sofri os benditos bullyings da vida por coisas tão simples que hoje em dia dou risada. Espero que o final do livro para Barnaby tenha sido maravilhoso. Gostaria muito de ler. beijos

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  5. Nao li nada dele ainda, mas achei as ilustrações e a ideia lindissima, muito inteligente.
    É bem diferente do que estou acostumada a ler.
    Valeu a indicação!
    Vou pesquisar mais sobre ele!

    Beijinhos
    Sou eu... Pri!

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  6. Acho que eu teria amado ler um livro desses no periodo do colegio, nao entendo pq passar para os jovens livros classicos q muitos nao leem e que cansam muito, do q passar livros que educariam muito mais e conquistaria mais leitores. Darei chance sim a leitura, acho que vou amar conhecer.

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  7. É tanta resenha que eu tenho lido sobre este autor que estou ficando toda confusa já. Antes eu nunca tinha ouvido falar sobre ele e muito menos sobre os seus livros, faz poucas semanas que eu comecei a me interessar. Achei muito criativo da parte dele desenvolver este livro, é certamente um dos muitos que eu irei adquiri até o fim do ano.

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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