A Guerra Que Salvou a Minha Vida (Kimberly Brubaker Bradley)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Ficha Técnica:
Título Original: The War that Saved My Life
Autora: Kimberly Brubaker Bradley
Tradução: Mariana Serpa Vollmer
País de Origem: Estados Unidos
Editora: Darside Books
Número de Páginas: 240
Ano de Publicação: 2017
ISBN-13: 9788594540263

Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 5º livro lido em 2018 e foi A Guerra Que Salvou a Minha Vida (Kimberly Brubaker Bradley). Desde o lançamento deste livro que estou muito interessada na leitura porque tem dois elementos na narrativa que eu adoro em livros: segunda guerra mundial e crianças.

O livro nos traz a Ada, uma menina de 11 anos que nasceu com o pé torto, mas como a sua mãe nunca cuidou daquilo, o pé dela acabou atrofiando na posição errada e ela nunca aprendeu a andar. Além desta negligência, a mãe maltrata muito a Ada: não a deixa sair de casa nem para a escola e a agride fisicamente e com palavras, falando sempre que tem oportunidade que ela é uma imprestável.


Ada tem um irmão menor de 7 anos, o Jamie, que embora não seja tão maltratado pela mãe, também é negligenciado. Essa família vive em um apartamento de um único cômodo e vivem de forma quase miserável, não tendo o que comer e como se aquecer no inverno.

A história começa quando a Inglaterra entra na segunda guerra mundial e o governo decide enviar as crianças que moram em Londres para viver no interior do pais, onde a chance de bombardeio é menor. Quando Ada e sua família tomam conhecimento daquilo, a mãe deixa bem claro que só enviará Jamie porque tanto faz se Ada estiver na cidade quando ela for atacada. Mas Ada fica com tanto medo da guerra que decide que irá mesmo assim. Ela então aprende a andar sozinha e no dia da evacuação, ela vai com Jamie até a estação de trem, e com o irmão, embarca para o interior. Quando chegam lá, as crianças são escolhidas por famílias, mas Ada e Jamie não são escolhidos por ninguém e acabam indo morar na casa de uma mulher, Srta. Smith, que a principio não queria hospedar nenhuma criança.

O início do livro é muito rápido e não perde tempo em dramatizar a história da Ada. Eu fiquei comovida ao ler como ela era tratada pela mãe, mas não que a narrativa nos leve realmente se emocionar com a situação. Como o livro é escrito em primeira pessoa na voz narrativa da Ada, ela narra os fatos sem qualquer apelo dramático e essa característica vai mudando lentamente no decorrer da leitura porque quando ela chega ao interior e começa a perceber que sua vida poderia ter sido diferente se ela tivesse conhecido elementos como carinho e atenção, essa voz narrativa vai ficando mais subjetiva.



Ada não sabe receber amor e existem muitos conflitos entre ela e a Srta. Smith, e ver este relacionamento amadurecendo sobre pilares como confiança, ternura e responsabilidade é maravilhoso.
A Srta. Smith tem seus motivos para não querer crianças por perto e embora isto não tenha sido muito explorado dentro da história, uma vez que tudo é contado pela Ada, conseguimos imaginar que tipo de situações ela teve que se submeter para ser como é.

Eu adorei a leitura e principalmente a originalidade do tema. Sabemos que a segunda guerra é a vergonha da humanidade e que foi um caos mundial até para países que não se envolveram nela. Então achei corajoso e original a autora usar este marco tão negativo da história para nos lembrar que talvez, a guerra não tenha sido ruim para todas as pessoas.


Indico a leitura do livro para todos aqueles que gostam de narrativas que envolvem crianças em primeiro plano. Não é uma escrita emocional ou que usa artifícios para levar os leitores às lágrimas, mas ainda assim, é uma história tocante e muito séria. O enredo nos faz pensar sobre o fato de que nem toda mulher nasce para ser mãe e nem toda mãe é uma mártir. O livro também nos leva a entender que qualquer pessoa é capaz de sentir empatia, amor e dar atenção a quem precisa.

Eu amei!!!


Um pouco sobre a autora: Kimberly Brubaker Bradley vive com o marido e os filhos em uma fazenda no sopé das Montanhas Apalaches, entre pôneis, cães, gatos, ovelhas, cabras, e muitas, muitas árvores. É autora de vários livros, mas  A Guerra que Salvou a Minha Vida é o único publicado no Brasil. 
Comentários
9 Comentários

9 comentários :

  1. Só pela resenha eu fico apreensiva quando a vida de Ada, realmente comovente e muito curioso você mencionar originalidade no tema, algo tão batido na literatura, mas que inovou falando do lado bom pra alguém. Adorei.

    Abraços.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/

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  2. Oi Ivi!! Esse livro é tão amor, mas tão amor, que não dá pra ficar indiferente! Me lembro quando vi um vídeo sobre ele e foi amor a primeira vista, logo depois o ganhei num sorteio e foi só alegria!
    Devorei rapidamente, e concordo com você sobre a forma tocante que o livro traz pra gente a guerra, mesmo não sendo a trama principal, eu achei lindo como foi explorado. Com toda certeza é dos livros favoritos da minha estante!
    Bjoxx

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  3. Olá!
    Foi só eu bater os olhos nessa edição da DarkSide que me apaixonei pelo livro. Tem tempo que está na minha lista de desejados. Gosto de drama e histórias com crianças, mas as grandes guerras sempre me deixa um pouco angustiada. Claro que nada que vai me impedir de conhecer essa história que parece tocante, mesmo que não leve às lágrimas.
    Achei interessante a narradora não ser tão dramática, principalmente por ser criança. Parece que a personagem já é bem madura apesar da idade.
    Gostei muito da resenha :D
    Beijos.

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  4. Olá!
    Eu tenho esse livro na estante e ainda não consegui realizar a leitura. Essa capa realmente é muito linda, uma característica dos livros da DarkSide né.
    Essa história parece ser extremamente delicada e envolvente. Personagens com dramas sempre me deixam animada para leitura e pelo visto a autora desenvolveu muito bem esse enredo.
    Mal posso esperar pra iniciar essa leitura.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  5. Olá, eu tenho esse livro há mais de um ano, mas ainda não o li por falta de tempo, ou talvez por estar um pouco saturada de livros sobre a Segunda Guerra Mundial. Achei muito boa sua resenha, me apontou alguns aspectos da obra que eu ainda não conhecia.

    petalasdeliberdade.blogspot.com

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  6. Oiii tudo bem??

    Tenho visto muita resenha desse livro, e estou doida para ler tbm, como não comprei ainda o segundo, vou enrolar pois odeio ler sem a continuação.
    Fico feliz que tenha gostado e tenho visto muito positivo tbm, adoro o tema e estou sempre lendo sobre a segunda guerra e quando contado sob os olhos de uma criança fica mais leve, e nos faz chorar bastante.
    Adorei a resenha.
    Bjs Rafa

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  7. Olá... esse é o tipo de livro que por mais que você busque, não encontra nada de ruim... Eu morro de vontade de ler, mas ao mesmo tempo eu tenho receio por ter problemas com livros que envolve a guerra... não sei porque me dói ler algo do estilo.
    Amei a sua resenha! Essa capa sem duvidas é fenomenal e meu Deus... já imagino a edição!

    beijos!

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  8. Olá Ivi,
    Comprei esse livro após ler inúmeras resenhas positivas dele, a sua foi mais uma delas que me encantou completamente. Fiquei muito ansiosa para conhecer a construção do relacionamento de Ada com a Sra. Smith e ver como esses pilares de confiança foram construídos, visto que a Ada parece ser uma personagem que não está acostumada com isso. Claro que vou anotar a dica e claro que vou tentar ler esse livro nos próximos meses, sinto que preciso dele.
    Beijos,
    http://www.umoceanodehistorias.com/

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  9. Olá, Ivi!
    Já tinha visto a capa desse livro e achei a coisa mais linda, mas nunca parei de fato para ler a sinopse ou algo do tipo, e assim que você citou sobre os pés da personagem eu reparei na capa, são detalhistas até nisso. Acho que a história trás uma bagem emocional densa, para nós mães deve ser de doer o coração ver como a mãe trata a Ada. Creio que é um livro que nos trás uma mensagem no fim. Como sou chorona saber que é narrado por Ad vai partir meu coração.
    Beijos!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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