Ayrton - O Herói Revelado (Ernesto Rodrigues)

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ficha Técnica:
Autor: Ernesto Rodrigues
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 703
Ano de Lançamento: 2009
ISBN: 978-85-390-0003-6
Editora: Objetiva

Primeiro de maio. 1994. Um dia que eu e muitos brasileiros nunca vão esquecer. Assim como os nomes Ímola, San Marino e Tamburello.

Eu tinha 11 anos e na hora do acidente eu não estava em casa, estava na Escola Dominical. Mas me lembro de um amigo chegar e falar sobre o acidente. E me lembro de chegar em casa e assistir aquele horror na TV, e depois a confirmação da morte e todos aqueles dias tristes que se seguiram.


Ainda que o título do livro não estivesse ai em cima, você provavelmente saberia do que eu estou falado, principalmente de quem eu estou falando.

Ayrton Senna da Silva. O piloto brasileiro da Formula 1.

Mas ele não era só isso. Ainda, era piloto e muito mais.

Comprei o livro em 2012 mas até poucas semanas atrás não tinha me 'interessado' pela leitura. Esse ano eu me peguei lendo apenas biografias, coisa que nunca fiz, e essa veio na hora certa.


Hoje faz 23 anos de sua morte. Ele tinha 34 anos (a idade que eu tenho hoje). E pra mim nenhuma dessas 'coincidências' são simples.

Eu li o livro, me entreguei a essa história que eu sabia muito pouco, revi o documentário sobre a vida do Aytron (que acaba sendo resumo do livro), assisti vários vídeos na internet e chorei, muito.

AYRTON, o Herói revelado, é um livro cheio de termos técnicos e descrições de corridas, voltas, paradas nos boxes, discussões sobre contratos e patrocínios, porque essa era a vida do Senna. Também encontramos um pouco de sua vida pessoal, os amigos, os romances, os boatos, as ansiedades e as poucas felicidades.

Ler o livro não só me aproximou ainda mais desse homem que eu sempre admirei como me fez pensar sobre a minha própria vida, o quanto a gente se acha invencível diante da passagem dos anos, como se a morte só chegasse quando a vida foi longa e vivida completamente. Ayrton não teve a chance de envelhecer e fazer tudo que achava que teria tempo, mas ainda assim é herói de uma geração, e lembrado até hoje.


Eu presenciei esse carinho que até hoje ele inspira. Carregando o livro pelo metrô, várias pessoas me abordaram pra falar sobre ele, inclusive jovens que nasceram após 1994. Todos os amigos com quem conversei sobre o livro tinham histórias pra contar, de suas lembranças, de situações com a família nos domingos de corrida.

Eu não conhecia o autor mas gostei muito de sua escrita. As descrições das corridas me fizeram sentir a emoção de quando assistia as corridas, coisa que não faço há anos. A leitura foi rápida e intensa. Gostei muito do reencontro que tive nessas páginas com o ídolo de minha infância.
"Era tarde de domingo no Brasil, o país inteiro imerso na ressaca da inesperada eliminação da seleção de Telê Santana. E o gesto simpático daquele rapaz tímido de São Paulo ficou na memória de muita gente que não dava a menor atenção para a Fórmula 1: gente que costumava chamá-la de "corrida de baratinhas", moças e donas de casa que não viam graça alguma em correr feito maluco por duas horas e não chegar a lugar algum, intelectuais que condenavam aquele culto burguês, milionário, perigoso e individualista do automóvel, jornalistas que não concediam aos pilotos sequer o direito de se apresentarem como esportistas, e piquetistas, cada vez mais incomodados com o bom-mocismo que Senna exibia fora do cockpit. Só fora, insistiam eles." (pg 180)

Um pouco sobre o autor: Formado em Jornalismo pela PUC de Belo Horizonte, Ernesto trabalhou como repórter do jornal O Globo nas editorias de Política e Cidade, e na sucursal de Brasília do Jornal do Brasil, cobrindo a Presidência da República e o Congresso Nacional. Depois, foi editor-assistente da revista IstoÉ em São Paulo e editor-assistente da sucursal da revista Veja no Rio. Em 1986, iniciou uma carreira de 14 anos na TV Globo. Foi editor do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, diretor de programas do Globo Repórter, chefe da sucursal da TV Globo Londres, diretor-executivo do Fantástico e chefe de redação da emissora em São Paulo. É professor de Jornalismo da PUC-Rio e autor-organizador do livro No próximo bloco - O jornalismo brasileiro na TV e na Internet, uma coletânea de 14 autores publicada pela editora da universidade. Seus livros publicados no Brasil são:
  • Jogo Duro: a Histórida de João Havelange
  • Ayrton - O Herói Revelado
Comentários
23 Comentários

23 comentários :

  1. Oie, tudo bem?! Nossa me emocionei vendo essa resenha. Eu como fã de F1 e uma verdadeira admiradora do Senna amei essa resenha e esse livro.
    Muito obrigada pelo presente!!
    Bjs

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    1. Que bom que gostou Anastacia!!!
      OBrigada pelo carinho.
      bjos

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  2. Eu nasci no ano do acidente, em 1994 e durante os anos sempre ouvi as pessoas contando a história dele, inclusive o meu pai e todos sempre falam com bastante carinho e saudosismo. E pelo visto essa foi uma boa biografia para ler, já que não pareceu ser cansativa.

    Beijos.
    memoriasdeumaleitora.com.br

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    1. Olá Thamires!
      O livro é bem tranquilo de ler, é uma boa pra quem não viveu na época dele! E tem muitos vídeos tbm, documentários.
      OBrigada pelo carinho.
      bjos

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  3. oioi
    Acabei não pegando a época do Senna na Formula 1 que eu tanto amo assistir, mas ele é lembrado com tanto carinho por todos dentro e fora do círculo do automobilismo que acho que vale a pena conhecer um pouco mais sobre a vida dele.

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    1. Olá Daniele!!
      Se vc gosta de F1 vai adorar o livro, fala bastante sobre os bastidores, a evolução dos carros, detalhes dos trajetos das pistas.
      OBrigada pelo carinho!

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  4. OI Laís,
    Não curto biografias, mas depois de ler sua resenha fiquei surpreendida pois fiquei com muita vontade de conhecer o livro e a vida de Ayrton Senna mais afundo. Nasci em 1993 então eu era muito pequena, mas sempre cresci ouvindo falar que depois da morte do piloto, a F1 nunca mais foi a mesma. Não tem uma pessoa que eu conheço que não chorou a morte dele.
    PS: Quantas coincidências, não?
    Beijos
    Blog Relicário de Papel

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  5. OOi!
    Eu nasci em 2000 e não peguei nada da época de Senna, mas confesso que também não acompanho nada de fórmula um, embira não tenha nada contra. Não gosto muito do gênero, porém, leria a obra pois gostaria de saber mais sobre Senna, e saber que a leitura nos faz pensar sobre nossa própria vida me anima mais ainda.
    Beijoos!

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  6. Foi uma comoção nacional, né?
    Eu também era novinha como você.
    Mas lembro do clima pesado que ficou no ambiente.
    As pessoas e as mídias só comentavam sobre isso.
    Foi realmenet muito rtiste a morte dele. Mas a sua vida foi motivo de muita alegria e orgulho para todos nós brasileiros. Foi um homem que soube fazer a diferença e que não era bom só no esporte ao qual praticava. Mas era bom de coração. Ele foi um grande homem. Quando falam dele, eu só lembro da fala do Roberto Gomes Bolaños, como o personagem Chaves: "Morreu, mas não perdeu a vida!" rs E é assim que que eu vejo a vida de Senna. Ele viverá pra sempre! Adorei a postagem. Excelente dica de leitura. Amei! Beijão!

    Eliziane Dias

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  7. Olá,

    Deve ter sido uma leitura bem emocionante, já que era fã dele. Óbvio que já ouvi falar dele, só que ele morreu dois anos antes de eu nascer e por isso não tenho memórias do grande piloto que ele foi. Fico feliz que o livro tenha feito você pensar sobre o que é importante, é muito bom quando um livro nos causa impacto positivo em nossas vidas.

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  8. Minha mãe estava assistindo a corrida quando o acidente aconteceu e até hoje ela se lembra.
    Dá para notar pela sua resenha que o livro realmente mexeu com você, mas, para ser sincera, não fiquei muito empolgada com ele.

    ourbravenewblog.weebly.com

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  9. Oie!
    Eu lembro muito pouco dele, mas eu lembro que acompanhava as corridas. Ainda não conhecia o livro, mas fiquei bem curiosa para conferir. Uma ótima dica, que com certeza preciso ler ele para ontem.
    Bjks!
    Histórias sem Fim

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  10. Nossa, parece que foi ontem né?!
    Foi realmente um horror mostrado na tv, impossível esquecer.
    Gostei da proposta do livro, principalmente pelas reflexões que ele desperta.
    Beijos

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  11. Não sabia da existência desse livro. Para quem tem curiosidade de saber mais é uma ótima pedida.
    Bjim!
    Tammy

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  12. OIii!

    EU não sou muito de ler biografias, mas achei interessante a forma como você colocou suas experiencias pessoais na resenha. Acho que foi o momento certo para conhecer a escrita do autor e um pouco mais da história do Ayrton!
    Ótima resenha!

    Beijinhos

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  13. Me lembro exatamente de como passei o dia quando ele morreu. Foi uma tristeza sem fim por todos os lados. Eu assistia a todas as corridas, independente do horário, mesmo sendo nova. Meu pai deixava. Depois que ele morreu, nunca mais vi. Pra mim perdeu a graça. Gostaria muito de ler esse livro e saber mais sobre ele, só leio biografias de pessoas que admiro e ele com certeza cumpre essa condição.

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  14. Meu ídolo! Já quero ler o mais rápido possível, esse livro faz falta na minha estante rs. Gosto muito de ler biografias, já marquei na minha lista de desejados. Parece que foi ontem, quando aconteceu essa tragédia.

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  15. Fiquei bem interessada nas historias do Ayrton Senna, acho que vai ser legal relembrar das corridas e ver o tanto que ele foi importante pra o nosso país.
    Adorei a resenha. Beijos.

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  16. Olá! Foi realmente um dos dias mais tristes da minha vida. Eu sempre fui muito fã, tanto que o Ayrton foi o tema do meu TCC na faculdade. Também já li a biografia do Ernesto Rodrigues e é uma das mais completas feitas sobre ele. Sendo um homem com virtudes e defeitos, Ayrton Senna permanece como um dos maiores exemplos que esse país já teve. Ótimo texto.

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  17. Olá Lais, tudo bem?

    Eu era pequena quando o Ayrton faleceu, mas me lembro de toda a comoção na data e nos anos subsequentes. Para quem realmente era fã e acompanhava a carreira que crescia a cada corrida foi um baque...

    Beijos

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  18. Oie, tudo bem?
    Sou muito novo pra lembrar de tudo isso, mas sempre gostei da figura do Ayrton e o que ele representou para o Brasil. Definitivamente, agora me interessei muito mais.
    Obs: seu estilo de resenha é muito legal, parece uma coisa mais literária que jornalística! Gostei!

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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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